sexta-feira, 30 de março de 2012

Semana de Trabalho


Ando exausta. Estas viagens diárias e os horários pouco simpáticos fazem com que chegue ao final da semana e só me apeteça dormir. Há dias em que este ritmo leva a melhor. Não que me importe com as viagens, não que me arrependa das decisões tomadas, mas não chega ir para casa e ver a Papoila. Queríamos um pouco mais, queríamos um tempo para sair e passear, para recuperarmos algumas ocasiões de romance e alegria roubadas pelo estudo e trabalho académico intenso, mas este cansaço só tem atrapalhado. Chega a sexta-feira, dia em que não temos de nos preocupar com o horário do dia seguinte, e eu sem forças para aproveitar.
Terminei hoje o estágio no Centro de Saúde. Na próxima semana começo o estágio em Lisboa, que tanto lutei para conseguir. Tenho fé que este mês seja mais simpático, que me deixe descansar e ter energia para o vivermos melhor. Porque já merecemos algumas férias. Nem que seja apenas durante alguns finais de tarde ou fins-de-semana.
Figas!

Orquídea

domingo, 25 de março de 2012

Poesia

Foi quase por coincidência que acabei nas comemorações do Dia Mundial da Poesia no CCB. E foi nessa mesma coincidência que assisti a uma aula sobre poesia contemporânea. Resultado: uma vontade enorme de voltar à poesia.
Assim, deixo-vos algumas sugestões que nos foram dadas de duas poetisas contemporâneas que deverão ficar marcadas na história da nossa poesia.


Margarida Vale de Gato


ÉMULOS


Foi como amor aquilo que fizemos
ou tacto tácito? – os dois carentes
e sem manhã sujeitos ao presente;
foi logro aceite quando nos fodemos
Foi circo ou cerco, gesto ou estilo
o acto de abraçarmos? foi candura
o termos juntos sexo com ternura
num clima de aparato e de sigilo.


Se virmos bem ninguém foi iludido
de que era a coisa em si – só o placebo
com algum excesso que acelera a líbido.


E eu, palavrosa, injusta desconcebo
o zelo de que nada fosse dito
e quanto quis tocar em estado líquido.


Golgona Anghel


Não me interessa o que
dizem os dissidentes da ditadura.
Mas confesso que gostava dos chocolates Toblerone
que a minha tia me trazia no Natal.
Não acredito nos detidos políticos,
nem me impressionam os miúdos descalços
que mostram os dentes para as máquinas Minolta
dos turistas italianos.


Não vou pedir asilo.
Desconheço os avanços
ou retrocessos económicos do meu país.
Já falei de Drácula que chegue.
Já apanhei morangos na Andaluzia.
Já fui cigana, já fui puta.
Escusam de mo perguntar outra vez.
O que me preocupa – e isso, sim, pode ser relevante
para o fim da história – é saber
quando é que me transformei,
eu que era uma loba solitária,
neste caniche de apartamento que vos fala agora?


Orquídea

terça-feira, 20 de março de 2012

Lady Fox pede perdão

Caras admiradoras,

como não ladro nem mio, quando quero festas e atenção, ou dou cornadinhas nas minhas mamãs ou mordisco-lhes o pedaço de pele que está a jeito ou a descoberto. Acontece que as minhas mamãs, para precaver algumas mordidelas mais dolorosas, já me estão a ensinar o grau de força que devo aplicar nas minhas investidas por mimos. Assim, quando mordo com um bocadinho a mais de força, ainda que não doa, as minhas mamãs dão um guincho de dor fingido, e eu paro logo. Sim, porque o guincho de dor é o que os coelhinhos fazem quando sentem dor e, esta linguagem humana, eu percebo. 

Ontem isto aconteceu com a minha mamã Papoila... e fiquei tão triste por a ter magoado, que lhe subi para o colo e lhe dei uma sessão de beijinhos bem prolongada. Olhem só como eu sou fofinha. A mamã Orquídea correu para a máquina fotográfica, que não queria perder a oportunidade de me apanhar na mimozice.

Tenho umas mamãs bem sortudas [e o melhor foi, depois, ter tido direito a um cocktail de vegetais fresquinhos - yummi!].

Lady Fox

Lady Fox, escutando atentamente

Puff, quanto me contas!

Lady Fox

Lady Fox, Condessa dos Canónigos

 Eu sei, tenho um rabiosque mesmo giro.


E aqui estou a treinar bodyboard. Já me ajeito... afinal, o Verão está a quase a chegar!

Lady Fox

Tiróidices a torto e a direito


Este podia ser o meu assistente de Cirurgia.

