terça-feira, 18 de agosto de 2020

Vamos ser mamãs!

 Car@s amig@s,

Queremos tanto partilhar esta novidade convosco. O ano não tem sido fácil para ninguém, mas no meio da turbulência, surgem boas notícias, surge esperança e entusiasmo.

A Papoila está grávida! Regressámos aos tratamentos em novembro de 2019 e, felizmente, correu muito bem.

Estamos muito felizes e aguardamos ansiosamente pela chegada da nossa Violeta (nome de código floral definido agora mesmo para este blog), que nascerá no final de outubro.

A gravidez não tem sido fácil, não só pelas náuseas intensas do primeiro trimestre, mas principalmente pelo isolamento exigido por esta pandemia. Somos muito cautelosas, como tem de ser, e a leveza com que vemos tanta gente a lidar com a questão deixa-nos ainda mais inseguras no desconfinamento. Mas está tudo a correr bem, a Violeta já é linda e estamos tão ansiosas de a conhecer!

Não nos esquecemos desde cantinho, apesar de pouco cá virmos. Mas a vida vai acontecendo, continuamos juntas, fortes, dedicadas e entusiasmadas com os desafios que se avizinham!

Um abraço para tod@s vós,

Papoila e Orquídea

Aqui está o nosso tesouro a florescer!

terça-feira, 23 de abril de 2019

Novidades 2019

Caríssim@s,

Apesar de nos mantermos em silêncio durante tanto tempo, a nossa história convosco continua muito presente. Tenho comentado com a Papoila que deveríamos voltar a escrever-vos, contar-vos das novidades, porque imagino que seja importante para algumas pessoas, assim como foi para nós a certa altura. Recebemos um comentário recentemente que confirmou que este blog continua presente na memória de algumas pessoas e que é relevante. Temos tantas boas memórias de tudo o que o blog nos trouxe que se torna imprescindível dar-vos notícias.
Já somos as duas especialistas! Eu terminei no ano passado e a Papoila este ano. Isto dá-nos mais alguma autonomia e liberdade e permite-nos pensar noutros projetos. Estamos muito satisfeitas por termos terminado esta fase de formação (e com muito bom aproveitamento, tenho de confessar) e entusiasmadas em encontrar novos desafios profissionais.
Eu pessoalmente ando mais envolvida em temáticas LGBT, tentando colmatar algumas lacunas que havia em termos da presença da minha especialidade em certas áreas de intervenção, mas não estou restrita a esses temas. Há tanto para fazer que não consigo, nem devo, restringir a minha abordagem. Gosto muito do que faço, sinto que sou reconhecida, mas ainda tenho tanto para aprender e fazer.
A Papoila também é uma apaixonada pela sua especialidade. Eu fico tão orgulhosa quando a vejo a cuidar da minha família, quando a minha avó adoece e lá vai ela auscultar e prescrever o tratamento. É tão atenciosa e dedicada, preocupa-se efetivamente com os doentes e isso nota-se e é valorizado por quem a rodeia, seja doentes seja colegas.
A Papoila, no final de 2017, fez um estágio de um mês nos Açores. Creio que foi um dos meses mais felizes da vida dela, a ir de bicicleta para o trabalho, a tirar fotografias incríveis, a visitar sítios lindíssimos e a trabalhar num sítio tão especial. Ela certamente teria muito mais para dizer sobre esta experiência, talvez um dia a convença a vir cá deixar umas palavras.
A nossa família continua unida, apoiante e próxima. A minha mãe continua muito ativa na AMPLOS e já levou a mãe da Papoila a alguns encontros. Já não fazemos ideia quem da família alargada não saberá ainda da nossa relação, de tão banal que se tornou. Não somos diferentes, não nos sentimos diferentes e raramente nos lembramos da vergonha e medo que sentíamos no início.
É curioso também como sinto isto no grupo de amigos. Todos os nossos amigos heterossexuais a casar e a ter filhos e a perguntar-nos quando é a nossa vez. Não há diferença na pergunta, seja dirigida a nós ou a outro casal amigo qualquer. Talvez umas perguntas adicionais (quem engravida?), mas sempre com um sorriso e entusiasmo. É provavelmente por isso que a necessidade de escrever neste blog diminui. Porque nos sentimos plenamente integradas, aceites, compreendidas, que conseguimos esquecer-nos que nem sempre foi assim. E se sentirmos alguma discriminação, temos tantas vozes que nos ajudam.
E quando casamos e temos filhos? Decidimos tentar no ano passado, quando eu terminei o internato. Já tínhamos decidido que seria a Papoila a engravidar (estava desejosa de ter essa experiência) e fizemos três inseminações artificiais, mas infelizmente não funcionaram. Foram momentos muito ansiogénicos e difíceis, não dá para "engravidar quando não se está à espera", não dá para tirar a ansiedade, a expectativa, a contagem dos dias e das horas, das injeções e dos milimetros dos folículos... Decidimos interromper, focar-nos no final do internato da Papoila e, agora que já terminou, vamos ver se recuperamos algum orçamento para tentarmos novamente. Desta vez, provavelmente, por fertilização in vitro, aumenta muito a possibilidade de gravidez. O projeto da maternidade é muito importante para nós, esperamos que o possamos concretizar em breve.
Até lá, continuamos a disfrutar da companhia da Leslie, que está cada vez mais fofa. Já com seis anos, tem apurado a doçura do olhar para nos pedir festas ou comida, sabe bem como seduzir-nos. Estamos neste momento de férias e ela está cá connosco, a passear nas rochas e na praia connosco, muito alegre.
Mudámo-nos para a margem sul quando o valor das rendas subiu. A Leslie agora tem uma casa com grandes varandas e janelas para ver a rua. Estamos bem, perto de Lisboa e das nossas pessoas na mesma, apesar de ainda algo isoladas, devido ao período de estudo intensivo recente. Mas vem aí o Verão e certamente a casa irá animar e receber muita gente amiga.
Caríssim@s, por agora é tudo. Estamos por cá, continuamos juntas (quase 12 anos!) e a história continua a fazer-se. Vocês fazem parte dela.




