Terminei, finalmente, o livro "A Ciganita" de Miguel de Cervantes, outro livro da colecção da Quasi que saiu com o Público (penso eu) no Verão passado.
Pois é, afinal há mais para além do Don Quixote no legado do Cervantes. Este conto é sobre uma ciganita (lá está...) de 15 anos, muito formosa e que deslumbra qualquer pessoa que a oiça cantar e que olhe para a sua beleza, e que, certo dia, é pedida em casamento por um jovem nobre. Sendo muito esperta e inteligente para a sua idade, não aceita de imediato e exige ao seu pretendente que passe dois anos como cigano e, só então, casará com ele. Muito apaixonado como está, ele não hesita em deixar a família e a integrar-se como pode à vida de cigano.
A escrita erudita e a ausência de capitulos (que sempre me ajudam a escolher o sitío onde parar quando não posso ler tudo de seguida) tornam o conto muito rico e floreado. Saliento as falas da ciganita, sempre pronta a mostrar a sua maturidade e inteligência perante todos, o que contrasta com a inocência e fragilidade geralmente associada às personagens desta idade em textos mais clássicos - não nos podemos esquecer que, enfim, é cigana e a arte é muito bem transmitida entre gerações - .
A história não me estava a cativar por aí além, mas confesso que o fim me prendeu a atenção, não só pela rapidez com que as situações decorrem (e a ver que já falta pouco para terminar o livro e não fazer a minima ideia do desfecho é sempre um bom motivo para ler mais depressa), mas também pela reviravolta que, confesso, apesar de ser muito curiosa, não deixa de tirar algum encanto à história de amor. Não posso dizer mais porque não quero ser spoiler...
É pequenino, fácil de ler (se a escrita não aborrecer os mais sensíveis), é uma boa opção para conhecer um pouco deste autor antes de cavalgar nas longas páginas do "Don Quixote de la Mancha".
Orquídea
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Há 2 dias
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