Imaginem a minha [louca!] vontade de comparecer na aula.

Papoila



segunda-feira, 19 de março de 2012

FEIST

Resumidamente, como quem tem, de facto, muito para fazer:


(1) Que concertão! WOW!
(2) Jamais vira um palco tão cheio de instrumentos.
(3) Jamais vira uma artista tão interactiva com o público - pôs toda a gente a mexer!
(4) E tão genuinamente feliz por estar com os fãs.
(4,1) E com tão bom sentido de humor.
(4,2) E com um vestido, diga-se, curiosamente curto quando comparado com o seu profile habitual.
(5) Jamais vira uma transformação tão positiva de músicas de CD para PALCO.
(5,1) Aquelas vocals fazem toda a diferença.
(6) Jamais estive em tão grande êxtase.
(7) Jamais estive tanto tempo atordoada com um concerto... (still am!!!)

Morzinho do meu coração: a seguir à Fox, foi a mais melhor boa e espectacularmente na mouche prenda que alguma vez me ofereceste. Amo-te.

Aqui entre nós - ela tem um cute sinal na região malar direita, sabiam?
Meu Dios, quão longe estarei de me tornar uma fã fanática? =x

Papoila

FEIST - OH MY GAWD, OH MY GAWD, OH MY GAWD, OH MY GAWD (and i could go on with it)


OH

MY 

GAWD

Papoila

domingo, 18 de março de 2012

Vicissitudes de uma Jovem Médica #2

Desde que fiz o Juramento Médico que estou muito mais reservada na partilha de histórias de consultório ou hospital. A verdade é que a vontade, por vezes, é muita. Não pela fofoca, claro, mas sim pela gravidade e implicação de algumas questões.
Ser médica é meio caminho andado para saber exatamente como é a sociedade em Portugal. O bom e o mau. As pessoas que sofrem e precisam de ajuda e a quem as políticas mais recentes insistem em prejudicar. E aqueles que se encostam ao sistema, com lamúrias injustificadas e uma preguiça que incomoda.

E depois há a solidão. A imensa solidão. Tão real e tão comum que se acompanha tantas vezes de uma acomodação dolorosa.
Eu poderia escrever todos os dias sobre um episódio marcante que assisti nas minhas horas de expediente. Podia e adorava poder fazê-lo. Mas enquanto não compreender bem os contornos deste Juramento, não arrisco a privacidade e anonimato daqueles que passam por mim.

Orquídea

sábado, 17 de março de 2012

Vicissitudes de uma Jovem Médica #1

Estar no consultório médico no Centro de Saúde, a acompanhar uma médica de família, e entrarem pela porta pessoas conhecidas:

#O senhor que reconheço das inúmeras viagens de comboio.
#Um músico que já vi atuar.
#O namorado de uma amiga.
#Uma amiga dos meus avós.
#Uma colega da primária que não via há uns 15 anos e que vem para uma consulta de planeamento familiar...

Ser médica na cidade-natal tem destas coisas.

Orquídea

Kaki King, desta não escapas!

Fiquei em polvorosa ao ver o cartaz a anunciar o regresso de Kaki King a Portugal. É desta que vamos conseguir assistir em condições a um concerto desta grande guitarrista!
Eu bem tentei manter segredo e surpreender a Papoila, que certamente iria pular de contentamento e, quiçá, com alguma histeria, mas como não queria que acontecesse como a "surpresa" de Bon Iver, decidi revelar-lhe o facto. Sim, porque quando lhe disse "Já sei o que te vou oferecer no próximo mês!" respondeu-me "Vais levar-me a ver Bon Iver?!". Eu não sei mentir e assim não dá...
Por isso, está já agendado nos nossos planos. Dia 12 de abril vamos tirar a nossa alminha de miséria.
Ou melhor... vamos já amanhã. Feist awaits!!
Este ano promete.

Orquídea

quinta-feira, 15 de março de 2012

Uma Viagem à Índia - Gonçalo M. Tavares

As boas memórias relativas à escrita do Gonçalo M. Tavares e o incentivo por parte da s levaram-me a embrenhar-me neste livro no passado mês de fevereiro.
Alguns séculos depois da viagem à Índia por Vasco da Gama ter sido vangloriada e relatada pelos Lusíadas, eis que Gonçalo M. Tavares propõe nova viagem, novo herói e o mesmo destino. A escrita remete também para a obra de Camões, com o livro dividido em dez cantos escritos em estrofes, um pouco mais livres na sua estrutura. Até as temáticas dos acontecimentos de alguns capítulos se aproximam entre as duas obras.
São talvez estes pontos em comum que dão ainda mais valor ao livro de M. Tavares. Tal como o nome indica, trata-se de uma viagem, do percurso até à Índia e da procura e viagem interior que a personagem faz ao longo do percurso. Com paragens em Londres ou Paris, o relato não esquece as particularidades destas cidades e dos seus habitantes, especialmente os que se cruzam com o herói desta história.
Com uma escrita bonita e elevada, Gonçalo M. Tavares comprova a sua importância no panorama da literatura em Portugal assim como a sua versatilidade na construção dos seus trabalhos. Recomendo e deixo-vos um aperitivo.

