segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ir Para Fora Cá Dentro


Como tenho arranjar algo com que me entreter e ganhar alguma energia e motivação para além do estudo, vou receber por cá uma amiga, vinda das profundezas da Europa, durante uma semana em Setembro. Exigiu-me vinho, golfinhos e fado. O vinho terá no Porto, onde iremos passar dois dias, golfinhos verá no Sado, já temos uma manhã reservada para um belo passeio, e o fado...ainda não está completamente decidido. Ando a ver de casas de fado, mas como nunca fui a nenhuma é difícil saber o que é mais adequado e mais em conta. Há por aqui alguém com boas dicas sobre casas de fado em Lisboa? Queria poder dar-lhe umas férias fantásticas, até porque, enfim, também serão as minhas férias e estou igualmente entusiasmada por ir andar a passear por aí feita turista. A vantagem é que conheço a língua e, quiçá, poderei fazer de guia. A desvantagem é que ela é muito curiosa e vai fazer tanta pergunta que me vou envergonhar com a minha ignorância. De qualquer forma, estou ansiosa! Vão saber tão bem estes dias longe dos livros!

Orquídea

domingo, 28 de agosto de 2011

A pairar no ar, ofuscando o resto.






Aqui estou eu, no meu part time aborrecido, à espera que os velhotes leiam o jornal e bebam o seu café - processo este intervalado recorrentemente pelas visitas aos sanitários (aie, estas próstatas oitocentistas...). Anyway... hoje venho falar da minha miopia. A minha miopia, já de si algo significativa, tem sido nas últimas semanas acentuada pelas 1001 preocupações/ideias/e anseios que pairam à sua frente. Quer dizer... é impossível uma cabeça funcionar bem quando está invadida por tantas perguntas! A maioria delas sem relativa importância... mas enfim, cabeça de mulher! Será que lá vai chover? Ou será que vai fazer tanto calor que até se torna difícil respirar? Levo muita ou pouca roupa? Será que a mala vai pesar mais que 20kg? Será que a mala vai ser extraviada? Será que sempre vamos fazer snorkeling? Será que vamos andar muito nos Chapas? Será assim tão perigoso? Será que vamos ser burlados? Assaltados? Será que conseguimos ir àquela ilha? E aquela reserva natural? Será que vamos ser bem recebidos no hospital? Será que me vou surpreender com as doenças que vou encontrar? Será que vou efectivamente ajudar algum doente? Será que vou chorar com o que vou encontrar? Será que levo luvas suficientes? Será que vou ter uma diarreia? Duas? Três? Será que vou fazer as habituais otites pós-voos-longos? Será que comprei repelente suficiente? E protector solar? Vou ver cobras venenosas? E aranhas? Haverá baratas nos quartos? Como é ser branca no meio de tanta gente castanha? Será que vou ver pescar com rede? Será que arranjo facilmente um cartão de telemóvel? Será que me vou dar bem com o anti-malárico? Será que me vou esquecer de alguma coisa em Portugal? Será que aguento tanto tempo? Será que vou ver a desova das tartarugas? Tubarões? Baleias? Golfinhos? Será que a internet funciona minimamente bem na residência? Levo sapatos suficientes? Vamo-nos perder em alguma das aventuras? Será que levo dinheiro suficiente? Como raio é que faço o check-in online?

Há mais, mas não vos quero aborrecer....

Papoila

sábado, 27 de agosto de 2011

Cinco Dias!

Quase quase...

Acordou-me hoje com a suavidade do costume, dizendo que já tinha a mala pronta. E lá estava, deitada no chão do seu quarto, com o chapéu de abas largas por cima e as fitas arco-íris prontas para prender melhor tudo o que levará para África. Vai de mala colorida e sorrimos por aquilo que vai implícito. Pergunto o que falta e já é tão pouco. O dia da partida aproxima-se e tem de estar tudo em ordem com antecedência para que corra tudo bem. E vai correr.
Amanhã regressa à sua terrinha para passar os últimos dias com a família. Na sexta voará para Moçambique. Está quase.

Orquídea

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ando aparvalhada. De todo.

Ansiosa. Muitooooooooooo ansiosa. Pior do que se fosse casar amanhã, ou tivesse engravidado na adolescência, ou tivesse perdido o talão do euro-milhões, ou fosse fazer um coming out para toda a família e amigos. Pareço um pinto que não pára no ovo. Irrequieta. A pensar em coisas que tenho que fazer quando já fiz tudo o que podia ser feito naquele momento. Ahhh!! Grrr!!

