domingo, 31 de julho de 2011

Agosto em Família

Este mês terei a Papoila debaixo do meu tecto, juntamente com o resto da minha família. Fico tão feliz quando tomamos o pequeno-almoço com a minha mãe ou quando ela consegue pôr o meu pai a rir. Guardo com muito carinho cada momento destes, reconheço o seu valor. Sei que tenho muita sorte.

Orquídea

À procura do repelente ideal

Acerca da ida para Moçambique, algumas conversas têm começado ou terminado com este assunto: qual o repelente ideal para os mosquitos moçambicanos. Sim: aparentemente eles não são todos iguais (nem os mosquitos, nem os repelentes). Ora, na Protest saiu um artigo (que o meu pai religiosamente guardou para eu ler - e isto é importante referir, já que ele tem frequentemente alguma dificuldade em lembrar onde põe as coisas), acerca de um estudo português feito por uns cientistas suicidas. Os últimos, sujeitaram os seus braços a um enxame de mosquitos após a aplicação dos mais variados repelentes (quite smart, heim?!). Com isto pretendiam comparar a eficácia dos repelentes vendidos em Portugal, principalmente quanto ao tempo de protecção anunciado versus o tempo de protecção autêntica por eles testada. O resultado foi conclusivo, embora não possa afirmar se fiável ou não (aliás, estariam os mosquitos com apetite?). Após isto, satisfeitíssima por ter finalmente decidido qual dos demais iria levar na minha mala para África, dizem-me na consulta do viajante que o repelente, seja lá qual for, tem que ter pelo menos 30% de DEET (o princípio activo da maioria dos repelentes) - e o publicitado na Protest não tem sequer uma gota do mesmo!

Ora bolas, em que ficamos, afinal?!

Btw, a minha (gira, querida, muito inteligente, paciente e ... [muitos adjectivos bonitos]...) namorada ofereceu-me ontem um pin gigante que diz 'Tá musquite à patáda.', salpicado pelo meio com imagens dos agradáveis insectozinhos. Com tanta guerra quanto à escolha dos repelentes bem que posso antever o uso frequente do pin, num contexto auditivo de 'bzzzzzzz' bastante acentuado. Aie, aie.

Papoila

Impressões Aquáticas


No mês passado, como forma desesperada de libertar algum do stress cumulativo despoletado pela época de exames, fui utente assídua das piscinas municipais. Nadava a deshoras, quando tinha a piscina só para mim - ou quase só para mim. Neste tempo redescobri que a solidão cria espaço para a reflexão. Sozinha, maravilhei-me com pormenores que, em qualquer outra situação, não me teriam despertado qualquer tipo de emoção. É sobre esses pormenores, que de tão poucos e irrelevantes irão fazer estranhar uma introdução tão complexa, que este post se debruça.

Houve dias em que comecei às 8h. A estas horas ainda o vento frio razava na minha pele, arregatando-me os pelos, que se eriçavam depois da passagem demorada pelo chuveiro. Quando finalmente descia a escada e entrava na água, era quase como que um abraço quente da água que, estranhamente, o ténue sol da manhã tinha conseguido amornar. Puxava para baixo a touca de silicone, que me arrepelava os fracos cabelos, para tapar as orelhas; ajustava os óculos, e iniciava.

Havia 5 pistas na piscina. No primeiro dia nadei na central (há uma sensação de magnitude, controlo e poder, escondidos numa decisão tão simples como esta) quando, ao me aproximar do fim da hora, me dei conta de uma moeda caída ao fundo. Apanhei-a e pu-la à beira, como oferta ao primeiro miúdo que aparecesse. No dia seguinte, curiosamente, encontrei outra. E no dia seguinte mais duas, ou três. Pensei em calções de banho com bolsos voláteis para o dinheiro. Pensei na Fonte de Trevi, mas seguramente não seria na esperança de ver um desejo concedido que alguém atiraria moedas para uma piscina. Velha. Isolada na ponta de uma cidade. Sem Deus, Santo ou qualquer espiritualidade at all. Mas foi mais tarde que o raciocínio simples me surgiu como um facho erguido na noite escura, e me concedeu a resposta ao enigma. Desafio-vos a encontrar a justificação.