Canto I 
70

"Bloom procurava o insólito que não
sendo acontecimento mudo ou ruído, sendo
sítio, obriga a caminhar. Se o que procuro
chegasse à minha cadeira,
para que serviriam os sapatos? Mas é já
um conhecimento clássico: acontecimentos novos
existem em espaços novos, e não em antigos.
Não deixes que a tua cadeira confortável prejudique 
a tua curiosidade."

Orquídea

quarta-feira, 14 de março de 2012

The Appointment - Herta Müller

Tenho andado esquecida de falar dos meus livros. As viagens diárias de comboio dão mais que tempo para pôr a leitura em dia (enquanto não chega o sono...). Decidi começar as leituras deste ano com o livro que a minha amiga romena me trouxe.
The Appointment é um livro de Herta Müller, prémio Nobel em 2009. Julgava eu que esta autora era alemã, do que me lembrava de ter ouvido na televisão. Mas a história dela é bem mais interessante do que o pouco que me ficou da comunicação social. Müller nasceu na Roménia, onde viveu durante o regime de Ceausescu. Foi devido à dureza desse mesmo regime que emigrou para a Alemanha, onde acabou por se naturalizar. 
The Appointment relata um dia na vida de uma mulher durante este período conturbado da Roménia. Este é o dia em que esta mulher tem um interrogatório na polícia, mais um, depois de ter escrito "casa comigo" nos bolsos de uns casacos que a empresa onde trabalha exportaria para Itália. Uma tentativa de fuga, uma provocação ou um ato de desespero. Durante o percurso, reflete sobre o que a levou até à sua situação, sobre a família, o amor, a amizade, a vida num país inibido pelo seu regime.
Este é um retrato de uma mulher inteligente e com as suas potencialidades castradas pelo país onde vive. A prepotência à sua volta impede-a de ser livre e verdadeira como gostaria e tudo isso é compreendido pela forma como nos fala e como descreve, com alguma impassividade e acomodação, a situação em que se encontra. Senti até a revolta silenciada. Lembrou-me a personagem principal do livro da Lídia Jorge, A Costa dos Múrmurios, pela forma como ambas as mulheres se encontram e são vistas em períodos de ditadura.
Para quem gostaria de conhecer um pouco mais deste período da Roménia e de perceber as semelhanças entre um regime comunista e o nosso regime de direita, este livro é uma boa aposta.


Orquídea

domingo, 11 de março de 2012

Florbela

Apesar de já não haver nenhum laboratório de película em Portugal (o último, da Tobis, foi vendido há pouco tempo a Angolanos), ainda se faz bom cinema em Portugal.

Confesso que, ontem, quando me sentei na sala de cinema, não tinha expectativas. Seria só mais um filme português, com o seu drama e lamechice, em proporções similares e exageradas. Estava errada. Com um guarda-roupa absolutamente espectacular (saí da sala com vontade de comprar algumas das peças), uma performance estrondosa da Dalila Carmo (das melhores que já a vi fazer - e que atraente que ela fica com aquela maquilhagem, meninas); e algumas imagens em que a cor e a perspectiva nos deixam completamente rendidas; tornou-se num dos melhores filmes portugueses que já vi. Recomendo vivamente, talvez até mais que o da Amália. Caso possam, vão vê-lo ao cinema o quanto antes.

Papoila

Fox fica constipada


Mamã, hoje acordei com ranhoca no nariz. Estou molinha e um pouco constipada. Não me arranjas um lugarzinho debaixo do teu roupão? Vá lá... Eu prometo ficar quietinha e esticar as minhas patas de trás para junto das tuas.

[uns momentos depois...]

Ahh... tão bom! Obrigada mamã. Vá, agora faz-me festinhas.

Papoila

sexta-feira, 9 de março de 2012

A rabeta da Fox

Isto é a Fox, a alçar a sua rabeta para cima, enquanto se tenta espreguiçar. Não é adorável? Agora aprendeu a saltar-me para o colo, para cima do portátil, quando quer festas. Tão pequenina e já sabe o que são ciúmes, já viram?

