domingo, 31 de março de 2013

A Casa


Já estou cansada de fazer a cama no primeiro andar. Estou cansada de não termos espaço, de inventarmos espaço, de adiar prendas por não termos espaço. Queria-nos, às duas, exclusivamente. Tenho saudades de uma mesa de cabeceira e um livro para ler à noite. De deixar as portas abertas e de tocar guitarra sem pensar nos decibéis. De uma mesa espaçosa com convidados. Da tua criatividade ao fogão. 
Tenho saudades de um espaço nosso que sinto que já tivemos. Mesmo que seja apenas o sonho que vimos construindo para nós. 
Eu sei, falta pouco. Mas anseio pelo dia em que, depois de partilharmos casa, teremos direito ao nosso lar. Exclusivo.

Orquídea

quinta-feira, 28 de março de 2013

A Ironia da Balança


Cada vez mais me convenço que isto da vida... é como uma balança. Raramente de extremos, mas muitas vezes um pêndulo incerto, imprevisível, tombando de um lado para o outro e movendo com ele as nossas esperanças, alegrias e tristezas, planos e desejos. No fundo, a certificar-se que nunca a vida se torna aborrecida - para o bem e para o mal.

Hoje tive uma notícia das que puxa um dos lados da balança como um peso, dos difíceis de equiparar. É incrível como hoje tudo está bem - com a música, a primavera, a perspectiva da viagem, o amor - e amanhã já repousa uma capa preta sobre tudo isso.

Não sei qual o segredo que permite que vamos passando pela vida sendo maioritariamente felizes. É que há coisas que, com força desmedida, nos puxam para o lado oposto.

Veremos como correm as coisas com o meu tio.

Papoila

quarta-feira, 27 de março de 2013

Coisas boas do momento


A Primavera a chegar de fininho!
A minha viagem a um dos maiores centros culturais e artísticos da Europa a aproximar-se a passos largos.
Já quase que sinto o meu abraço à SJ, que saudades!
Rever a ML, passados 2 anos, e encontrar a mesma pessoa.
Passar o tabuleiro da ponte com a Vodafone.FM a acompanhar-me!
As voltinhas de bicicleta pelas 18h.
Os cães, cachorrinhos e mini-pseudo-canídeos do jardim.
Ver que a roupa está, finalmente, a servir-me de novo! :]
Os doentes a gostarem de mim e a pedirem para ficar.

Há dias em que a vida nos sorri!

Papoila

segunda-feira, 25 de março de 2013

E quem é que eu vi ontem?!

Quem é que passou mesmo ao meu lado em determinado centro comercial, de forma a eu comprovar que que a maquilhagem é absolutamente desnecessária?
É verdade, a Iva. Com o seu namoradinho todo musculado ao lado. E mesmo se não tivesse o namoradinho ao lado, o comentário imediato do meu irmão ajudou a ter a certeza que era mesmo quem eu pensava: "É boa boa boa!..."

Orquídea

domingo, 24 de março de 2013

Que comecem os preparativos...

... para o VI Encontro de Bloggers! Estivemos a ver as datas e, infelizmente, só temos disponibilidade em maio... Mas como não queremos deixar passar mais oportunidades, damos inicio às votações. Como de costume, existe um questionário onde podem e devem deixar as vossas sugestões e preferências de forma a que seja, mais uma vez, o melhor encontro de bloggers de sempre! Para quem já foi, será um bom dia para nos reunirmos de novo e aproveitar a diversão do costume. Para quem se vai estrear nestes eventos, estamos à vossa espera de braços abertos!
Contamos convosco?

Orquídea e Papoila

sábado, 23 de março de 2013

Estou a precisar de férias


Parece que afinal também é preciso de descansar de um trabalho que se gosta. É verdade. Isto exige muita energia mental. Estou a precisar de pôr a cabeça de molho. E de receber umas massagens. Relaxar. É isso, relaxar.
Já falta pouco.

Orquídea

terça-feira, 19 de março de 2013

"Isso é tão Gay"

Ash Beckham explica como usar e não usar a palavra gay. Watch and learn!

Orquídea

domingo, 17 de março de 2013

Quem já tem saudades...

...de um encontro de bloggers? Alguém alinha numa eventual celebração da Primavera?

Orquídea

quinta-feira, 14 de março de 2013

A propósito do Chico


E a propósito dos posts da Nikkita e da Filipa...

