quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Confessions of a runner's girlfriend


Este mês tem sido verdadeiramente extenuante. Acordar pelas 6.30 am. Uma correria para banhos, pequeno-almoço e penso da Orquídea. Entretanto, às 7.30 am ela já está a sair de casa, a correr, com um beijo ou uma mensagem cujo término já mal se distingue do ranger do fechar da porta. Quando chega, pelas 4.30 ou 5.30 pm, lancha-se, visita-se o e-mail, contam-se em três palavras o aborrecimento ou entusiasmo da manhã e, quando dou por mim, estou novamente sozinha com a Fox. Quando a Orquídea regressa a casa, pelas 11.00 pm, eu já estou de pijama. Sirvo-lhe o jantar e enfio-me nos lençóis. Aie, vida.

Ainda bem que já estamos na recta final.

Papoila

A dieta veggie da Fox



A minha mamã iniciou-me, ontem, naquilo que está a ser o deleite das minhas papilas gustativas. Acho que ela nunca me tinha visto a mastigar tão depressa e com tanta sofreguidão (atingi uma velocidade digna de titã quando chegou a vez dos coentros - já sabem o que me podem trazer no meu aniversário, madrinhas). Já a cenoura, esta não satisfaz totalmente os meus desejos de requinte... mas a maçã compensa isso na totalidade, especialmente quando cortada às ripinhas. Tenho uma mamã muito prendada e que gosta de me ver saltar de contentamento, de estômago cheio. Sou uma coelhinha tão feliz!

Fox

Mini-tiny-cute Garden


Como se prevê que a nossa Fox se torne uma apreciadora voraz de coentros, salsa, hortelã, manjericão e similares, torna-se insustentável conceder-lhe tais regalias sem uma mini hortinha na varanda. Assim, se a carteira deixar, vou passar a tarde a aprovisionar o necessário para termos o nosso mini-tiny-cute garden! Estou entusiasmada!

Papoila

Fox retoma a fofura primordial

Após algumas semanas a mostrar às minhas mamãs como consigo ser autónoma e independente, senti saudades das festarolas no colo da mamã Papoila, pelo que deixei novamente que ela me pegasse e deitasse de patolas para cima. Na verdade eu sempre adorei estar assim, até porque ela me enche de festas até ao tutano... mas tinha que me afirmar em algum momento da vida, não é? Mas já me passou essa neura. Agora estou sempre a saltar para o colo dela, especialmente quando ela está no puff, com o PC no colo, e não me liga nenhuma. Basta começar a lamber-lhe as pernas e os pés para que ela perceba logo o que eu quero - tenho uma mamã mesmo esperta!

Fox

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Obrigada a todas

as que fizeram do meu fim-de-semana um verdadeiro *feliz fim-de-semana*. Obrigada pelos sorrisos, pelas histórias, pelos olhinhos a brilharem. Pela companhia, pelos beijinhos e pelos abraços. Obrigada pelos brindes, pela forma cómica como dançam (ou não dançam)! Obrigada pelo esforço para aparecerem, mesmo vindo do Norte do país (e terem que fazer uns bons quilómetros para estarem presentes), ou do Sul (depois de uma chata avaria de carro e uma viagem com um taxista fórmula-1). Obrigada pelo beach tennis e pela falta de bola de volei. Obrigada por todo o amor pela Fox. Enfim, sou feliz convosco!

(A Fox está a lavar as suas orelhas. Um dia filmo e partilho... não há coisa mais doce para ver.)

Papoila

Fox vai ao veterinário


Hoje fui ao veterinário - um jovem motoquinhas, com os seus 30 e poucos anos, alto e esguio. As minhas mamãs simpatizaram logo com ele... eu é que nem por isso. Não foi exactamente o seu semblante que eu não tolerei, mas sim o seu cheiro a cão (que tresandava). Eu, uma menina princezinha, não me posso misturar com tais odores, n'est pas? Ou então para que servirão as horas que passo a cuidar do meu pelo? Não obstante, portei-me como uma verdadeira senhora. Mantive a minha postura correcta enquanto o senhor me fazia as suas traquinices... inclusivamente enquanto ele me cortou as dentolas. Sim: enquanto me cortou as dentolas. Ao que parece tenho uma doença genética chata que leva ao crescimento desmedido dos dentes incisivos. A minha mamã Papoila já tinha desconfiado e foi por isso que decidiu levar-me ao doutor. Infelizmente, quando fizer seis meses, vão-me arrancar os dentes incisivos. Os posteriores vão ficar (para quem não sabe, os coelhinhos têm oito dentes incisivos, que nascem aos pares, um atrás do outro), pelo que deverei preservar a capacidade de cortar a paparoca. Independentemente disto, as minhas mamãs ficaram um pouquinho preocupadas e receosas com a cirurgia... mas têm tempo para se preparar.

