Seguiu-se este livro. Já há algum tempo que conhecia esta personagem intrigante que é o William Burroughs, foi-me apresentado inicialmente por uma amiga e, pouco tempo depois, por um professor na faculdade. Soube na altura que foi muito conhecido pela sua ligação às drogas, das poucas pessoas que viveu até à sua velhice rodeado de droga e sem decair como geralmente acontece. Foi também uma pessoa muito influenciável na geração beatnik e uma referência nos anos 50. Vejam a Wiki que explica melhor que eu.Como (espero) futura psiquiatra, ou algo lá perto, até me interesso por estes temas da droga. Assim que vi este livro na feira do livro, decidi iniciar então a minha viagem pelo mundo de Borroughs. Já terminei e aqui fica o relato.
Este livro é uma espécie de diário. É uma descrição da viagem de um homem no mundo das drogas nos EUA, pelos anos 50. Relata os seus contactos, as pessoas que conhece que partilham aquela vivência com ele, dos lugares (os bares, as casas de cada um, a "choldra", as casas de reabilitação), dos diferentes tipos de drogas, das formas para as arranjar e, essencialmente, dos efeitos no corpo, na mente. Descreve bem o sofrimento durante os periodos de ressaca e, o que mais me impressionou, a forma despreocupada como os junkies se afastam da droga e pouco tempo depois regressam, sem preocupações nem pesos na consciência. Perdi a conta às vezes em que a personagem se afastou das drogas, acabando sempre por voltar.
É um livro interessante (e sem grande poesia na escrita, apesar de algumas expressões muito bem conseguidas relativamente ao significado das drogas, por exemplo) que nos dá a conhecer este mundo viciante, desconhecido para alguns de nós. E, já agora, aos anos 50 e à política americana de combate à droga.
E, não se esqueçam... toxicodependentes são muito manipuladores. Agora já tenho mesmo a certeza...
Orquídea
1 comentário:
Já viste o filme "Requiem for a Dream"? Acho que vais gostar, caso não tenhas ainda visto.
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