A religião é muito diferente da igreja. A fé que alguém tem num deus que olha por si, que cuida, essa fé que já vi em muita gente amiga (católica, protestante e muçulmana) é algo que dá uma força e uma tranquilidade que por vezes invejo. Essa fé não tem nada a ver com santos e pecados, céu e inferno, sagrado ou profano. Tem a ver com uma segurança de que o percurso que se corre é o destinado, o indicado, com todas as suas injustiças e surpresas, com todos os seus desafios e recompensas. É saber que se constrói esse percurso e se superam os percalços, é adormecer em paz por se saber ter feito o melhor possível. É confiar que há uma entidade que lá está para ajudar a percorrer esse caminho. 


O que dói na igreja católica é o facto de se apropriar de uma mensagem de amor, tolerância e partilha e transformá-la em discriminação, dogmas e leis que servem apenas alguns interesses. Um novo Papa traz a tod@s nós uma esperança de mudança. Não acontecerá tão cedo, mas já ficaria tão feliz se este novo Papa não dedicasse o seu discurso de Natal a dizer o quão erradas são as famílias de casais do mesmo sexo. Já ficava muito satisfeita se o discurso se focasse nas reais mensagens do cristianismo e não nas interpretações rígidas e descontextualizadas que insistem em assumir como verdades absolutas e indiscutíveis. Digo eu, que nunca me identifiquei como católica, nem mesmo antes de me aperceber da minha orientação sexual. Mas seria tão bom se a humildade e o bom senso descessem à terra "santa".

Orquídea

A doutora já é doutora de alguém

Dei hoje a minha primeira consulta. Agora sim, há alguém por esse Portugal a dizer que a dra. Orquídea é a  sua médica. Estou tão crescida.

Orquídea

quarta-feira, 13 de março de 2013

Que bom.


Que bom conversar contigo. Tens-me feito muita falta, há já demasiado tempo. E a falta moía e remoía cá dentro. Ouvir-te de novo, regressar ao nossos tempos, à nossa forma de ser, reconfortou-me. É algo demasiado singular e especial. Tão especial que dificilmente encontrei uma imagem para ilustrar este post sobre ti, sobre nós. Vê só, tive de recorrer ao que mais nos liga. Uma história de que nos apropriámos e que recontámos nos nossos gestos e palavras.
Enfim, há amizades que não cabem na sua definição. Transbordam-se.

Orquídea

terça-feira, 12 de março de 2013

Já está!

Depois dos episódios de ontem, decidi não deixar a oportunidade passar novamente e hoje, como o assunto regressou, não fugi. Usei o método Tcharam e parece-me um bom potencial para próximos coming outs. Estou satisfeita!

Orquídea

segunda-feira, 11 de março de 2013

E pronto...

... Já começo a evitar certos assuntos no trabalho para não ter de contar que tenho uma namorada. Porque mentir, não minto, mas caio na tentação de omitir. Não me orgulho nada disto...

Orquídea

domingo, 10 de março de 2013

Atonement (7,8 imdb rating)



Já deve ser conhecido o meu amor pela história do início do século XX. Com isto vem, claro, as grandes guerras - em particular a segunda grande guerra, que nos é mais próxima. Ontem vi, pela primeira vez, o Atonement. Quanto a factos históricos, não é uma grande referência. Mas vale pela beleza das imagens, pelo cenário, pelo enredo, pelo guarda-roupa e pela Keira Knightley (é difícil não reparar nela). 

Papoila

Eternal Romantic

Ainda sinto as borboletas na barriga. 
As sobrancelhas em jeito enternecido. 
Os olhos molhados. 
O calor no peito. 
A ânsia do beijo e do abraço.
O amor à luz da vela.
O vento e os cabelos a voar.
O perfume.
Papoila

sexta-feira, 8 de março de 2013

I Ciclo de Cinema FMUL in Colors

Temos o orgulho de divulgar o primeiro ciclo de cinema LGBT da organização FMUL in Colors, o núcleo LGBTS da Faculdade de Medicina de Lisboa. Os filmes serão exibidos no edifício Egas Moniz (o edifício nas traseiras do Hospital de Santa Maria, qualquer duvida perguntem) às 18h, de 2ª a 5ª-feira da próxima semana.
Alguém com vontade de uma sessão de cinema?

Orquídea

quinta-feira, 7 de março de 2013

O que fazer...?

... num dia de chuva, quando a vontade é pouca e o desinteresse cresce. Onde ir quando o habitual aborrece? O que anima quando tudo se repete?
Ai, o marasmo...

