segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coming Out: Avó


Já contei. Fui este fim-de-semana à terrinha com o propósito de falar com os meus avós e ontem à noite fui lá a casa, com uma desculpa qualquer, para lhes contar. Apanhei a minha avó na cozinha e, depois de alguma conversa de ocasião, lá lhe disse que tinha uma coisa para lhe dizer. Expliquei-lhe que era importante para mim ser verdadeira comigo e com os outros, especialmente com quem eu gostava e com quem gostava de mim. E depois de um silêncio em que procurei as palavras certas lá lhe disse que namorava com a Papoila.
Levou a mão à cabeça e ao peito, mas manteve-se tranquila. Disse que não era o que queria para mim, mas que aceitava e compreendia que cada um é como é. Que aceita e respeita. Que quer é que eu esteja bem e que corra tudo bem, que tenha muita sorte na minha vida e que família é família. E que não vai contar ao meu avô (e eu deixei-lhe a ideia que não pretendo seguir com a minha vida para a frente às escondidas da família, com quem quero partilhar a felicidade desses momentos, mas não insisti, cada coisa a seu tempo). 
Acabei por não falar com o meu avô e, por agora, fica assim. Agora a minha mãe e a minha avó já podem falar destas coisas "às claras", como disse a minha mãe. E a minha avó pode começar a entender a Papoila de uma forma que não conseguiu até agora por lhe faltar este pequeno dado na nossa história. 
Eu fico um pouco mais leve. Estou quase livre dentro da minha família mais próxima. E corre tudo bem.

Orquídea

PS: Anónima Isabel, em resposta à tua pergunta, os meus pais têm à volta de 55 e 60 anos e os meus avós aproximadamente 85 anos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fox vai à Paticure

Visto que as unhacas da Fox estavam já bastante crescidas, era imperativo levá-la à Paticure. E o que é que isso significa? Ora bem, a Fox tem uma personalidade muito forte e não permite que lhe cortemos as unhas, já que basta aproximarmos a tesoura para ela dar umas patadas e fugir. Visto que a donzela tem ainda alguma potência nas patas e como não somos pessoas de usar a força, usámos uma estratégia diferente... Vamos passear! É só pô-la no carro, dar uma volta ao quarteirão e fica logo tão petrificada que não se mexe, deitadinha no colo da Papoila, enquanto eu lhe trato das patas.
Bem, se calhar o trauma psicológico também não é a melhor solução. Mas pode ser que resulte, que da próxima vez estenda logo a patinha em casa para não ter de ir à rua!

Orquídea

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Os médicos também ficam doentes.

Desde a Gripe A que não me dava uma tão grande.
A minha faringe parece ter a textura de asfalto e cor de tomate maduro.

Papoila

Sessão da Noite: Grave of the Fireflies


Seguindo o conselho de uma grande amiga nossa, vimos ontem à noite o Grave of the Fireflies, um anime de 1988, sobre dois irmãos em luta pela sobrevivência durante a II Guerra Mundial no Japão.
Para quem costuma chorar, vai chorar muito. A guerra é uma coisa horrível e incompreensível. E quando perturba a harmonia de uma família tranquila somos incapazes de não nos sentirmos frustrados e revoltados. Gostámos muito da história, das personagens, da realização em si (a cena dos pirilampos é muito bonita) e ficámos presas até ao fim. Um drama que vale muito a pena.

Orquídea

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sessão da Noite: Sinatra em Nova Iorque

On the Town (1949)

Então e o Sinatra?, lembrei-me eu no outro dia. Faltava o grande Sinatra! Procurei então pelo filme em que ele canta a famosa New York, New York e encontrei este filme, com o Gene Kelly de quem já me tinha tornado fã. 
Três marinheiros têm apenas um dia para aproveitar Nova Iorque e, claro, apesar dos (escassos) interesses turísticos, são as mulheres o maior chamariz. Cantoria, dança (Gene Kelly, mais um vez, maravilhoso e com aquele rabo redondinho que eu confesso que já reconheço...), humor e uma visita às principais atrações turisticas de NY. Os ingredientes essenciais para um filme que poderia servir de apresentação de Hollywood e da América ao mundo.
E no final, apercebi-me... o Sinatra não canta *a* New York, New York que eu esperava, mas outra com o mesmo nome. Afinal, o Start spreading the news foi cantado originalmente por Liza Minelli no filme New York, New York, de 1977. Bem, pelo menos agora já sei!