Hoje fui à farmácia comprar medicamentos e equipamentos que vou precisar no hospital e durante a minha estadia na 'Zona B'. Deixei lá 225 euros. Trouxe um saco de compras que parece um daqueles da H&M onde se vendem os blusões [e, atenção, ainda ficaram coisas por levantar!].

Com uma mala assim, quem consegue estar calmo? Certainly not me.

The suitcase's logic
Quanto maior é a mala, mais pequena é a dona.

Digo para mim mesma, escondendo um pouco a loucura: Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas. Uma mulher precavida vale por duas.

Afinal, não posso ser assim tão néscia por querer levar o que considero essencial, ou posso?

Papoila

Carimbadela na testa!


Amo-te
muito muitíssimo

^^

Papoila

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Semana e Meia


Falta pouco para te ver embarcar no avião. Só hoje, quando contei os dias, é que me apercebi do quão perto está. Confesso, tenho algum medo. Tu sabes. Medo por ti, que estarás longe e não posso correr para ti se alguma coisa acontecer. Medo porque, enfim, há cobras venenosas e tubarões e um hospital que não conheço. Porque são tantos quilómetros. E depois... porque há saudades. Porque não sei o quanto me pesarão. Mas é um mês de estudo (para mim), passará certamente a correr e cá estarei ansiosa pelas tuas histórias e recordações, pelo teu sorriso contagiante e o teu abraço forte. Vai ser um mês especial.

Orquídea

"Caríssimo" São Pedro,

Se é para chover, é para chover a sério, não é deixar o meu carro cheio de pó.

Agradecida.

Orquídea

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

No subject added

Fomos a Paris em Dezembro. Que loucura, meu amor. A nossa primeira viagem juntas a um país estrangeiro. Uma viagem só para nós, feita por nós. Correu tudo tão bem... E hoje, que está este tempo chocho e frio, fecho os olhos e vejo-nos no Porto, quase a apanhar o avião. Vejo-nos a atravessar uma rotunda, já em Paris. Vejo-nos no museu de Rodin. No palácio de Versalhes, ou no comboio que nos levou até ele. No cemitério de Pere Lachaise, meio nevado, cachimba a cair, as flores... Repetiria tudo contigo, meu amor. E a minha saudade e nostalgia é tão grande que, tristemente, roça a tristeza.

Estava a passear no google maps e, com isto, fui ter a Paris. Lembrei-me de procurar onde ficava o túnel onde a Princesa Diana tinha morrido. É bem perto da Torre Eiffel, sabias?

Divagações.

Papoila

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Velhos maus


Há muitos velhos maus mas hoje falo especialmente da velha que vive no andar por cima do qual trabalho. É uma velha bruta, que fala com o marido (já muito doente e debilitado) com uma rispidez e falta que carinho que me deixa abatida. E extremamente raivosa.

velhos e velhotes. Os velhotes adoro. Os velhos detesto. Há uma grande diferença.

Papoila

360º around

Procurar mais de 400 hipóteses de casas em Lisboa.
Visitar 1/10 e acabar por ficar naquela em que estava.

Papoila

Mood Swings

Papoila

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Graeme Taylor


Surge uma nova história de um adolescente americano abertamente homossexual que se insurge contra a escola e as suas políticas homofóbicas. Neste caso, um professor foi suspenso durante um dia por ter posto fora da sala um aluno que disse não aceitar os gays pois era contra a sua religião. Graeme Taylor, um outro aluno deste professor, de 14 anos, dirigiu-se ao conselho directivo da escola para defender o professor. Contou que era gay e que já tinha ouvido muitos comentários bem piores na escola, algo que o levou a uma tentativa de suicídio aos 9 anos, e que a atitude do professor era de louvar, já que foi o primeiro que fez alguma coisa relativamente a isso. Infelizmente, a escola não lhe deu ouvidos, mas há quem dê. Oiçam o seu discurso aqui.

Orquídea

Quem tem medo do H. #6

Eu bem digo que até estou a levar com calma o estudo, mas apercebo-me que isto está mais enraizado em mim do que penso quando me perguntam banalmente como estou e respondo, invariavelmente, "bem, obrigada, continuo de volta do estudo, já estou na segunda volta, ando a ler isto e ainda me falta aquilo, mas tenho tempo, tudo com calma, é ir estudando e a ver se faço algumas pausas" and so on...

