terça-feira, 4 de agosto de 2009

She

Ela tem aquelas particularidades que me fascinam. Os garfos e o riso, a dança e as piadas. E depois tem outras que não me fazem sorrir.
Sei quando está magoada comigo. Pergunto-lhe algo e enrola o lábio inferior para fora, encolhe os ombros e não solta nenhum som. Não há nenhuma pergunta que a tire deste mudismo com facilidade.
Depois acontece ao telefone e o silêncio prolonga-se até se tornar angustiante.
Há outra modalidade mais ligeira, quando algo se começa a aproximar. Um tique lento, junto ao canto direito da boca, puxa-o para trás por um instante e os olhos caem. A tristeza está a chegar.
Eu conheço-a bem. Conheço todas aquelas particularidades (e muitas mais) que me fazem sorrir e apaixonar todos os dias. E conheço também estas particularidades que me ferem sempre que surgem porque são bons prognósticos. Mas conheço-os. E isso explica o meu amor por ela. Quero ser eu quem os reconhece em primeiro lugar.

Orquídea

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