Orquídea

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Novidades 2017


Cucu! Quem se lembra de nós?
Quem diria que iria voltar a escrever aqui... Mas tenho-me lembrado de vocês e têm acontecido coisas importantes que queria partilhar convosco.

Sabem que a minha mãe agora pertence à AMPLOS? Assim que se reformou, começou a estar mais presente nas reuniões e neste momento já é bastante ativa, vai a escolas, fala com outros pais, até já esteve no Arraial do ano passado e este ano foi pela primeira vez à Marcha. É verdade. Tenho muito muito orgulho na minha mãe. Fui com ela e soube mesmo bem. Sei bem a família que tenho!

Fiz uma formação na ILGA para ter mais ferramentas para lidar com doentes que surjam na minha consulta com questões LGBT. Surgem de vez em quando essas questões e preocupa-me a ignorância de algumas pessoas mais seniores ao lidar com esses temas. Senti que era preciso haver alguém mais especializado no tema na minha área e assim que soube desta formação não pude deixar de a fazer. Vou agora passar a palavra, para que o futuro seja promissor.

A nossa querida Fox faleceu no início deste ano, tinha cinco anos. Foi um processo lento e doloroso, com algumas intervenções cirúrgicas e muitas idas ao veterinário. Temos muitas saudades dela, não foi fácil. Ficam muito boas memórias e miminhos da nossa querida Fox.

A Leslie continua encantadora. Cada vez mais doce e mimosa. Mais tranquila (parecendo que não, já tem 4 anos...), mas ainda brincalhona. Temos feito por irmos de férias para locais onde a podemos levar, para que possa ir ao ribeiro tomar banho e passear no meio do campo à vontade. E ela adora!

Faremos dez anos juntas este ano. Uma década. Muitas fases. Muitos altos e baixos. Muitas aprendizagens. E ainda muitos sonhos para um futuro cada vez mais breve. No próximo ano termino a minha especialidade e a Papoila no ano seguinte. Pensamos em casamento, em filhos. Até já comprámos um carro juntas! É bom construir tudo isto em conjunto. É bom crescer e partilhar sonhos. É bom conhecermo-nos todos os dias um pouco mais.

E vocês, por onde andam? Ainda por aí?
Vemo-nos amanhã no Arraial?

Um abraço amigo,

Orquídea

PS: Deixo-vos uma fotografia da Fox e da Leslie, pouco antes da Fox nos deixar. As duas muito mimosas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Avô infoincluido

Só para vos informar que o meu avô de 85 anos acabou de me adicionar no Facebook.
Aho que rapidamente vai sucumbir ao Candy Crush Saga.