Orquídea

Livro de Cabeceira


Cada um tem suas pancadas.
Papoila

It looks like it's the only way out








Papoila

quarta-feira, 6 de março de 2013

O meu carro,

... ainda cheira ao teu carro. A ver se abro pouco as janelas.

Papoila

terça-feira, 5 de março de 2013

Childish friendly confession


Penso em ti muitas vezes. É inevitável não o fazer quando ando por Lisboa. Quando passo por Alvalade ou por Entrecampos. Quando vou a exposições. Quando há um pôr do sol bonito sobre o meu jardim. Quando oiço uma música que acho que ias gostar. E sempre, sempre, que oiço Feist ou Justin Vernon. Quando como um pastel de Belém (por aí não há destes, aposto).  Quando me falta companhia para passear sem destino. Quando vejo cinema francês. Enfim.

Agora que trabalho mesmo em frente do lugar onde te conheci, é difícil que esse teu sorriso não me apareça com frequência (sim, porque esse sorriso... ainda temos que ter uma conversa sobre isso). Depois fico nostálgica e de peito oprimido, bem apertadinho, a somatizar a saudade (que lá isso eu sei fazer). É que, sabes, poucas pessoas sabem dar aqueles abraços. E, uma vez conhecendo esses abraços (em que se dá tudo, despretensiosamente), não se esquece a sensação de conforto e de carinho que vem com eles. É assim... um género de nirvana. Quando me faz falta um desses abraços, é como se tivesse um íman no peito que se vira para todo o lado à procura de um outro com o qual se juntar... mas que não encontra. E então fica essa pulsão que destabiliza, e que só gradualmente desaparece. 

Oh well, what am I saying...

No outro dia lembrei-me: Espanha é, agora, o teu novo Alentejo. Tu, que te queixavas tanto do Alentejo! Ah!

Bem, que Abril venha depressa. E que os Avecs arranjem fibra óptica e comam menos queijo... que, ou uma coisa ou outra, está a afectar a tua capacidade de te manter em contacto com as praias lusitanas, catano!

Papoila

sábado, 2 de março de 2013

Food for thought

Estas ultimas semanas estive a fazer um estágio de psiquiatria e, como estava em contexto, aproveitei para evangelizar o povo.

Papoila: Ah! Dra, já agora, qual é a sua opinião acerca da parentalidade por casais do mesmo sexo?
Psiquiatra: Olha, não sou a favor...
Papoila: Então, mas por que razão?
Psiquiatra: Aaa... porque acho que, para o correcto desenvolvimento de uma criança, é necessário a presença de um papel masculino....
Papoila: Sim, Dra, concordo que é importante que qualquer criança tenha contacto com ambos os sexos... Mas as crianças não estão isoladas. Num casal de mulheres com uma criança, por exemplo, esse papel pode ser representado pelo tio, pelo avô, pelo professor, pelo amigo...
Psiquiatra: Pois, mas as crianças não têm um desenvolvimento normal...
Papoila: Olhe, aí é que se engana. Existem já vários estudos que reportam que as crianças têm um desenvolvimento completamente normal. Apontam apenas para duas diferenças: são crianças muito mais tolerantes e não esteriotipadas quanto ao papel do homem/mulher.
Psiquiatra: Mas esses estudos já são antigos...
Papoila: Olhe que não, existem muitos estudos recentes. Se quiser eu até lhos posso mostrar. Ou enviar para o e-mail, se preferir... E, se pensar nas crianças que são criadas pela mãe e pela avó, elas têm um desenvolvimento como qualquer outra criança...
Psiquiatra: Mas num casal de mulheres, por exemplo, uma delas tende sempre a desempenhar o papel do homem...
Papoila: Posso dizer-lhe, por experiência própria, que isso não é nada assim. É certo que pode acontecer, mas não é a norma...
Psiquiatra: Pois, eu já sou velha... Esta é a minha opinião.
Papoila: A Dra. não é nada velha. Imagine, Dra, que a sua filha era homossexual. Podia acontecer...!
Psiquiatra: Pois... podia. Não tenho nada contra isso... as pessoas têm o direito de fazer o que quiserem.
Papoila: Pronto, imagine que ela era homossexual. Não acha que ela tem competências suficientes para criar e educar uma criança? Ia privá-la de ser mãe? Para muitas pessoas a realização pessoal passa pela parentalidade...
Psiquiatra: (silêncio)
Papoila: (Job completed. Mais uma que ficou desarmada...!)

Papoila