Orquídea

Sessão da Noite: Hepburn's Funny Face

Funny Face (1957)

A.G., seguimos o teu conselho. O facto de ter o Fred Astaire e a Audrey Hepburn convenceu-nos. Mas, sabes, não foi dos melhores do género que vimos. Gostámos, sem dúvida, das qualidades performativas quer dele quer dela, mas não nos impressionou tanto como outros que vimos antes. E, apesar das qualidades na dança da Hepburn, a funny face não canta grande coisa... Por outro lado, a Kay Thompson, num papel secundário, foi uma boa surpresa que compensou a fraca voz da Hepburn (comprovem aqui na nossa cena favorita). De qualquer forma, é um filme bonito com uma cara bonita e uma história simpática que agrada e alegra. Obrigada pela sugestão!

Orquídea

Sessão da Noite: o Cabaret da Minelli

Cabaret (1972)

Na sequência dos musicais que temos visto, virámo-nos para este Cabaret, para conhecermos a Liza Minelli (filha da Judy Garland e do Vincent Minelli). Para nós que estavamos já habituadas a ver musicais comédias, este filme é bem mais dramático do que esperávamos. Uma artista de cabaret americana histriónica cruza-se com um inglês impressionável com quem partilha a pensão em Berlim no período entre as duas Grandes Guerras. Junta-se um milionário sedutor, uma alemã judia, um gigolo-wannabe e a crescente afirmação do movimento nazi no meio de tudo isto, sem esquecer do mestre de cerimónias arrepiante e, claro, as atuações provocantes, e temos o Cabaret!
Foi tão estranho, não só a história como até certos detalhes da realização e edição, que ainda hoje estamos a tentar perceber se gostámos ou não. Mas, sem dúvida, adorámos esta voz.

Orquídea

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A propósito...

Papoila: Amor, tenho que te dar uma lista dos cães que gosto, não é?
Orquídea: Estás-me a perguntar se eu preciso?
Papoila: Sim! Para me pedires em casamento! Tínhamos combinado...
Orquídea: O quê?
Papoila: Que me ias dar um cão! Um anel de pechisbeque e um cão de ouro!


Weimaraner

Nascem com os olhos azuis e, mais tarde, ficam amarelo-acastanhados. Podem nascer com esta cor acizentada amorosa. Adoram correr. São muito amistosos e muito inteligentes. Quero um destes, sim amor?


Papoila

Para te animar :)

Um dia faço um calendário naturalista com fotos minhas e da Fox.
Ao natural!
Papoila

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Today at work or 'how to be a secretary'


Hoje cheguei a casa muito aborrecida... daqueles aborrecimentos que deixam o coração apertado e um nó na garganta. Ora... pela terceira vez consecutiva, passei o dia de consultas a fazer de secretária. 

Sua Exmas. Docs. julgam-me menina de recados e, em vez de me ensinarem ou me deixarem fazer as avaliações, passam o dia a pedir-me coisas como: 1) vai chamar a doente; 2) vai buscar o papel à impressora; 3) vai chamar a enfermeira; 3) vai buscar a auxiliar; 4) traz-me uma mica; 5) troca-me este agrafador; 6) não gosto deste novo agrafador, arranja-me outro; 7) vai buscar a folha à impressora; 8) vai pedir para fotocopiar esta folha; 9) vai dizer à senhora X que tem que se inscrever; 10) diz à senhora Y para voltar; 11)traz-me o impresso de consentimento informado; 12) traz-me o papel da anestesia; 13) atende o telefone; 14) (isto continua, por muito tempo!).

Entre isto, ainda ouvi algumas bocas sem qualquer sentido e/ou completamente despropositadas. E passei por incompetente, simplesmente por não conhecer qual o sistema/dinâmica da consulta (como haveria de conhecer se esta foi apenas a 3ª vez em que lá estive?! - há coisas que não se aprendem por osmose...)