Papoila

Museu do Oriente


Percebo que, durante os descobrimentos, o que trazíamos do Oriente entrava pelo Tejo adentro e desembarcava nas suas margens. Esta é a única justificação que encontro para a remota localização do Museu do Oriente, tão longe do centro da cidade e de tão difícil acesso.

Ontem, com um dia particularmente solarengo e uma tarde livre completamente ao meu dispor, decidi sair para um passeio. Não arranjei companhia a tempo e horas, pelo que fui sozinha e à aventura. Só mais tarde, e por coincidência fortuita da minha proximidade ao museu, decidi lá ir espreitar.

Não foi difícil chegar à 24 de Julho. Difícil foi passar a linha do comboio que vai para Cascais, visto que o museu fica do lado de lá. Não havia, naquela zona, uma única passagem para peões. A única que encontrei, depois de 20min a andar, era subterrânea e com um aspecto muito desaconselhável para uma menina sem botas de motoqueira e nem guarda-chuva pontiagudo na mão. Como é óbvio, eu não trazia comigo nenhum dos itens acima mencionados, pelo que a ousadia de entrar por aquele buraco a dentro requisitou uma louvável dose de coragem.

O museu tem peças extraordinárias mas, devo dizer, não está pensado para um mero cidadão. A descrição das peças e do contexto histórico das mesmas está, por vezes, relatado de forma tão técnica que, uma pessoa que não tenha uma boa base de conhecimentos na área, não consegue acompanhar. Utilizam muitos nomes escritos em estrangeiro, sem a posterior descrição do que significam, dificultando a sua compreensão.

Não obstante, recomendo a visita! Nomeadamente a exposição temporária sobre brinquedos asiáticos, cuja globalização não foi uniforme.

Papoila

Amplamente Feliz

Sejam felizes!, disse-nos na despedida. Haverá desejo mais sincero e carinhoso?, pensei. Talvez o 'Tenham saúde.', sempre debaixo da língua dos avós (consequência irremediável da idade). Mas um 'sejam felizes', de sorriso na face e olhos luzindo, é uma prova de amor. Quando nos dizem isto o peito aquece e sentimo-nos confortáveis. Como que se, de leve, um cobertor nos assentasse ombros, caindo do céu numa noite fresca.

Há quem se preocupe connosco, sabem? Estamos seguras.

Papoila

quinta-feira, 8 de março de 2012

Boas Notícias

É tão bom sentir que as coisas a irem no sentido certo. Alguns pontos da to-do list adiantados, pequenas lutas que começam a resultar em grandes conquistas e uma vontade bem diferente do ano anterior ao acordar de manhã.

Quero com isto dizer que está tudo encaminhado para que no próximo mês não tenha de me levantar tão cedo. Vou fazer estágio em Lisboa, na especialidade que tanto gosto, e na área da minha preferência! Vai ser tão importante para compreender o que poderá ser o meu futuro se sempre decidir por este caminho e, se me apaixonar por ele como pressinto que acontecerá, vai ser um mês fantástico!

Foi preciso pôr a mexer certas e determinadas pessoas que inventam regras para não terem de trabalhar, mas com persistência e dedicação lá se conseguiu resolver tudo.

E a cereja no topo do bolo?! Quero pegar na Papoila e levá-la ao Tango este sábado! É desta!!

Orquídea

segunda-feira, 5 de março de 2012

Raios partam São Pedro!

Ora... início de Março é a época em que se plantam as coisas na horta. Em Lisboa foi fácil - tirando o pormenor do transporte dos 50 L de terra nas minhas costas, por 500 m, não houve grandes esforços. Agora, na santa terrinha, neste fim-de-semana, fiquei para morrer. Esta coisa de estar um maravilhoso sol durante todo o Inverno é bestial... quando não se tem que, depois, ir cavar a horta! De tanta falta de água, a terra estava que parecia pedra! Foram 60m quadrados de muito sofrimento, juntamente com o meu pai. Quando acabámos, doía-nos tanto o corpo que até comer custava. No dia seguinte os meus pulsos estavam hirtos que nem uma estaca de ferro. Já para não falar dos antebraços que, com o simples balançar do corpo, me faziam dolorosamente lembrar que existiam.



Conclusão: o sol é muito bom, mas a chuva faz falta. Andará o São Pedro a dormir?



Hellooo?! Is anybody out there?



