Nova conversa interessantíssima com o meu pai. Iamos no carro e pega-me na mão, como gosta de fazer.
Pai: Tens as mãos mais quentinhas! Foi uma rapariga que te aqueceu as mãos, foi?
Eu: (rio-me e respondo) Sim.
Pai: Estás a rir-te porquê? Não tenho razões para pensar isto?
Eu: (continuando a rir-me) Tens.
Pai: Olha lá para mim.
(Olho e também ele sorri, aparentemente divertido com a conversa...)
Eu: Estou a rir-me porque acho engraçado falarmos sempre assim deste assunto.
Pai: Assim como?
Eu: Assim.
E depois de um silêncio, mudei de assunto.
Ainda não tenho coragem para deixar de falar "assim" deste assunto. Como facilmente se percebe, não falta dizer muito, mas não posso partir do princípio que está tudo dito. Para poder seguir em frente e cumprir com os meus sonhos e planos para o futuro, preciso de ser honesta com o meu pai, não quero andar fugida e a esconder-me ou à Papoila. Por isso, veremos como os dias correm, como estas conversas evoluem e pode ser que, noutro contexto diferente de um carro em movimento em plena autoestrada, consiga dizer o que falta. E, esperemos, aquele sorriso se mantenha.
Orquídea
PS: No dia seguinte voltou a pegar-me na mão e disse "Ah, hoje já estão mais frias... E não digo mais nada para não mandares bocas!"
3 comentários:
oh menina, você é uma sortuda! Ganha a coragem e deixa de falar assim e fala *a sério*. Tens a sorte, ou pelo menos parece, de ter um papá que independentemente de tudo vai gostar de ti. ^^ isso é bom.
Good luck!
Ohhhh tão querido!
Estás a complicar porquê? Tomara toda a gente ter essa sorte. E vais ver que te sentirás sim, mais feliz e livre. :) Força!
Ele brincar já é uma excelente notícia... Com o tempo virão as conversas sérias e, com sorte, continuarão a haver conversas divertidas. :) É melhor assim do que medo ou raiva. É um papá que ama, como disse a Anita. :)
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