Meu amor, quando fizeres a lista dos convidados para a minha festa surpresa, por favor não te esqueças delas!
domingo, 28 de junho de 2009
Birthday party
Meu amor, quando fizeres a lista dos convidados para a minha festa surpresa, por favor não te esqueças delas!
Uh Huh Her
Enfim, as coisas que eu encontro!...
Orquídea
Erasmus em Paris
Feist, Carla Bruni, Julie Delpy
A quem não abrem o apetite?
A mulher que és
Que me encosta a face ao peito e me diz que está tudo bem. Que me afaga o cabelo. Que me suporta em dias em que o mar está revolto. Que ouve injustiças mas que sempre recebe o meu beijo de desculpa, sem exigir mais nada. Que me deixa escolher onde quero ficar quando o tempo aperta. Que me escuta atentamente. Que se levanta ainda o sol não nasceu para me acompanhar nas jornadas de estudo. Que abdica de si para me ajudar a superar as barreiras tão altas que me impõem. Que me diz que estou errada. Que me diz que estão errados. Que diz que tenho umas pernas bonitas, quando sei bem que não ordinárias. Que me elogia os olhos. Que me descreve os sinais com enorme precisão, mesmo quando estão ocultos. Que diz que tenho uma barriga bonita e que a minha pele é a mais doce que conhece. Que diz que já gosta do meu dedo grande do pé. Que me sorri com amor.
Papoila
Tourada
É então que a banda filarmónica começa a tocar isto. E, de repente, são os touros sentados nas bancadas e um homem assustado no meio da praça. Seus olhos transpiram medo e fúria. Os touros berram e ordenam que os touros toureiros, com as capas presas nos cornos, se abstenham de exibições vãs - querem sangue, querem espectáculo. Querem a respiração ofegante do homem. Querem a logoftalmia voluntária. É então que o touro vem, sentado nas costas de um elefante ornamentado com fitinhas ridículas. O homem nem oferece luta. Estéreis provocações às quais se mantém hirto. Inamovível. Mas vão lhe caindo farpas enquanto galopam à sua volta, enquanto o sangue lhe escorre pelas pernas, enquanto o pavoneiam com bandeirinhas.
No fim, soltam as mulheres. Nuas. Que o arrastam, no meio de provocações de touros vestidos à Marques de Pombal, de novo para o curral.
Papoila
sábado, 27 de junho de 2009
Outra Porta
A segunda vez já teve um motivo diferente, um ouvido queixoso. Bem cedinho, fui ter contigo para te acompanhar, mais uma vez, na entrada daquela porta larga. Era cedo demais porque esperámos até às nove para que alguém nos antendesse, após uns largos 45 minutos sozinhas, sem ninguém à nossa frente. Ficou na memória a tua expressão quando a doutora te tenta observar o ouvido, a tua cara encolhida de dor, o teu corpo que se inclina o mais que pode para lhe fugir e a tua torção muito vagorosa de pescoço para olhares nos olhos da médica, ambas em silêncio durante uns largos segundos, para lhe mostrares a tua expressão facial de desaprovação pela dor que te estava a causar. Pois, meu bem, teve de ser.
E voltámos lá na sexta. The usual. Passou com o tempo, mas a outra dor, uma nova e estranha que te assustava, acabou por se revelar uma surpresa. Hernia umbilical. Viemos com energias para casa e as horas fizeram-te repetir a dose, o que nos levou a uma casa semelhante, mas mais pequenina, para te injectarem com a recuperação necessária para a festa que nos esperava.
Enfim, tudo isto para dizer que é impensável para mim não te acompanhar nestas excursões pouco desejadas. Se não estou lá, está a minha voz ao telefone. You know that.
Orquídea
PS: Alguém reconhece aquela imagem? ^^
Gray Matters
Vida de Cão
A minha nádega dorida e o meu hematoma no braço.
Josefph Jackson, para os amigos
Dangerous
Beat it
Billie Jean
Afinal, foi julgado e absolvido na acusação pedófila.
Afinal, mudou de cor pois tinha vitiligo.
Afinal, doou milhões a instituições.
Afinal, criou um estilo de dança inovador.
Afinal, foi e é efectivamente o Rei do Pop.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Num restaurante
"Pois, porque agora os maricas querem adoptar e são mais fortes e vão começar a tirar os filhos dos normais!"
Enfim... só ouvi isto num restaurante porque não almoçámos em casa...
If you know what I mean.
Orquídea
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Dias Difíceis
Mas eu estou lá. E por muito que custe, não saio da beira do pardal agitado. Ele não compreende logo, mas eu vou lá estar imóvel, para lhe sussurrar ao ouvido algumas palavras doces para recuperar a calma e o serenidade que lhe cobriam o olhar. O peito exala emoção e aos poucos excreta as pedras que lhe pesavam o voo. Volta a mim e renova o gesto amigo. Fragiliza-se e vem para debaixo da minha asa.
Hei-de cá estar sempre para te sossegar. Liberta-te que estou aqui para te recordar quem és.
Já passou.
Orquídea
A Minha Mulher - Tchekov
Duas horas chegaram para devorar o livro. De todos os livros da colecção, deve ser o meu favorito até agora. Fala-nos de duas personagens, um casal russo, rico, influente, que tem alguns problemas conjugais. Ao longo dos anos viveram diferentes momentos da sua relação e neste momento, em que nos é apresentada a estória, já pouco comunicam. Com plano de fundo a pobreza de uma aldeia vizinha que pede ajuda para matar a fome, estas personagens são-nos apresentadas pelas suas acções, os seus diálogos, as suas reacções e pensamentos. Adorei compreender a mulher, a desconfiança e a angustia daquela vida limitada, gostei imenso de como o facto de a história nos ser apresentada aos olhos dele, nos dá algumas direcções que podem ser alteradas com o decorrer dos acontecimentos.
Aviso já que não são muitos os acontecimentos, não há grandes reviravoltas nem peripécias extraordinárias. Há, sim, a simplicidade das vidas diárias e das relações entre as pessoas. E eu adoro isso. Contento-me com pouco, que para mim é muito.
E desta vez não encontrei a imagem da capa do livro na net. Mas ainda está no comprimento de onda azul. Seguem-se os roxos.
Orquídea