sábado, 11 de abril de 2009

Washington Square - Henry James

Que saudades de ler em inglês! Já tinha este livro em casa há algum tempo, oferecido por um amigo meu (ou amiga? damn, já não me recordo... já foi há algum tempo), e como o bichinho da exquisite literature já pulava dentro de mim, alimentei-o com este clássico (dizem eles na capa) de Henry James, um autor americano naturalizado no fim de vida em Inglaterra, de 1880.
Dizia na contracapa que o autor tinha conseguido capturar a natureza feminina como não se via desde Jane Austen. Fiquei curiosa e não posso deixar de comentar o livro sem os comparar.
É um romance, um amor impossível ou quase. A filha única de um médico viúvo, sem grande atributos físico nem intelectuais, é cortejada por um jovem que se diz muito apaixonado e dedicado à jovem, mas o pai da rapariga não aceita este namoro nem o casamento, pois, como o rapaz não tem posses e tem uma vida passada recheada de luxúria e gastos excessivos, não acredita na mudança de hábitos nem nas boas intensões do rapaz, chegando inclusivamente a ameaçar a filha de a deserdar. No meio temos uma tia muito intrometida e que acredita no romantismo e, portanto, faz de tudo para que o parzinho fique junto e feliz.
São personagens muito bem construidas. Até ao fim do livro não sabia no que havia de desejar para a rapariga, não sabia em quem acreditar, não sabia se o rapaz sempre tinha boas intenções ou não. A Aunt Lavinia foi, para mim, a personagem que mais mexeu comigo, por ser a pessoa mais irritante e metediça que alguma vez se apresentou em livro. A rapariga cresce muito ao longo do livro, a minha opinião sobre o pai difere ao longo do livro também (de respeitoso a egoísta) e a estória manteve-me presa ao livro a semana toda. Porém, não é um clássico da Jane Austen. Não há muito a acontecer, não tem episódios marcantes, não há grandes reviravoltas, não há histórias paralelas para tomar atenção. É aquilo e pronto. Ele conversa com ela, ela conversa com ela, ele conversa com ele, dois viajam, dois voltam, e o resto não conto. Faltou-me um pouco de novela, confesso, pareceu-me um romance muito simples e directo. Prende, porque queremos saber o desfecho (mas casa ou não casa?! deserda ou não deserda?!), mas sinto que falta mais enredo. Adorei o inglês, adorei conhecer um pouco mais da cultura americana (pelo que costumo ler, até agora estou mais dentro da cultura inglesa), adorei entusiasmar-me ao conhecer as personagens. Da próxima, espero que apareçam mais!

Orquídea

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