domingo, 24 de agosto de 2014

Istambul

Em maio recebi um convite irrecusável: a minha amiga turca convidou-me a mim e à Papoila para ir ao seu casamento em Istambul! Sempre tive muita curiosidade em conhecer a cidade e, visto que uma semana depois do casamento a minha amiga ia emigrar para os Estados Unidos, achei que tinha mesmo de aproveitar o convite!
Foi uma viagem fantástica e no timing perfeito. O cansaço e a tristeza já se faziam notar e era a altura ideal para mudar de ares. E foi a cidade ideal.
Dos comentários que ouvimos de quem por lá já tinha andado, percebemos que era uma cidade que ou se odiava ou se adorava. E como a adorámos. A paisagem, a comida, as pessoas, as mesquitas, a música de rua, os gatos, o chamamento, o cheiro a especiarias, o chá... Não tenho tempo para vos descrever tudo o que gostaria, queria apenas contar-vos o quão importante foi esta viagem. Ali nas alcatifas das mesquitas, respirei fundo, pensei na vida, dei graças por aquilo que tinha e senti-me bem, como havia muito não me sentia.
E depois o casamento... A minha amiga é muçulmana, faz as rezas, conhece o Corão, cumpre o ramadão. Contei-lhe que namorada com um rapariga há 5 anos, quando nos tornámos amigas no meu intercâmbio de Verão. Na altura ficou abalada, disse-me que eu tinha mudado o mundo dela porque nunca julgara cruzar-se com alguém como eu. E é uma cultura diferente, compreendo o choque. Mas a verdade é que, 5 anos depois, convida-me a mim e à Papoila para o seu casamento. É incrível. E ficou tão grata por termos ido, agradeceu muito, assim como a sua família e o noivo. Eramos as portuguese girls, que fizeram mais de 3000km para ali estar. E que honra poder partilhar este momento com ela. Dançar "à turca", ouvi-la cantar, ver o seu vestido lindíssimo, comer do melhor e pôr a conversa em dia. Sabem... há esperança no mundo.
 
 
 
Orquídea

Trabalho e férias

Estou tão desejosa de tirar férias... O trabalho tem sido duro e por vezes difícil de gerir. São as histórias difíceis, os doentes que descompensam mas também os chefes que não sabem liderar ou motivar, os colegas que não colaboram e o cansaço acumulado. Muito cansaço. Tive um período muito complicado, em que me sentia muito infeliz, incapaz, exausta, em que comecei a questionar a minha vida. Felizmente soube pedir ajuda e sinto-me melhor nesta altura. De qualquer forma preciso de férias.
A Papoila também, claro. Assim que iniciou este estágio avisaram-na logo que não ia poder tirar férias no verão porque era o período de férias dos colegas mais velhos. Portanto, tem andado a aguentar o estágio com muitos doentes e poucos colegas.
Mas com estas limitações, estragaram-nos os planos de férias. Íamos tirar as duas primeiras semanas de Setembro. Eu como já as tinha marcado e era difícil mudar as consultas todas, vou ter essas duas semanas na mesma. Na terceira semana vou a um congresso a Madrid e pensámos... porque não a Papoila ir também? Falei com as colegas com quem ia partilhar casa por lá e concordaram. Eu hei de ir ao congresso, a Papoila vai visitar a cidade e havemos de encontrar tempo para passearmos juntas também. Nem todas as pessoas lá de casa sabem da nossa relação, cheira-me que não vai ser difícil adivinharem, vamos ver como corre.
Como correm as vossas férias?

