Após "A Ciganita", seguiu-se o "Coração Débil" do autor russo Fiódor Dostoiévski. Já tinha lido um livro dele, "O Jogador", que me tinha entusiasmado por ser notória a diferença de escrita, suponho eu por ser um autor russo, com uma cultura muito diferente da nossa, da Europa Ocidental. Estava, por isso, curiosa para ler este pequeno conto (poucas páginas, tamanho de letra gigante).
Este livro fala sobre dois amigos muito próximos e como vivem o recente noivado de um deles. As emoções são muito diversas e opostas ao longo da história, descritas de forma muito intensa e exacerbada, o que foi um turn-off desta vez para mim. Confesso que admiro a capacidade do autor de exprimir tão bem cada emoção, mas não sei até que ponto me convence a excitação sufocante de ambos pelo noivado e a angústia extrema de um deles por uma coisa que, apesar de intimidante de certa forma, não merecia tamanha reacção. Fez-me lembrar de algumas situações de grande ansiedade por que passei, que me assustaram pelas minhas próprias reacções, mas que me despertaram para esse mesmo extremismo, que nos pede uma pausa para pensar; faltou no livro essa consciência e a tentativa de fugir do descontrolo. Mas, lá está, talvez seja a diferença do olhar europeu ocidental e oriental de ver as coisas, de analisar as situações, talvez seja apatia a mais do nosso lado e não efusividade a mais do lado de lá. De qualquer das formas, tanto êxtase cansou-me durante a leitura e o fim não me satisfez muito, apesar de ser um bom livro para ler numa viagem de comboio longa. Mas não esquecer de ter logo outro ao lado para começar caso o fim deixe os olhos a pedir algo novo.
Orquídea
PS1: Adoro as imagens que estão no topo dos livros desta colecção. Adorei especialmente a deste livro, mas não encontro em lado nenhum o autor. Alguém conhece?
PS2: Sim, estou a ler esta colecção por ordem de comprimento de onda... É a ordem em que está na prateleira!
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Há 2 dias
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