O Ingénuo - Voltaire

Terminei ontem mais um dos pequenos livros da colecção da Quasi, desta vez do autor francês Voltaire, "O Ingénuo". (Sim, ainda vou nos livros azuis.)
Com uma escrita satírica e bem-humorada, Voltaire apresenta-nos o Ingénuo, um hurão (a wikipédia não me ajudou a perceber bem de onde vem este "indio", mas pela história parece-me que é algures pelo Canadá...) que chega a França, onde é muito bem acolhido pela população da localidade em que desembarca que o tentam converter num cristão puro e num bom cidadão francês. Ri-me com gosto com algumas tiradas deste Ingénuo, visto que é um jovem que aprende depressa e faz as perguntas que não deve, mas que se impõem. Para dar um exemplo, depois de ler o Novo Testamento e confirmar a sua vontade de se tornar cristão, exige a realização da sua circuncisão, visto que todas as personagens bíblicas se tinham sujeitado a isso. Depois de algumas confusões, lá o convencem a esquecer a ideia e a seguir para o baptismo, cerimónia essa que taambém não corre da melhor forma novamente pela interpretação literal do livro que lera.
No início, o livro é muito divertido, fez-me gargalhar, algo muito raro nos livros que leio, mas que, ao longo da história, entristece o ambiente. Apesar disso, a mensagem está sempre lá e a satírica está presente do início ao fim. Aconselho vivamente a sua leitura, não só para apreciar a satírica (faz sempre bem rir, mesmo com temas delicados como a religião - sempre dentro dos limites, claro - ), mas também para conhecer um pouco do funcionamento da corte francesa da altura.

Venha o próximo! O Middlesex, adquirido a meias (^^) na Feira do Livro, já está a agarrar-me, mas terá de ficar apenas para os fins-de-semana. Qual será o sortudo para os dias úteis? Pick me, pick me!

Orquídea