Depois de uma manhã (e meia tarde) neste esquema - em que estive constantemente a levantar-me da cadeira e a fazer favores, em vez de estar a assistir à consulta e a aprender alguma coisa (que era a minha função ali) - dizem-me que estive muito abólica (de abulia). 

Abólica?! ... [eu, incrédula]

Muito dizem dos médicos - Ganham bem! Têm uma vida fácil e relaxada! ... O tanas! A verdade é que, para se chegar alto, se pena MUITO. Se gastam muitas horas na tortura do estudo. Se engolem muitas queixas. Se toleram muitas injustiças. Se faz o trabalho do próprio, e o do chefe, não ficando com nenhuns louros. Se tem uma qualidade de vida má (os que a têm boa, estão em cargos de chefia ou orientação). Se tem uma responsabilidade tramada e uma carga emocional que, até para os durões, tem o seu peso.

Voltaria a escolher este caminho... mas há dias que não são fáceis. Especialmente quando não reconhecem a nossa posição de estudante e, em vez de merecerem os 1000 e muitos euros que recebem para nos ensinarem, fazem de nós utilitários. E, mais, quando questionamos alguma coisa temos direito a respostas tão secas, curtas e directas que a vontade de perguntar mais alguma coisa é desde logo abolida.

Vida... E o pior é que ainda me faltam uns bons anos nesta condição!

Papoila

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sessão da Noite - Our Hospitality


Não esperavamos divertirmo-nos tanto com um filme mudo. Este filme de 1923 é um dos primeiros de Buster Keaton, um dos maiores atores de comédia desta era do cinema. Um romance entre duas famílias em disputa, que decorre por volta de 1830, leva Keaton a uma situação caricata, em que se encontra dentro da casa da família rival onde o patriarca e os seus filhos o querem matar.  Mas, como a sua moral os impede de o fazer dentro da sua própria casa (onde Keaton aproveita para fazer a corte à jovem senhora da família), têm de esperar que ele saia. O filme tem muita piada e uns stunts incríveis. Chamamos especial atenção à cena da queda de água.
Factos curiosos: foi criado um protótipo da primeira bicicleta de sempre, como se pode ver na imagem, e da primeira locomotiva do mundo. Não há duplos e  ele esteve quase a morrer afogado, na tal cena que referimos, porque o cabo de segurança rompeu-se. Enfim, muitas razões para este filme se tornar tão especial. Recomendamos!

Orquídea

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um quase acidente


É já a segunda vez que me acontece, no regresso do trabalho, um carro acelerar, ultrapassar-me e, logo a seguir, virar à direita. Mesmo a 1/2 metros de mim, obrigando-me a travar de repente. 

Mas há assim tanta pressa? Não podem esperar dois segundos até eu passar o cruzamento?!

Não se tem respeito nenhum pelos ciclistas e, mais, não se tem noção do perigo em que às vezes os põem.

Papoila

9a.m. - 4p.m. - Gynecologic Surgery

Rodin

Hoje foi um dia de trabalho muito sui generis.

Gostava de vos contar um bocadinho das histórias, mas por respeito não o farei. Desabafo apenas que foi um dia cheio de emoções. Lidar com pessoas (e seus problemas, que nem sempre são só médicos) não é fácil. 

Alegria. Esperança. Desespero. Saudade. Tristeza. Ansiedade. Frustração. Ignorância. Ingenuidade. Velhice. Medo. Incompreensão. Doença. Mentira.

Houve de tudo.

As mulheres são seres muito especiais...

Papoila

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

De volta ao princípio

Voltei a ao mesmo objectivo de quando entrei para a faculdade.
Agora sim, tenho a certeza. Quero ser Ginecologista/Obstetra.
É uma especialidade *absolutamente espectacular*.
Olhem só o que poderei fazer (se lá chegar).


Partos.
(e ter que me controlar para não chorar de alegria, como os pais)


Cesarianas
(e quando forem trigémeos? =D )


Ecografias Morfológicas
(é fascinante ao ponto de se ver perfeitamente o coraçãozinho a bater, e o bebé a beber o líquido amniótico)

E isto para não entrar na parte ginecológica... que com todos os procedimentos cirúrgicos é *mesmo muito* interessante.

Preciso de muito estudo e alguma sorte. Vamos ver.

[E agora, só para deixar a piadinha à minha xuxu =P ...]