Orquídea

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Barcelona, cheguei!


Já cá estou. Aliás, estou mesmo ali, naquela rua da esquerda que sobe, é aí mesmo que estou a morar. 
Chegámos na quarta-feira à noite e passámos o resto da semana à procura de um quarto onde ficar. Uma amiga de uma amiga (dão sempre jeito) recebeu-nos com muita simpatia enquanto andámos nisto. E digamos que ainda apanhámos uns sustos. 
Logo na primeira casa que fomos ver, numa perpendicular às Ramblas, apanhámos o susto da nossa vida. A casa era tão má, tão má, tão má... comida num prato no chão (imaginamos nós para os cães, que iam almoçar esparguete e o resto de um bife), beatas, a casa parecia um pátio com um teto e paredes a delimitar uns espaços onde se podia pôr uma cama... E tudo isto apresentado por um jovem brasileiro nitidamente intoxicado com alguma substância. Saímos o mais depressa possível e não hei de esquecer tão cedo a cara da Papoila a olhar para mim, "nem sei o que dizer..." 
Mas não se preocupem que a partir daí correu muito melhor! Estou num quarto pequenino mas simpático, junto à Sagrada Família, com uma inglesa e uma irlandesa muito simpáticas (so far so good). Por um lado, fico contente por falarem inglês porque para mim é um descanso por outro devia treinar o meu espanhol...
Comecei hoje o estágio e digamos que o mais difícil é mesmo a língua. Houve alturas que nem sabia se estavam a falar espanhol ou catalão porque já achava demais aquilo que eu não entendia. São todos muito simpáticos, receberam-me muito bem, e dizem que hei de lá chegar. Por agora, ainda é um esforço grande apreender duas línguas diferentes e tentar não usar palavras em inglês no meio do meu portunhol. Mas o meu castellano tem sido elogiado!
A Papoila regressou a Portugal ontem. Estamos as duas um bocadinho nervosas com estas mudanças, vão ser seis meses fora, mas as viagens que temos marcadas entretanto sempre nos confortam um pouco, não são seis meses de seguida. É uma questão de nos adaptarmos e, no fim, vai valer a pena.
Vou tentar vir cá contar algumas das minhas peripécias ao longo do tempo. Certamente haverá algumas dignas de partilha.
Até lá!

Orquídea

domingo, 28 de junho de 2015

O livro da Orquídea

Estive a matar saudades dos posts antigos e apercebi-me que não cheguei a falar do livro que editei o ano passado. É verdade, compilei uns textos antigos que tinha guardado há alguns anos e decidi dar-lhes vida.
Lembram-se de há uns anos ter passado um mês fora? Fiz um estágio no estrangeiro e, na altura, escrevi um pequeno texto para cada um dos dias, sobre algo especial que acontecera, no hospital, com os novos amigos, com os lugares que visitei. Gosto muito do resultado final, acho que mostra o quão rica pode ser uma experiência destas, a nível profissional e pessoal. 
Por questões de privacidade e anonimato neste blog, não vou divulgar o título (nem o nome da autora...) aqui, mas tenho muito gosto em fazê-lo se mo perguntarem em mensagem privada (já sabem, underthepeachtree at gmail ponto com). Quem tiver interessad@ em ter um exemplar, diga-me!

Orquídea

6 Meses em Barcelona


Está na altura de vos contar a novidade do ano. Vou passar seis meses em Barcelona a estagiar. Vou em outubro e regresso no final de março. Irei sozinha, o que obviamente não nos deixa as duas felizes, mas vai ser uma experiência importante para ambas.
Sempre quis fazer Erasmus, mas na altura não era possível nem ideal para a fase em que estávamos, pelo que adiei e senti que não poderia perder a oportunidade durante o internato. Estamos neste momento numa fase muito boa, estável em vários sentidos, com muitas viagens compradas entre cá e lá para ajudar a lidar com a distância. Apreensivas mas confiantes de que vai correr tudo bem. 
Vou dando notícias!

