A minha Papoila já aterrou. Foram onze horas muito longas para quem cá ficou, a pensar "será que já passou pelo deserto? Será que já está aborrecida? Será que consegue ver alguma coisa lá para baixo? Será que vai conseguir dormir?". Não consegui ficar para ver o avião partir, não queria fazer fita, que, pareceu-me, muito provavelmente faria. Fui lanchar com bons amigos. Não pensei tanto no assunto. Passei o final do dia num concerto bastante miserável, pelo que já pensei um pouco mais. Ia falando um pouco com a minha mãe ao longo daquelas músicas aborrecidas. "Agora não pensas noutra coisa". Oh, penso, mas de vez em quando lembro-me disto. Diz ela, "...Eu também." Quem não pensaria.
Tardei a adormecer, mas cedi. Às cinco da madrugada recebo a mensagem por que ansiava. Já chegou. Treze mil quilómetros. Está tudo bem. Aguardo, neste momento, a primeira chamada que me fará de tão longe. Estou em pulgas. A partir de agora, é que a aventura começa. (E agora deixo os posts interessantes sobre aquilo que querem realmente saber para a Papoila).
Orquídea
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