Orquídea

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

É indescritível

esta azáfama em que vivo.
Papoila

Pausa

São momentos destes que me fazem recuperar. É ter-te ali a meu lado, em amena cavaqueira, mais na tua que na minha toalha, a ver-te os olhos, abrilhantados pelo sol, bem de perto e, por fim, mergulhar contigo, pela primeira vez este ano, nesta água. Mesmo que não compreendas que a água está realmente fria para mim e que não consigo entrar mais depressa, apesar de já estares a nadar há algum tempo. Já nem me recordava do quão salgada era nem dos peixinhos que nos vieram cumprimentar. Voltaremos.

Orquídea

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Londres


Amo Londres. E isto destroça-me o coração. Tenho-o muito apertado.

Já chegaram a Camden. How did it come to this?





Orquídea

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quem tem medo do H. #5

Já me tinha esquecido das mensagens deixadas no H. no início da primeira volta. Agora que recomeço tudo do princípio, sabe bem ter esta surpresa.

Orquídea

domingo, 7 de agosto de 2011

Para lá caminhamos...

Desconhecia que a situação em Lisboa era assim tão má... Chegaremos a estar numa situação semelhante à das favelas brasileiras? Oh well..

Vejam aqui.

Papoila

sábado, 6 de agosto de 2011

Quem tem medo do H.#4

Eu já começo a ter algum. Não é dele em si, que o tenho lido com relativa calma e compreensão, mas do estado em que me deixa. Em qualquer época de exames, tenho dias difíceis em que fico demasiado sensível e irritável e hoje é um desses dias. Tem agravado ao longo da última semana e eu começo a ter medo. Faltam três meses e meio. É muito mês. Tenho de encontrar alguma paz interior durante este tempo. Não estou com medo do exame em si, falta muito tempo para começar a temê-lo e ainda agora iniciei a segunda volta, vamos com calma. Tenho é medo do meu cansaço mental, da irritabilidade e labilidade emocional que se pode voltar contra as pessoas que me são mais queridas. E eu sinto-me frágil e a precisar de mimo.

Vida de estudante é assim... Mas hei-de terminar a saber muito mais de medicina, valha-nos isso. Respirar fundo, aproveitar a cidade que se tem, a companhia que nos segue e fazer mais para além disto. Porque há muito mais. Coisas boas e alegres. Vamos embora.

*fim de desabafo*

Orquídea

Cocoon lover



Nunca fui muito aficionada por uma banda em especial. Ouvia daqui e dali, e apreciava cada banda de sua forma. Nunca tinha uma vontade louca de ir a um concerto em específico. Mas isso mudou recentemente... e tenho, agora, uma lista relativamente extensa de bandas que teria *imenso prazer* de ouvir ao vivo. Esta é uma delas. Uma verdadeira riqueza. Indiscutivelmente um dos meus géneros favoritos. E que, que eu saiba, nunca pôs os pés em terra lusa. Malvados...

Regalem os vossos ouvidos com Cocoon, e depois deixem aqui as vossas apreciações.

Papoila

Histórias Hospitalares #3

Ontem, quando entrei ao serviço, fui directamente para a sala de reanimação. Tinha acabado de dar entrada uma senhora, visivelmente em sofrimento e com múltiplas comorbilidades. A sua cara não escondia o reconhecimento de que a sua situação era potencialmente grave, reconhecimento que era confirmado pelos 6 ou 7 médicos e 2 ou 3 enfermeiros que a circundavam, cada um com a sua missão. Estava incapaz de falar, da água que pesava nos seus pulmões e a impedia de respirar.

Uma hora depois a senhora estava muito melhor. Já sorria quando lhe dizíamos, na brincadeira, que 'estava cheia de miúfa quando entrou'.

A medicina, quando bem exercida, é realmente uma coisa fantástica. Gosto mesmo muito disto.

Papoila

Histórias Hospitalares #2

Ontem estive a um passo de (re)ver um hidrocelo, mas não o fiz. Na realidade não era muito importante para a situação clínica do doente que eu fisgasse o olho para o seu escroto, mas confesso que, por momentos, ainda ponderei pedir-lhe. Há coisas que não se vêm todos os dias!

[Que raio de post este.] Enfim, ficam com o conhecimento de que a curiosidade médica de um estudante de medicina pode ser, por vezes, um pouco egoísta. Mas contive-me.