Orquídea

Amizade


Tenho uma amiga católica muito devota e praticante. É a Fé que a guia e suporta nos seus dias e sei o quão importante isso é para ela. Dá-lhe paz, conforto, segurança, coragem. Mas, a certa altura, pôs-nos à prova.
Somos muito amigas. Muito mesmo. Ela tem sido o meu pilar ao longo do internato, tem sido o ombro amigo, quem ouve, quem compreende, quem sabe exatamente o que dizer de volta. E, à medida que nos íamos aproximando, o facto de não falarmos sobre a Papoila angustiava-me. Ela sabia que namorávamos, mas não falávamos sobre isso. Comecei a sentir que, se eu roçava esse tema, ficava um silêncio que apenas escutava, sem dar resposta.
Não aguento estes desconfortos muito tempo. A certa altura, falámos abertamente. Compreendi então que, no fundo, o silêncio escondia incompreensão, censura, mas uma vontade genuína de não interferir por não se sentir no direito de opinar sobre a minha vida e as minhas escolhas. "Tenho dificuldade em acreditar que podes ser feliz assim", confessou, depois de eu puxar por ela. Doeu. E doeu mais ainda quando, a certa altura, falámos sobre o facto de não aceitar os meus convites para vir a nossa casa. Pesando bem as palavras para não me ferir, acabou por dizer que não queria ter o seu nome associado (não sei bem a quê). Partiu-me o coração, chorei, tentei explicar-lhe o que sentia. A minha verdade não tem de ser a tua verdade, o teu destino não tem de ser igual ao meu, mas são os dois válidos. Não há nenhum papel para tu assinares por ires a minha casa. Recusas-me ao recusares o convite para minha casa, para o meu lar, para a minha intimidade. Não convidamos qualquer um para a nossa intimidade, não nos expomos assim. Ouviu-me com atenção, com carinho e amizade. Com o amor de quem ama verdadeiramente o próximo. 
Passado algumas semanas repeti-lhe o convite, como lhe dissera que o faria. Perguntou-me o dia e a que horas e confirmou-me imediatamente a sua presença. Agora pergunta-me sempre pela Papoila, manda-lhe beijinhos e até a inclui em planos nossos. É nossa amiga. Minha, dela e nossa. É das melhores pessoas e amigas com quem me tenho cruzado.
Não voltámos a falar do assunto. Continuo sem saber se, quando casarmos, ela aceitará o convite. Nem sei se mudou a sua opinião relativamente a este tema ou outros deste género. Nem sei o que a fez mudar de posição. Mas pouco importa. A amizade prevalece. O Amor. O verdadeiro. 
Há esperança no mundo.

Orquídea

Celebrações e amarguras (e alegrias outra vez)

(Será um post longo... Talvez para compensar a ausência e despejar o que tem sido acumulado)

Tenho saudades de conversar convosco e hoje preciso.
Tanta celebração pelas redes sociais. Foi a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo pelo Supremo Tribunal dos EUA e, não esquecer, a aprovação no nosso parlamento do Dia Nacional Contra a Homofobia e Transfobia, a 17 de maio.
Demorei a ceder à onda arco-íris das imagens de perfil do Facebook, gosto pouco destas modas em redes sociais, mas lá me juntei. Isto porque fiquei muito contente, comovida até, ao ver amigos heterossexuais celebrarem com igual alegria este passo importante nos EUA. E isso deixa-me tão feliz. Não termos medo de celebrar os direitos dos outros, demonstrando o quanto isso não nos perturba e, antes pelo contrário, nos alegra e orgulha.
Porém, estremeci ainda há pouco. Um like de uma colega minha de trabalho a um comentário homofóbico que sublinhava que nem o Supremo Tribunal é capaz de mudar a verdade de que um homem é feito para uma mulher e vice-versa. As palavras ferem. São perigosas e, atrevo-me a dizer, podem matar. E é angustiante ver a naturalidade com que se acompanham de um sorriso casto que justifica a ideologia em nome do Amor, da Família, da Verdade. Apresentam-se como Homens de bom coração, que cuidam dos pobres e mal-afortunados, que amam o outro acima de tudo. E afinal...
Não me surpreendeu esta identificação da minha colega com aquelas palavras. Já antes a vira defender a proibição da adoção a casais do mesmo sexo na mesma rede social. Sabendo que haverá sempre pessoas para as duas frentes, esta preocupa-me particularmente por trabalhar na minha área, a Saúde Mental. Receio as suas crenças pessoais se sobreponham aos factos médicos, científicos, reais, e que, caso isto aconteça, prejudique o desenvolvimento positivo de alguém da sua consulta. E, por outro lado, se alguém com o seu cargo defende estas ideias publicamente, quem as ouve é capaz de julgar que, por trabalhar nesta área, há de ter alguma base médica para o defender. Receio...
Mas depois recordo o caminho que já percorri e as pessoas com quem já me cruzei. Outros colegas. Lembro-me dos dias que passei recentemente com os meus colegas e onde falámos natural e abertamente da minha relação com a Papoila, com o carinho e compreensão de todos (que, aliás, fartaram-se de a elogiar). Lembro-me de como tenho contado a todos eles da forma mais natural possível (estou a ficar perita no método tcharam, é do melhor!) e como não há uma pinga de reação estranha ou desconfortável e a incluem nas conversas como a qualquer companheiro de vida de outra colega. Até já a minha orientadora conheceu a Papoila. E está tudo bem.
E lembro-me então da pessoa que mais me ajudou a acreditar que tudo é possível e que, sim, #LoveWins. Acho que vou contar no post seguinte, porque merece... 