Papoila

Quem tem saudades da Lady Fox

Pois é, já lá vai um tempo desde a última vez que vos demos as boas novas da nossa menina. Ora... indo directamente à questão: a Fox descobriu que tem dentes. Agora, tudo o que é de madeira é alvo de umas trincas, particularmente quando a menina é contrariada ou há algum atraso na administração da refeição. Não anda fácil. Para somar, anda com uma ciumeira tramada do computador. Não nos pode ver agarradas à máquina que, em menos de um piscar de olhos, lá está ela a saltar para cima do PC e a lamber-nos os dedos. Tirando isto, anda óptima e recomenda-se. Cada vez mais esperta e amorosa! Ora, deliciem-se...



Mamã, pára de estudar e faz-me festas! Olha eu aqui tão a jeito e a fazer olhinhos de gato shrek...


Lá estão elas outra vez... mas que tem esta coisa de tão interessante?! Olhem para mim aqui...



Ahhh.... assim sim... esticar as pernocas para me espreguiçar... Que rica vida.


Ops... se calhar não devia ter saltado para cima da coisa... Mas, mamã, atão e as festas?


Mas...


Humm! Yammi! Que bons são estes biscoitos das tias Margens!

Papoila

Próximo Passo: Avós


Está na hora de lhes contar. Tenho pensado muito nisso nos últimos meses. Quero andar com a vida para a frente. Tenho uma relação estável, já com mais de 5 anos de construção, tenho projetos para o futuro, quero casar e ter filhos. E quero partilhá-lo com a minha família, para que a alegria seja de todos, que possamos desfrutar todos de uma vida cheia de amor, sonhos e esperança. Não sou pessoa de segredos, de mentiras. Não quero "esperar que os avós partam", não só por, felizmente, não o prever nos tempos mais próximos, mas especialmente porque não sinto que seja justo ocultar algo tão importante para a minha vida dos meus avós. Especialmente quando sei que a minha mãe, que tem sido incrível, também precisa dos seus pais, de desabafar com eles, e que existe este entrave. Tenho de ganhar coragem.
A minha mãe já me disse que, quando a minha avó perguntar, lhe conta. Mas, se ela não perguntar nada entretanto, espero ir a tempo de ser eu própria a contar. É o mais correto. Não faço ideia que palavras vou usar, mas tem de ser. Tendo em conta todo o amor que sempre me mostraram, só pode correr bem. Mas estes momentos antecedentes geram tanta ansiedade e medo...
Veremos.

Orquídea

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sessão da Noite - Jerry Lewis e Fred Astaire

Tal como nos foi pedido, aqui fica a indicação dos filmes que temos visto ao longo das nossas noites de cinema:


Por sugestão da Mafalda, fomos em busca de filmes do Jerry Lewis. Dentro da tal Lista, encontrámos este, Artists and Models, de 1955. Um filme bem disposto, com um Jerry muito expressivo (lembrou-me o Jim Carrey em certas alturas), umas canções de vez em quando e um romance típico de filme de Hollywood. Aqui ficam duas pérolas do filme: a Innamorata interpretada pela Shirley e um jogo do telefone que acaba na banheira!


Smile, também não nos esquecemos da tua sugestão! Terminámos agora de ver o Top Hat e ficámos naturalmente encantadas com a leveza do Fred Astaire. Aprendi nas aulas de dança de salão que um bom dançarino é quem consegue fazer a mulher brilhar, mas, realmente, confesso que a naturalidade de Astaire me prende mais a atenção do que a elegância da Ginger Rogers (excepto quando é Cheek to Cheek, que aquele vestido não passa despercebido).

Vamos agora que terminar o The Gods Must Be Crazy para nos iniciarmos nos filmes do Bucha e Estica e do Buster Keaton. Daremos notícias e obrigada por todas as sugestões!

Orquídea

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um Mês

Faz um mês que comecei a trabalhar na minha especialidade. Muito trabalho intelectual, muita informação nova, muita vontade e entusiasmo de aprender mais e depressa, pouco tempo para perder.
Continua a correr tudo muito bem. Gostava muito de vos contar tudo o que tenho vivido, mas guardo-o para mim. De qualquer forma, fica o essencial: I love my job!

Orquídea