Já contei. Fui este fim-de-semana à terrinha com o propósito de falar com os meus avós e ontem à noite fui lá a casa, com uma desculpa qualquer, para lhes contar. Apanhei a minha avó na cozinha e, depois de alguma conversa de ocasião, lá lhe disse que tinha uma coisa para lhe dizer. Expliquei-lhe que era importante para mim ser verdadeira comigo e com os outros, especialmente com quem eu gostava e com quem gostava de mim. E depois de um silêncio em que procurei as palavras certas lá lhe disse que namorava com a Papoila.
Levou a mão à cabeça e ao peito, mas manteve-se tranquila. Disse que não era o que queria para mim, mas que aceitava e compreendia que cada um é como é. Que aceita e respeita. Que quer é que eu esteja bem e que corra tudo bem, que tenha muita sorte na minha vida e que família é família. E que não vai contar ao meu avô (e eu deixei-lhe a ideia que não pretendo seguir com a minha vida para a frente às escondidas da família, com quem quero partilhar a felicidade desses momentos, mas não insisti, cada coisa a seu tempo).
Acabei por não falar com o meu avô e, por agora, fica assim. Agora a minha mãe e a minha avó já podem falar destas coisas "às claras", como disse a minha mãe. E a minha avó pode começar a entender a Papoila de uma forma que não conseguiu até agora por lhe faltar este pequeno dado na nossa história.
Eu fico um pouco mais leve. Estou quase livre dentro da minha família mais próxima. E corre tudo bem.
Orquídea
PS: Anónima Isabel, em resposta à tua pergunta, os meus pais têm à volta de 55 e 60 anos e os meus avós aproximadamente 85 anos.