Orquídea

domingo, 19 de abril de 2015

Consignação de 0,5% do IRS

Nós já escolhemos a nossa causa:
A Casa Qui - Associação de Solidariedade Social, Instituto Particular de Solidariedade Social (IPSS), foi fundada em setembro de 2012 por iniciativa de um conjunto de três pessoas especializadas na área da juventude e das questões da orientação sexual e identidade ou expressão de género.

E vocês?

Orquídea

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Doar Cabelo

Car@s amig@s,

Após uma longa temporada a deixar o meu belo cabelo crescer, preparo-me para o doar. Era uma ideia que já tinha há algum tempo e que decidi por em prática no ano passado. Deixei-o crescer, fiz recentemente um corte pequeno apenas para ajustar as pontas e, agora, encontro-me a tentar decidir onde o irei doar. É aqui que vocês entram.
Tenho algumas hipóteses e gostaria de saber a vossa opinião.

1) IPO Lisboa/Porto
 O IPO era o meu primeiro objetivo, visto ser português e eu preferir ajudar cá dentro do nosso país. Porém, tem algumas contrapartidas. A primeira é a de que exigem 30 cm de cabelo, o que é imenso e eu, sinceramente, não sei se aguento o peso do meu cabelo com 30 cm para doar... Por outro lado, tenho lido pela internet algumas dúvidas relativamente ao futuro do cabelo: se as perucas criadas são vendidas ou oferecidas, etc. Tenho conhecimento de uma pessoa que doou o seu cabelo para o IPO e não sentiu qualquer empatia por parte de quem o recebeu. Não que eu queira grandes agradecimentos, mas se quem recebe a nossa doação não dá nem um sorriso de volta e não demonstra qualquer respeito pelo que é doado, também não sei bem o que vai fazer à doação. Por isso, fiquei um pouco de pé atrás.

 2) Little Princess Trust
 Esta associação é inglesa e cria perucas para crianças que perderam cabelo durante o tratamento de cancro. Aqui são precisos apenas 17 cm de cabelo, as perucas são oferecidas e há pelo menos alguma aparência de respeito pela doação, visto que enviam uma carta de agradecimento a cada pessoa que fez uma doação. Porém, confesso que o facto de já ter visto muitos documentários pouco abonatórios aos negócios realizados na China, o facto de enviarem o cabelo para lá para serem feitas as perucas me preocupa um pouco. Mas a verdade é que também não sei onde são feitas as perucas nas outras associações...

3) Flocks of Love
 Associação americana que cria perucas para crianças e jovens até aos 21 anos com perda de cabelo, não discriminando a causa. Há alguns testemunhos de doentes com cancro a quem foi recusada uma peruca por o cabelo "voltar a crescer" e, por isso, as perucas seriam exclusivas a perdas permanentes de cabelo. Aqui pedem cerca de 25,5 cm de cabelo, o que dá mais trabalho de arranjar. Parece que esta associação cobra pelas perucas, apesar de os preços terem algum desconto.