Quando chegava mais tarde à piscina, e mais tarde chegava o término do meu exalar de energias, apareciam duas crianças. Sete, oito anos - não muito mais que isso - pulavam para a piscina como cabritos na serra (alguém que conheça esta vista campestre perceberá inteiramente o motivo da comparação). Quando na água, numa luta analfaquática, tentavam chegar à beira e agarrar-se ao mármore, antes de encherem o estômago com cloro e sabe-se-lá mais o quê. Nisto, passava-lhes pelo meio, na minha pista da piscina, tentando manter a exactidão das rectas que o meu nado desenhava. Foi aqui que encontrei beleza ao olhar um nadar irrequieto, que de cima apressam o coração (tenho sempre medo que algum dos miúdos se afogue), mas que debaixo proporciona um espectáculo visual que desconhecia. Havia bolhas de ar, pequenas e sem direcção estipulada, como electrões com spins incalculáveis, a nadar em todas as direcções. E eu, perdida no meio de tanta bolha, vi os raios de sol a divergirem ao embater nas bolas de ar e a criarem uma sensação de discoteca diurna subaquática. Uma maravilha.

Experiências subaquáticas... trarei mais.

Papoila

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Saudades


Basta um tempo curto como este. A tua memória mantém-se sempre comigo e a tua voz, do outro lado, é o bastante para me sossegar. Mas há sempre aquela áurea quando te vejo de novo. Uma semana e pareces-me tão mais bonita, tão mais leve. Uma semana chega para me surpreender quando te vejo.
A secreta vaidade de te saber minha. E a vontade, já não tão secreta, de te pegar pela mão, levar-te ao conforto e mimar-te. Tu sorris, já sabes o que se passa cá dentro, e desvalorizas o que te digo no sussurro que se impõe. Mas sorris. E sei que os pequenos mimos te consolam a saudade que também carregas em segredo.

Orquídea

Ai o Tango...

É por isto que eu fico danada quando não me deixam dançar no Arraial!

Orquídea

Feira da Terrinha

Adoro a feira da minha terrinha. Andava ansiosa para que começasse. Gosto muito de lá ir. Gosto ainda mais quando vou bem acompanhada. Gosto quando a mostro a gente nova. Gosto de ter lá bons concertos. Gosto de headbanging e lipsinging à minha maneira. Gosto das bolachas de erva doce e do restaurante Transformer. Gosto do sotaque da terra nas t-shirts. Gosto de ver o Dragão, onde andei durante anos, e gosto de relembrar a diversão um pouco mais... aventureira. Gosto de ter a Papoila agarrada a mim com medo de me ver a andar lá. Gosto de gente apaixonada. Gosto de me sentir de férias. Gosto de saber que, durante as próximas semanas, lá posso voltar!
Quem quiser aparecer, é bem-vind@.

Orquídea

quarta-feira, 20 de julho de 2011

PdC '11

Estou a ficar com desejos de ir ler o amigo H. para aqui...


Ai, já fui tão feliz em Paredes de Coura... Acho que vou ter de deixar de ouvir Radar até dia 20 de Agosto e fingir que não gosto mesmo nada das bandas que lá vão. No próximo ano é que vai ser. Tem de ser.

Vai estudar, Orquídea... Focus!

Orquídea

terça-feira, 19 de julho de 2011

Livros Livros Livros

Desafio sugerido pela Marisa. Demorou mas cá está a minha parte!

1. Existe um livro que relerias várias vezes?
Que me lembre, nunca reli nenhum livro pelo simples motivo de sentir que tenho ainda imensos para ler. Por isso, julgo que não, mas quando ler tudo o que tenho de ler *cof cof* talvez mude de ideias.

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Sim, o "Sangue do Meu Sangue" do Chris Cunningham, mas que também não tentei assim tanto quanto isso, não apreciei muito as descrições bem detalhadas dos encontros intimos das personagens ao longo da história, não tenho paciência...

3. Se escolhesses um livro para ler no resto da tua vida, qual seria?
Pode ser aquela compilação que tenho em casa de várias obras da Virginia Woolf? Ai, Virginia...

4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
"Uma Breve História do Tempo", do Stephen Hawkings (entre muitos outros livros, claro).Comecei a lê-lo, percebi mais do que esperava, mas depois, nem sei bem porquê, não o terminei.

5.Que livro leste cuja “cena final” jamais conseguiste esquecer?
Boa pergunta porque, realmente, tenho alguma dificuldade em lembrar-me do fim dos livros... Lembro-me que o fim do "Mundo de Sofia" me marcou muito na altura, devorei o livro e aquele final ficou-me na memória.