Papoila

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Conversas com o "Sogro"


Como já disse, a Papoila é muito espontânea nas suas conversas e ainda no outro dia nos deliciou com mais uma das suas brilhantes respostas.
Relativamente ao seu trabalho a servir cafés, o meu pai perguntou-lhe a razão de ali estar. "Se calhar é desgosto de amor." Diz ela, prontamente: "Qual desgosto de amor! Acha que eu tenho cara de ter um desgosto de amor?!" Responde o meu pai "Não." E passado um longo segundo de silêncio, não me controlo e começo a rir. Daí a um curto segundo (sim, o primeiro foi longo, este foi curto), começa também ele a rir e a comentar entre dentes "Ela ri-se!". E, enfim, ali ficámos os três a rir de algo que, parece-me, todos sabíamos o que era e não o pronunciávamos.

Orquídea

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Histórias Hospitalares #1

Num minuto estava a falar com ele. No momento a seguir, teve um AVC.

A volatilidade da vida...

Papoila

Border State - Tõnu Õnnepalu

Lembrei-me agora que tenho um post em atraso. Terminei este livro há já algum tempo e fiquei de o comentar.
Este livro está incluído na lista de livros recomendados pelos amigos que fiz na minha estadia no estrangeiro no Verão de 2009. A minha amiga da Estónia sugeriu-me este "Border State", de Tõnu Õnnepalu. É um livro de 1993 que surge como uma carta onde o narrador escreve sobre alguns acontecimentos passados, que tenta explicar ou contextualizar, que envolvem amor, um homicídio e diferentes cidades europeias.
A meu ver, o livro vale muito pelas descrições desses diferentes pontos europeus. O autor vem de uma região distinta da Europa, da região fria, pobre e oprimida, apagada pela luz e energia das grandes capitais do Ocidente. O autor perde-se em Amesterdão e Paris enquanto recorda a sua infância com a sua avó na terra fria. São descrições bonitas de todos estes sítios.
A história em si não evolui muito, mas está elegantemente contada. E, caríssim@s, tem um romance homossexual. Não percebo, já não é o primeiro livro recomendado que tem uma personagem destas. E eu nem lhes falei da minha proximidade com a temática! Será que está nos meus olhos? Na minha maneira de falar? Ou é realmente a literatura europeia (e não só!) que está a abordar com mais naturalidade a questão? Fica a dúvida e a satisfação por mo terem sido recomendados!

Orquídea

Haircut #2011

Como manda a tradição (que institui desde o ano passado...), chegou a altura do meu corte de Verão. Pois bem, visto que no ano passado fiz um belo corte, decidi este ano arriscar ainda mais! Resultado? Positivo!! Lá se foi o cabelo do pescoço mais uma vez, foi-se o cabelo para pendurar atrás da orelha e lá se foi a risca ao meio. Foi-se! Veio a frescura e a leveza. Veio, curiosamente, um repenico malandro mesmo à frente. Veio o prazer de brincar com este cabelo que, apesar de tudo continua muito e com muito volume. E continua a acordar no ar. A Papoila diz que pareço a Emma Watson. A minha mãe diz que pareço um rapazinho. E, de manhã, eu acho que o cabelo parece o deste senhor:


Mas menos assustador e mais penteadinho.
Gosto!

Orquídea

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O meu festival de andanças

Para além da minha estadia como voluntária em Moçambique, já em Setembro (yey!), estou este mês a trabalhar voluntariamente num hospital (e a tentar aprender um pouco mais de medicina, já que há sempre coisas a aprender...). Este trabalho voluntário teve um início atribulado e desmotivador, levando-me por algum tempo a pensar se valeria mesmo a pena continuar com o meu projecto extenuante para este verão. Hoje encontrei, finalmente, o meu lugar no meio daquela rede de gente! E, com gente competente a meu lado (gente que me encontrou, sem eu dar por isso, e me quis a seu lado), disponível para me ajudar a ajudar, há toda uma envolvência que torna as minhas manhãs *muito, muito, muito* ricas. Tanto a nível de conhecimento médico como humano. Isto durante as manhãs...

Durante a tarde/noite, para ser coerente, sirvo cafés num bar junto à baía! Se um dia me faltar trabalho no hospital, terei sempre um futuro na restauração...

Papoila

Tento na Língua


A minha Papoila é sempre tão espontânea que às vezes é perigoso. Ontem, por exemplo, ao jantar com os meus pais, falava-se de uma senhora qualquer, que a minha mãe comentou ser casada. Pergunta o meu pai, "Com quem?". Diz a Papoila, no seu espírito alegre: "Com um homem! Ou com uma mulher..." Felizmente (ou não), o meu pai não esperou pelo fim da resposta e prosseguiu animadamente a conversa com a minha mãe e ficámos nós as duas a rirmo-nos, sem saber se eles tinham ouvido o comentário final. Mas que teve a sua piada, dentro do seu contexto, lá isso teve!

Orquídea