4) Pantene Beautiful Lenghs
  Uma colaboração entre a Pantene e a American Cancer Society. O comprimento exigido é cerca de 20cm, as perucas são gratuitas e são oferecidas a doentes com cancro nos EUA. Enviam carta de agradecimento também. Tenho uma colega de curso que doou para aqui, a ver se lhe pergunto o porquê desta escolha. Na verdade, ainda não ouvi nenhuma crítica a esta associação, única desvantagem é ter de enviar para os States.

 5) Wigs for Kids
 Associação americana que doa perucas a crianças com perda de cabelo, sem discriminar o motivo.
Mínimo de cerca de 30 cm. Não tenho mais informações.

6) Children With Hair Loss
 Associação americana que doa perucas a crianças com perda de cabelo, sem discriminar o motivo.
Mínimo de cerca de 20 cm. Não tenho mais informações.

Bem, depois de por as coisas nestes termos, acho que fico mais inclinada para a Pantene... E vocês? O que escolhiam?

Orquídea

quarta-feira, 1 de abril de 2015

1 Abril 2007 - 1 Abril 2015

Hoje faz 8 anos que nos conhecemos e olhem o que a namorada da minha namorada lhe ofereceu!




[Foi um rapaz que a estampou e foi *tão* simpático!]

Papoila

terça-feira, 31 de março de 2015

Doentes #1

"Dra., eu hoje venho cá porque tenho um Inchaço Benéfico (aka Hipertrofia Benigna da Próstata) e quero fazer análises."


Papoila

COMING OUT - THE OFFICIAL SONG





Para rirem um bocadinho :) e, quem sabe, até seja útil!



Papoila

sábado, 7 de março de 2015

Psicofobia - Preconceito contra portadores de doença ou deficiência mental

Para mim, é mais fácil dizer que tenho uma namorada do que uma psiquiatria e uma psicóloga. 
O que diz isto de mim? E da sociedade?
E o que dizem vocês?

Orquídea

terça-feira, 3 de março de 2015

A Leslie na praia: feliz, feliz, feliz!





Levámos a Leslie à praia no final de Fevereiro - ela adora!

E as fotos, tão giras? Fotografar um cão em movimento tem ciência :p

Papoila

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Saudade e Nostalgia

A saudade e a nostalgia trazem de dor tanto quanto de conforto.

Papoila

domingo, 25 de janeiro de 2015

Encontro de Bloggers '15 - Rescaldo do Jantar


Minhas queridas amigas,


Gostei muito muito de estar convosco. Aqueceu-me o peito rever quem não via há muito tempo, e foi óptimo conhecer as 3 ou 4 caras novas! O grupo está a ficar composto e é incrível o quão confortável/acolhedora é a vossa companhia!


Peço-vos muita desculpa por não ter ficado para o after-dinner, mas esta gripe estava a levar a melhor. Tanto eu quanto a orquídea caímos mortas na cama e, hoje, acordei com uma garganta bem bonita :] como imaginam.

Na próxima edição prometo muita saúde :] e não 'fugir' a meio.

Espero que tenham gostado! É sempre bom estar convosco.

Papoila

Encontro de Bloggers '15 - Rescaldo do Jogo


E assim se passou uma tarde, com umas quantas fotos: umas com mais vergonha, outras com menos, umas mais apalhaçadas, outras menos, mas sempre em boa companhia!

Foi um prazer enorme conhecer quem veio pela primeira vez :)

Papoila


domingo, 18 de janeiro de 2015

Primeira viagem de 2015? MARCADA!








Quem adivinha os 3 destinos?
Papoila

Actividade pré-Jantar

Caras amig@s,

Finalmente tive uma ideia original para o nosso jogo pré jantar! Vai ser uma coisa diferente, ligeiramente mais simpática para quem não está em forma física (como eu 0=], pelo menos por enquanto), e que vai permitir conhecer as pessoas do vosso grupo!

Muito em breve receberão um e-mail nosso com detalhes da actividade!

Papoila

Excertos do Curso de Fotografia









Só para vos mostrar um bocadinho daquilo que ando a fazer.

Papoila

Queridas,voltei!!!