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Lia muito sim. Comecei, claro, pelos livros de Uma Aventura e apaixonei-me pela colecção do Triângulo Jota (na minha opinião, muito mais giros que os d'Uma Aventura)! Li também a colecção das Irmãs no Colégio de Santa Clara e li muitos da Agatha Christie. Depois li "O Mundo de Sofia", de Josteein Gaardner e acordei para a vida, seguido da "Insustentável Leveza do Ser" do Milan Kundera aos 13/14 anos e acordei para a literatura.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
Eu leio sempre os livros até ao fim (excepto o "Sangue do Meu Sangue"...). Leio sempre porque tenho fé que seja só aquela parte que seja chata e que até vale a pena ler até ao fim. O último muito chato que li foi "A Selva" de Henry James. Até o "Maktub" do Paulo Coelho li até ao fim e parece-me que, se não fosse tão rápido de ler, talvez fosse parar à lista da pergunta 2...

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
O favorito é "Orlando", de Virginia Woolf *vénia*. Depois, sem ordem concreta, "Combateremos a Sombra" e "A Costa dos Murmúrios", da Lídia Jorge, "Nenhum Olhar" de José Luís Peixoto, "The Yacoubian Building" de Alaa al Aswany , "Ensaio Sobre a Cegueira" de José Saramago, "Cartas Baratas" de Adília Lopes, "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder...

9. Que livro estás a ler?
"Middlesex", de Jeffrey Eugenides, que, cheira-me, se juntará à lista de livros anterior. E, in the meanwhile, vou dando uma vista de olhos ao "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa.

10. Indica dez amigos para responderem a este inquérito

Orquídea

Eu vinha aqui...

Eu vinha aqui desabafar coisas. Descontextualizadas, altamente emocionais, das que apertam o peito e nos lembram que a vida não é, definitivamente, só rosas. Mas decidi não o fazer... estou (orgulhosa por isso e) incapaz de escrever com qualidade. Para além disso, para que chover sobre o molhado?! Haveria a minha tristeza de ajudar alguém?!

Por isso, hoje, venho apenas aqui demarcar uma das coisas já bastante sublinhadas nesta casa: a minha sorte é o amor da minha vida. É o seu peito a aquecer as minhas costas, enquanto lavo a loiça. Os seus beijos roubados quando não me apetece nada... nem namorar, nem sequer existir... A minha sorte é ela ir comigo ao médico. Fazer-me o almoço. Ajudar-me a aspirar a casa. Ligar-me e desligar-me a televisão, a luz. Ir-me buscar isto e aquilo. Ir comigo às compras, fazer-me companhia no banho, levar-me aos exames. A minha sorte é ela não desistir. Nem de nós, nem de mim.

Na televisão, dizia o homem, que o importante é ter uma religião. Ter algo em que acreditar. Não importa que religião se escolhe... Que importa ser o amiguinho ocidental? O muçulmano? O oriental? O importante é haver fé. A fé cura muitos males... eu ando a precisar de alguma fé. E ando a precisar de curar alguns males. Junta-se o útil ao agradável.

Já só aqui estou a dizer disparates. Mas esperem, virão mais alguns... E nisto, lá se vai a minha credibilidade.

Papoila

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Estatísticas do Blog

Pois é, parece que em luta acesa pelo primeiro lugar de termos de pesquisa que trazem visitantes a este blog temos o esperado "debaixo do pessegueiro" seguido de muito perto por... "francesinha".

E foi só um pequenino post!

Orquídea

Quem tem medo do H. #3

Como hoje inicio uma nova abordagem ao meu amiguinho, decidi deixar-vos com a há muito prometida comparação dos termos médicos brasileiros e portugueses. Compreendo que não seja assim tão engraçado para alguns, especialmente para quem não for de Medicina, e há termos mais interessantes que outros, mas é como vos digo, uma pessoa tem de se animar de alguma forma!

driques - bebidas/copos
acurácia - exactidão
cancêr - cancro
trama - rede
cátion - catião
tonteira - tonturas
bolo - bólus
prognóstico sombrio - prognóstico reservado
(o termo sombrio é bem mais revelador do que o nosso eufemismo)
estertores - fervores
contorcido - contornado
alça de Henle - ansa de Henle
fumantes - fumadores
alcoolistas - alcoólicos
alentecimento - lentificação
treinamento - treino
internação - internamento
fechamento - encerramento
liberar - libertar
cotidianas - quotidianas
tendíneas - tendinosas
necropsias - autópsias
(em português de Portugal não parece tão mau...)
jaleco - bata
ligadura tubária - laqueação de trompas
cepas - estirpes
(esta vocês já ouviram muitas vezes nos últimos tempos, certo?)

E, para terminar, uma bela frase que, sinceramente, nem eu consegui perceber:

"cadeira higiénica à beira do leito em vez da comadre"

O H. tem informações bem esquisitas de vez em quando... Bom estudo!

Orquídea

sábado, 2 de julho de 2011

[caída no chão, chorando compulsivamente de exaustão e contentamento]

ACABEI O MEU CURSO!!!

Orquídea