Não julguei que guardasse tantas memórias de lá. Afinal tinha saudades. Passámos em frente ao restaurante onde dançámos juntas a segunda vez. Sim (lembrei-me depois), porque a primeira foi naquela grande sala de espectáculos onde pulámos com uma alegria que eu ainda não compreendia. Recordei-te encostada ao meu ombro, sob a minha capa negra, adormecida e irresistível, dois dias antes daquele momento... E lembro-me do teu sorriso quando decidimos comprar o caderno onde iríamos escrever-nos na linguagem que acabáramos de inventar. Escreveste apenas tu nesse caderno, que eu tenho guardado em minha casa há demasiado tempo. E relembro a confusão da noite académica, onde tivemos direito a uns pins após dar-nos os nossos e-mails falsos, e relembro-nos deitadas no muro junto ao rio a ouvir A Naifa no meu mp3 e a brincar com luzes vermelhas, e relembro o passeio de bicicleta e o Oceanário e o Chai... Tenho mais história aqui do que julgava. E estás presente em tantos lugares deste passeio.
Voltaremos em breve para caminharmos com calma. E, de preferência, sem frio.
Voltaremos em breve para caminharmos com calma. E, de preferência, sem frio.
Orquídea
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