Papoila

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014...2015

2014

Janeiro:
Ano Novo, Casa Nova, Vida Nova

Fevereiro:
 Término do projeto "Mansão da Coelhinha"
Papoila inicia o estágio decisivo: Medicina Geral e Familiar

Março:
Muito trabalhinho que nem nos lembramos de nada mais marcante do que:
Orquídea termina o relatório de 1º ano
Orquídea apresenta trabalho de investigação como convidada em congresso Ibero-Brasileiro

Abril:
Coming Out ao avô da Orquídea
Férias com a família da Orquídea
(Papoila insiste em registar aqui a compra dos cortinados cá para casa)

Maio:
Início das aventuras de BTT da Papoila

Junho:
Istanbul ^^
Papoila dá um tralho com pedais de encaixe e retira-se temporariamente do BTT...

Julho:
Visita da A* e Alex aos nossos aposentos

Agosto:
Fim de semana prolongado com a família da Papoila no norte

Setembro:
Madrid com coleguinhas da Orquídea

Outubro:
Sétimo Aniversário juntas
Papoila compra a prenda de uma vida: a sua máquina fotográfica xpto
Orquídea publica o seu segundo livro

Novembro:
Amesterdão para celebrar o aniversário da Orquídea

Dezembro:
Papoila vai ao jantar de internos da Orquídea e é apresentada convenientemente :)
Papoila cumpre mais um sonho: inicia curso de fotografia
Papoila escolhe a sua especialidade

2015

... Já temos alguns planos, mas contamos no próximo ano!...

Boas entradas!

Papoila e Orquídea

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Natal no Trabalho

Recebi hoje uma prenda de natal de um doentinho. Disse-me que era a forma que tinha de agradecer tudo o que tenho feito para o ajudar. Disse-lhe que ia pôr debaixo da árvore de Natal e ele sorriu.
Sabe bem quando percebemos que tocamos as pessoas, que as ajudamos. 
Não faz parte da nossa profissão esperar reconhecimento, agradecimento. Não é o nosso propósito e nem poderia ser, não podemos esperar que a nossa satisfação no trabalho venha do reconhecimento do mesmo nos nossos doentes. Estamos a fazer o nosso papel o melhor que podemos, não somos extraordinários, não fazemos mais do que o nosso colega. Ajudamos porque é nossa função e a do doente é apenas sê-lo. A satisfação do trabalho terá de vir apenas do puro ato de darmos o nosso melhor pelo outro.
A minha área é um caso especial neste aspeto. Tanto temos pessoas que não acreditam que estão doentes e que se ofendem e te insultam quando fazes o teu trabalho como tens outras que, por exemplo, pelos seus traços peculiares de personalidade, seduzem o doutor de todas as formas possíveis, agradecendo, elogiando e mimando. E, para nós, todos os atos são importantes, passíveis de interpretação à luz da patologia que os trouxe ali. Quer seja um insulto ou um mimo. 
Mas, de vez em quando, há um agradecimento especial. Vê-se nos olhos e sente-se na voz. E não me parece justo não o sentir apenas como tal, como um agradecimento sincero. Por isso recebo-o com alegria e humildade. Assim como a prenda de hoje. Será certamente uma prenda especial a abrir amanhã à meia-noite.

Orquídea

PS: Uso o termo "doente" para me referir a quem sigo em consulta. Não que estejam todos doentes, não os vejo certamente como tal, mas é o termo mais comum usado entre os médicos. Espero que não vos seja incómodo, uso-o porque o prefiro a "utente" ou "cliente". 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Já temos Médica de Família!


Finalizadas as escolhas da especialidade, temos uma boa nova: a Papoila vai ser médica de família! Eu acho que não poderia ter escolhido melhor especialidade tendo em conta a pessoa que é. Os seus utentes vão ter muita sorte em tê-la como médica, podem crer!
Terminamos assim um período de incertezas. Agora ambas sabemos onde estaremos nos próximos quatro anos e podemos continuar a construir a nossa casinha e a nossa vida com alguma estabilidade. 
Agora é que vai começar a melhor parte!

Orquídea

sábado, 6 de dezembro de 2014

VII Encontro de Bloggers - 24 de janeiro 2015

Caríssim@s,

Temos recebido alguns incentivos de outr@s bloggers para organizarmos o próximo encontro e não resistimos ao repto. Já lá vai algum tempo que não nos vemos... Está na altura de nos voltarmos a juntar para celebrar o ano novo, para ouvir das vossas novidades e para conhecer novas pessoas. Assim, dia 24 de janeiro voltaremos a juntar-nos para um belo convívio aos quais já nos temos habituado. Que saudades!
Quem quiser e estiver disponível para participar neste encontro, por favor envie-nos um e-mail (underthepeachtree arroba gmail ponto com) para podermos começar a organizar os detalhes.
E tu, juntas-te a nós?

