À tarde deitavas-te a meu lado e adormecias. Eu ficava para ali, a decorar nomes estranhos e a observar-te. Tão calma, tão segura. Sim meu amor, comigo por perto não tens que ter medo de nada. Havia dias em que te acordava repentinamente, porque o tempo escasseava, e guardo deles a imagem precisa da tua cara atarantada, a olhar para mim, sem orientação no espaço e no tempo. Noutros dias, suavemente, beijava-te a testa e dizia ao ouvido 'São quase horas, meu amor.', e tu puxavas-me para ti. Curiosamente, era nesses que chegava atrasada.
Volta depressa.
Sem ti, a quem é que vou dizer para tirar o bilhete do metro da carteira quando ainda estamos longe?
Papoila