Que livro tão bom.
Pois bem, era este o livro que estava na minha mesa de cabeceira à espera do final dos exames para me voltar a prender a atenção. E o que podemos encontrar neste building? Muita muita gente!
Esta é a história dos residentes deste edifício do Cairo. Temos pobres e ricos, homens e mulheres, jovens e velhos, honestos e criminosos, muçulmanos e terroristas, mulherengos e gays. Sim, um livro de um país muçulmano, preso ainda a tanta tradição, que nos fala de homossexualidade. E não só. Fala de todos os defeitos de um Egipto corrupto, injusto, comandado por quem pode e não por quem devia. O livro chocou quando foi publicado porque fala de tudo o que ainda é tabu no país. Mas sobreviveu, tornou-se um bestseller e um filme. E vale bem a pena conhecê-lo.
Geralmente os livros iniciam-se com uma apresentação das personagens, um início de história que cresce para um clímax de onde esperamos uma resolução e, no final, há uma queda bem aparada da nossa ansiedade e preocupação com o resultado da história num final minimamente feliz. Pois bem, não foi nada disto que senti neste livro. Começou por me apresentar as personagens na sua faceta original, bonita (em alguns casos), mas não seguiu essa linha. Há tristeza, há revolta, há dor por compreendermos que não há nada a fazer, o mundo é assim, não há por onde fugir, as personagens têm de passar por tudo isto. A um par de páginas do final não queria mesmo acreditar que teria de acabar assim, com aquela sensação de insatisfação e impotência que temos quando nos cortam as asas com a crueza da realidade. Porque os livros fazem-nos sonhar, mas este lembra-nos o mundo onde vivemos. Ou melhor, em vez de ficar a sonhar com um mundo que leio, fico feliz por, apesar de tudo, ter muita sorte em viver no mundo em que vivo.
Não sei se o texto desmotiva a leitura, mas é exactamente o contrário que pretendo. É um livro maravilhosamente bem escrito, com uma dinâmica, uma evolução, uma abrangência que impressiona. E é uma outra cultura, outra religião, outras tradições e formas de pensar. Vale muito a pena.
Next stop: Estónia. Um livro oferecido que também tem uma personagem gay. Mas será que desconfiaram de alguma coisa ou é apenas coincidência?!...
Orquídea
Pois bem, era este o livro que estava na minha mesa de cabeceira à espera do final dos exames para me voltar a prender a atenção. E o que podemos encontrar neste building? Muita muita gente!
Esta é a história dos residentes deste edifício do Cairo. Temos pobres e ricos, homens e mulheres, jovens e velhos, honestos e criminosos, muçulmanos e terroristas, mulherengos e gays. Sim, um livro de um país muçulmano, preso ainda a tanta tradição, que nos fala de homossexualidade. E não só. Fala de todos os defeitos de um Egipto corrupto, injusto, comandado por quem pode e não por quem devia. O livro chocou quando foi publicado porque fala de tudo o que ainda é tabu no país. Mas sobreviveu, tornou-se um bestseller e um filme. E vale bem a pena conhecê-lo.
Geralmente os livros iniciam-se com uma apresentação das personagens, um início de história que cresce para um clímax de onde esperamos uma resolução e, no final, há uma queda bem aparada da nossa ansiedade e preocupação com o resultado da história num final minimamente feliz. Pois bem, não foi nada disto que senti neste livro. Começou por me apresentar as personagens na sua faceta original, bonita (em alguns casos), mas não seguiu essa linha. Há tristeza, há revolta, há dor por compreendermos que não há nada a fazer, o mundo é assim, não há por onde fugir, as personagens têm de passar por tudo isto. A um par de páginas do final não queria mesmo acreditar que teria de acabar assim, com aquela sensação de insatisfação e impotência que temos quando nos cortam as asas com a crueza da realidade. Porque os livros fazem-nos sonhar, mas este lembra-nos o mundo onde vivemos. Ou melhor, em vez de ficar a sonhar com um mundo que leio, fico feliz por, apesar de tudo, ter muita sorte em viver no mundo em que vivo.
Não sei se o texto desmotiva a leitura, mas é exactamente o contrário que pretendo. É um livro maravilhosamente bem escrito, com uma dinâmica, uma evolução, uma abrangência que impressiona. E é uma outra cultura, outra religião, outras tradições e formas de pensar. Vale muito a pena.
Next stop: Estónia. Um livro oferecido que também tem uma personagem gay. Mas será que desconfiaram de alguma coisa ou é apenas coincidência?!...
Orquídea
2 comentários:
[eu também fui ver ontem e também me emocionou...:) *]
[ Não foste ao Alvaláxia, não? =P * ]
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