Orquídea

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Questionário de Investigação

Pessoal, temos uma amiga nossa que precisa de nós! Está a fazer um estudo sobre a qualidade das relações íntimas, identidade, estilos de vinculação e suporte social em pessoas LGB e pediu-me para divulgar o questionário relativo ao mesmo. Deixo-vos a mensagem da equipa de investigação e pedia a vossa colaboração!

 Ex.mos/as Sres/as,
Caros/as Colegas,
Amigos/as,

No âmbito da Tese de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, na Universidade da Beira Interior – Departamento de Psicologia e Educação, encontro-me a realizar um estudo ibério-americano sobre A Qualidade das Relações Íntimas, Identidade, Estilos de Vinculação e Suporte Social em casais LGB. O objetivo é avaliar a qualidade das relações íntimas, estilos de vinculação, identidade, suporte social e bem-estar sexual subjetivo.

Este questionário destina-se a ser preenchido por pessoas lésbicas, gays ou bissexuais (LGB) que se encontrem atualmente numa relação significativa (independentemente do tempo de duração).

Para participar, preencha individualmente o presente questionário AQUI,

O questionário tem um tempo médio de preenchimento de 10 minutos. Ao preencher o questionário estará a refletir acerca de uma temática tão relevante como o seu relacionamento, o que constituirá uma ótima oportunidade de aprendizagem e crescimento pessoal e relacional.

As respostas são tratadas de forma anónima e confidencial.

Em caso de dúvida, ou para qualquer esclarecimento contactar: m6168@ubi.pt 

Solicitamos ainda que possa divulgar este questionário pelos seus contactos de forma a obtermos o maior número de respostas. 
Agradecemos desde já a sua participação e reforçamos que a sua colaboração é essencial para a nossa pesquisa.


Pela Equipa de Investigação,

Ana Margarida Jerónimo

Universidade da Beira Interior – Portugal
Departamento de Psicologia e Educação

Orquídea

domingo, 5 de outubro de 2014

Sétimo Aniversário

Celebrámos ontem sete anos juntas. Como sempre, fico a olhar para a Papoila, sorrio e relembro tudo o que conquistámos. Aqui estamos nós, sete anos depois de um beijo tímido e receoso e de um medo sufocante de sermos descobertas e discriminadas, a celebrarmos na nossa casa-lar, com uma vida autónoma, com a Leslie e a Fox, com uma família que nos ama e amigos que não abandonam e com planos para o futuro. Felizes e livres. Entretanto até já podemos casar em Portugal e em breve (parece-me) adotar. Que mais poderíamos desejar?
Ainda sinto as borboletas no estômago quando te vejo. Que os anos continuem a passar por nós com a suavidade de sempre. Há altos e baixos, há crises e problemas, mas cada vez mais aprendemos a resolvermo-nos melhor.
Amo-te.

Orquídea

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Madrid


Viemos na semana passada de Madrid. Foram umas férias muito boas para nós. A Papoila passeou muitas vezes sozinha pela cidade enquanto eu ia ao Congresso, mas não foi por isso que deixou de aproveitar os dias. Andou entusiasmada a percorrer a cidade e depois a mostrar-nos ao serão.
Ficámos numa casa alugada com mais quatro colegas meus. Só uma das colegas é que sabia que nós andávamos, mas julgo que no final todos perceberam. A meio da semana já andava a chamar-me amorzinho e já passeávamos bem juntinhas na rua. Sentimo-nos bem e todos foram muito simpáticos connosco. Uma das minhas colegas até veio ao aniversário da Papoila, no dia seguinte a termos chegado. E todos eles me vinham dizer o quão querida a Papoila é. Sim, eu sei.
Ainda ficou muito por visitar. Pelo menos da minha parte... De qualquer forma, ainda me baldei a algumas partes do congresso para aproveitar o tempo de férias com a Papoila. Percorremos as ruas e jardins da cidade, fomos aos museus que nos interessavam, trouxemos quadros para a nossa casinha e sentimo-nos de férias.
A ver se foram suficientes para aguentarmos o trabalho que se segue.

Orquídea