Orquídea

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A nossa casinha

Sabe tão bem ter o nosso lar... Até me é difícil lembrar-me já como era a nossa vida antes de vivermos juntas só as duas. 
É tão bom. Há anos que iamos construindo esta casa. Compravamos uns tachos, umas toalhas, uns utensílios, sempre pensando na casa que iriamos ter. E agora temos tudo. Os nossos pais trazem-nos o nosso enxoval e começamos a dar-lhe uso. E é uma sensação incrível. Os meus avós já vieram visitar a nossa casa e gostaram muito. Temos muito orgulho em tudo o que construimos. A casa continua a crescer. Ainda há coisas para arranjar, para melhorar. Só esta semana é que conseguimos finalmente pendurar os candeeiros da sala. A Papoila esteve a pintar um móvel antigo que tinhamos (com uma ajudinha da Anita e da Alex!) e ficou um espetáculo.Ora vejam:

Prepara-se agora para pintar outros. Aos poucos vai-se compondo e vai parecendo cada vez mais uma casinha de família. Tanto que nem me apetece muito sair de casa. Apetece-me aproveitá-la. Ficar na minha casa, na nossa casa. Torna-la e senti-la cada vez mais como lar.
Somos felizes aqui.

(algumas das nossas memórias juntas no frigorífico)

Orquídea

Atualizações

Caríssim@s,

Não nos esquecemos de vós. Apesar do silêncio muito prolongado, continuamos por aqui. Já há muito que não damos notícias e está na altura de vos escrever de novo para pormos a conversa em dia.
Escrevo-vos eu, que a Papoila anda, por esta altura, a aproveitar uma nova vida. O ano comum e todas as mudanças que vieram com ele foram uma lufada de ar fresco para ela. Anda feliz, a fazer as coisas de que gosta e que não tinha a oportunidade de fazer. Lembram-se da bicicleta que lhe ofereci há dois anos? Pois bem, está finalmente a dar-lhe o uso devido e a participar em provas de BTT. Eu vou atrás, a fazer de roadie, a dar apoio e, uma vez, a fazer uma caminhada organizada para os acompanhantes. Até já fez amigos por lá. Na ultima prova, caiu e decidiu parar um pouco, mas cheira-me que não será por muito tempo. Ela gosta mesmo daquilo. Eu é que não tenho coragem para essas aventuras, mas gosto do passeio!
Outra coisa em que decidiu investir foi na carpintaria. Contei-vos que fez uma casota para a Fox? Perdão, uma mansão (a que eu gosto de chamar "A Mansão da Coelhinha" só pela piada...). Ora vejam lá a obra de arte!
Sim, ela fez isto tudo sozinha e de raíz! Tem varanda, uma clarabóia e uma rampa com uma plataforma para ela saltar para o andar de cima! E, se virem com atenção, a Fox nunca fica sozinha porque tem uma moldura com a nossa fotografia ali no andar de cima. Uma categoria!
E a Leslie?, perguntam vocês. Sim, está grande. Anda-se a portar muito bem, já faz os xixis e cocós sempre na rua, é uma brincalhona, adora festas e visitas e tem muitos amigos aqui no bairro. A Papoila, como é quem a vai passear a maioria das vezes, até fez boas amizades com os donos dos cães amigos da Leslie. Ora vejam lá como é que ela já está.


Está muito bonita, não está? A Papoila passa horas a escová-la, é terapêutico para ela. E é giro vê-las às duas a brincarem. A Papoila a correr de um lado para o outro com ela, a atirar o pau, a jogarem às escondidas, a sentar e saltar, uma festa! Até eu, que nunca pensei vir a brincar assim com um cão, dou por mim a falar-lhe com aquela vozinha que a Papoila lhe faz e a brincar à apanhada com ela cá em casa. Enfim, fui conquistada...
Enfim, voltando à Papoila. Ela anda embrenhada nos seus planos e projetos, nas suas paixões, na sua nova vida. Por isso nem se lembra de parar e escrever no blog. Está noutra onda, neste momento. Mas lembra-se de vocês e não esquece tudo aquilo que a blogosfera nos trouxe. Por isso pego agora eu nos remos e vou ver se mantenho o blog mais ativo. Escrevo por ela. Sabem, então que ela continua por aqui, através de mim.
Ao longo destes dias vou-vos escrevendo, para vos contar aquilo que se tem passado connosco, as coisas boas e más, os que fizemos e o que planeamos fazer.
Já tenho saudades das nossas conversas.

Orquídea

Quem tem saudades nossas?

Estamos de volta! Ou pelo menos, vamos tentar.
Já temos saudades também...

Orquídea