O tempo passa por nós e muda-nos. Não somos já as mesmas que se olhavam durante horas, a poucos centímetros de distância, com o coração quente incompreendido, com medo de cada pequeno beijo na bochecha ainda segura. Já não somos iguais a quando nos caía o coração ao chão sempre que alguém entrava durante uma conversa doce, sempre que se ouvia um ruído lá fora durante um beijo escondido. Não somos as que temiam os olhares, os julgamentos, a solidão, a incompreensão.
Já passou algum tempo, meu bem. Crescemos muito. Estamos bem acompanhadas e livres, até certo ponto, de sermos quem somos. Faltam passos para dar e o compasso de espera angustia-nos. Passamos demasiadas horas à espera, a adiar, a precaver, a esconder. Custa. Sempre fomos verdadeiras e isto não somos nós. Mas chegaremos lá. E, eventualmente, tudo acabará bem. Faremos por isso.
Gosto de recordar cada passo de valsa lenta que demos. Sorrio, sinto um pouco o nervoso miúdo que me gelou em algumas ocasiões, acalmo por tudo ter corrido bem. Tem sido um bonito percurso.
E depois há dias como o de hoje, em que olhar se prende mais uma vez. Como se fosse a primeira. Em que os gestos se prendem para te olhar apenas, com a calma e a suavidade que nos adocica e exalta o coração, me aproximo, vagarosamente, para encerrar os olhos e sentir-te. Como da primeira vez.
És-me.
Já passou algum tempo, meu bem. Crescemos muito. Estamos bem acompanhadas e livres, até certo ponto, de sermos quem somos. Faltam passos para dar e o compasso de espera angustia-nos. Passamos demasiadas horas à espera, a adiar, a precaver, a esconder. Custa. Sempre fomos verdadeiras e isto não somos nós. Mas chegaremos lá. E, eventualmente, tudo acabará bem. Faremos por isso.
Gosto de recordar cada passo de valsa lenta que demos. Sorrio, sinto um pouco o nervoso miúdo que me gelou em algumas ocasiões, acalmo por tudo ter corrido bem. Tem sido um bonito percurso.
E depois há dias como o de hoje, em que olhar se prende mais uma vez. Como se fosse a primeira. Em que os gestos se prendem para te olhar apenas, com a calma e a suavidade que nos adocica e exalta o coração, me aproximo, vagarosamente, para encerrar os olhos e sentir-te. Como da primeira vez.
És-me.
Orquídea
4 comentários:
Ufa, cada palavra, cada palavra. Compreendo cada palavra. Força! :)
O amor não deveria de ser uma coisa que se tem de esconder..
Força e coragem, até que chegue o dia em que possam ser livres, sem o "até certo ponto". :)
O amor não deveria de ser uma coisa que se tem de esconder..
Força e coragem, até que chegue o dia em que possam ser livres, sem o "até certo ponto". :)
Triste o mundo em que os gestos de amor (qualquer amor) são olhados de lado mas a violência é tida como algo reconfortantemente sempre presente.
Sim, que se chamares nomes aos berros pela janela do carro ao condutor que deixou o carro ir a baixo à tua frente és uma pessoa perfeitamente normal, mas se deres um beijo à tua namorada na fila do supermercado aí já estás a provocar as pessoas.
Ai, ai... o melhor mesmo é comer pipocas e pronto. Hummpft!
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