Papoila

Desafio Hortícula '12













Queridas leitoras,


A nossa horta está a crescer a passos largos. A rúcula, plantada na semana passada, já está a despontar aos milhões. As alfaces estão vivaças e crescidas. O arbusto, que dá mirtilos, já está quase a rebentar a flor. A planta das bagas de goji cresceu, em quatro dias, pelo menos 10cm (não estou a exagerar). Os coentros estão rezingões e demoram a mostrar a cara, mas a senhora espanhola avisou logo que demoraria uns 12 dias. Quanto aos morangueiros, à hortelã e à salsa, visto que foram transpostas de outro vaso e para uma nova terra... vamos ver se aguentam! Apesar de tudo, estou super contente com os resultados. Já se vêm os olhos da Fox, luzidios, quando olha pelo vidro da janela. O que ela quer, sei eu! :p


Papoila

sábado, 3 de março de 2012

Out - E então?

Decidi que não passava deste fim-de-semana. Apesar da angústia que o tema me trazia, não podia continuar sem esclarecer as coisas com o meu pai. Então esperei pela altura que ele vem ao meu quarto convencer-me a sair do computador.
Veio, viu a minha cara de quem tem mais para dizer e chamei-o para conversar. "Mau..." Expliquei-lhe que era importante haver honestidade entre nós e que existiam coisas que deviam ser esclarecidas, das que só falamos por bocas sem nunca falarmos a sério do assunto. E disse-lhe, "acho que já percebeste que eu e a Papoila não somos só amigas".

"Sim. E então?"

E então dá-me para sorrir, que não esperava uma reação assim. Fico um pouco atrapalhada, explico-lhe que andava angustiada por não lhe conseguir contar, ele disse que não percebia porquê. Disse-lhe que tinha medo que deixasse de ter orgulho em mim. "Nisso não, mas tenho orgulho noutras coisas". Disse-me que não considerava "exemplar", respondi-lhe que não tinha de o ser, mas que não era condenável. Perguntou-me qual de nós era mais "fervorosa" no assunto. Retorqui se também quando ele tinha casado com a minha mãe se havia alguém mais fervoroso. Ele disse que sim, que era ele e riu-se. Daqueles risos de quem foi apanhado numa incoerência.
Falámos dois minutos e mudou-se de assunto. Continua tudo igual. Exatamente igual. Tão simples.
Espero.

Orquídea

Pós-Operatório

Já está! A cirurgia foi um bocadinho assustadora para uma médica que sabe o que se passa numa sala de operações. Sim, porque a anestesia local permite que oiça o bisturi e sinta o cheiro típico, só que desta vez é no meu rico corpinho que as coisas acontecem... Não doeu nada (só a anestesia) e correu tudo bem.
Fui ontem tirar os pontos. Depois de duas semanas com algumas dores e da companhia constante da minha maravilhosa almofada-donut, melhorei subitamente assim que os pontos se foram. Prevejo uma recuperação rápida e de sucesso!
Queria só deixar um novo agradecimento às mensagens que fui recebendo. E, claro, um agradecimento maior e desmesurável à Papoila, que cuidou de mim tão bem que até o cirurgião ficou impressionado com a qualidade dos pensos e da evolução da cicatriz!
Tão feliz por te ter comigo.

Orquídea

Jornalismo: e agora?

Terminei ontem o magnífico curso de Jornalismo. Termino assim os meus dias loucos de poucas horas de sono e muito cansaço acumulado. Mas termina também o entusiasmo pelo dia seguinte, pelo tempo que ali passava embrenhada na escrita.
Adorei. Adorei fazer a entrevista e a reportagem, escrever notícias e até as breves! Adorei editar textos, fazer um esforço para caber no limite de caracteres que nos é imposto e até adorei as conversas filosóficas sobre a profissão. Enfim, senti-me mesmo bem. Para além de sentir que até tenho algum jeitinho para a coisa...
A questão é: e agora? Não vou certamente abdicar da Pedopsiquiatria, um sonho muito grande e no qual também me sinto confortável e entusiasmada. E é emprego seguro, algo que vai escasseando... Mas adorava conseguir conciliar de algum modo o jornalismo na minha vida. Por agora, vou descansar e logo vejo o que o futuro me poderá reservar.
A propósito... tenho uma entrevista que acredito que muit@s gostariam de ler. Daí que vá tentar divulgá-la fora do ambiente de curso onde a realizei. A ver como corre!

Orquídea

quinta-feira, 1 de março de 2012

Vergonha

Às vezes, quando penso que estou muito bem com o meu modo de vida, sai-me o tiro pela culatra. Quando dou por mim, estou acanhada a um canto. Incapaz de dizer que sou assim. De não ter vergonha disso. De ter orgulho. De não ter medo que deixem de gostar de mim.

Papoila