Até lá, já vou poder começar a comer rúcula, conigos, cenoura, salsa, coentros e muito mais! Estou super entusiasmada com o leque de sabores que me esperam!
Fox

Fox sai do armário, à sua maneira


Queridas admiradoras,

É com alguma vergonha (mas bastante orgulho!) que torno hoje público o meu verdadeiro eu: sou uma menina! Uma menina bem jeitosa, isso é certo, mas uma menina! O meu bilhete de identidade veio enganado e tinha uma bola com uma setinha em vez de uma bola com uma cruz, pelo que as minhas mamãs, apesar de nunca terem visto os meus tintins, nunca suspeitaram da minha falta de masculinidade - até porque os tintins dos coelhinhos só descem completamente para o escroto aos 6 meses!

A minha mamã Papoila ficou radiante de alegria quando descobriu. Começou-me logo a dizer que, um dia, eu mesma iria ser mamã (ela sonha muito com os seus netinhos). A mamã Orquídea, como tem os pés mais assentes na terra, ficou mais reticente quanto à temática da descendência... mas lá chegará.

Lá no fundo, julgo que as minhas mamãs já sabiam. Até me compraram uma trela cor-de-rosa! E a vassoura que usam para varrer o lixo que vou deixando é, também ela, cor-de-rosa! Com tantos ítens indicadores da minha feminilidade, o que é que elas estavam à espera?! Mesmo que fosse um menino, era obrigada a mudar!

Lamento os corações que deixei destroçados... mas fiquem a saber, meninas, que sou óptima a dar beijinhos, seja a quem for, no pescoço e na bochecha (como vêm na foto). Não será um problema encher-vos de mimos, mesmo que não vos corra muita testosterona no sangue.

Agora uma palavra especial para as minhas madrinhas: Queridas madrinhas lindas, obrigada por terem alimentado as minhas mamãs ontem. Elas chegaram cansadas a casa mas muito felizes. Quanto à minha surpresa... só vos irá facilitar a tarefa de me arranjarem um namorado! Os coelhinhos meninos têm um temperamento melhor que o das meninas, sabiam? Gosto muito de vocês!

Fox

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

WWII

Tenho um grande fascínio pela história do início do século XX, principalmente a do período da Segunda Guerra Mundial. Como me vi de férias nesta semana, decidi seguir a lista da nossa amiga Wiki e ver alguns filmes que abordam o tema ou que se passam nesse período da história. Já tinha visto imensos, mas fiquei absolutamente surpresa quando tomei consciência da quantidade deles que existem! Nomeadamente polacos. Vai ser impossível ver todos num curto espaço de tempo, mas sinto-me orgulhosa porque já posso riscar uns quantos da lista.

Se partilham a mesma admiração, podem iniciar a vossa journey dirigindo-se por aqui. Há uns antigos muito bons!

Papoila

My dearest friends,

Em princípio os exames já terminaram. Estou há uma semana à espera dos resultados do último, que foi também o que correu pior. Se tudo correr bem, estou despachada. Finalmente.

Falta-me apenas uma época de exames, a última do meu percurso académico e, provavelmente, a pior quanto a exigência. Rezem por mim, sim?

Papoila

Fox vira religioso

Querido Deus, Alá, Buda ou Coisa Grande e Criadora da Existência Universal,

Por favor não me voltes a pregar o susto que me pregaste com as minhas madrinhas. Se há coisa que é fraquinha, é o meu coração - e acredita que ele bateu a mil quando soube da notícia.

Logo tu, que deverias dar o exemplo de bom-comportamento e conduta comunitária, é que inventas estas histórias! Não tens vergonha? As tuas mamãs nunca te disseram que não se brinca com coisas sérias? Nem com isso, nem com a comida!

Fox

Fox vai ao Jardim


Queridas admiradoras,

Na passada quarta-feira fui, pela primeira vez, ao jardim. Não sei como conseguem apreciar tanto aquele lugar... Que coisas verdes eram aquelas que saltavam da terra à minha volta? E que barulhos agudos e esganiçados eram os que pairavam acima da minha cabeça? E porque raio lá levam os caninos? Que bichos mais irritantes - não sabem fechar a matraca... Assustei-me muito com os aviões e, a cada dois passos que dava, logo corria de novo para o abrigo seguro das minhas mamãs. Sou muito cuidadoso.

Apesar dos contratempos emocionais, fiz alguns fãs por lá! Houve quem se aproximasse de propósito para me ver ou para confirmar que eu era mesmo um coelhinho, e um dos giraços! Funciono melhor que os cães no 'mulher com cão procura mulher com coração', acreditem!

Amanhã vou lá passear outra vez, com as minhas mamãs e suas amigas. Vou ser um sucesso e a grande sensação do evento! Vemo-nos por lá, sim?

Fox

Fox, o estiloso

Queridas admiradoras,

Eu já namorava este chapéu há algum tempo e tive, recentemente, a oportunidade de o experimentar. Assenta-me que nem uma luva! Agora sim, já posso responder positivamente ao pedido para contracenar no próximo filme '007, O Resgate do Feno'. Procurem-me no grande ecrã!

Fox

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ainda a propósito do dia dos Namorados

Este cartaz estava afixado na faculdade. A ver se ajuda os novos médicos a aprenderem alguma coisa e a deixarem os preconceitos de vez. Tão bom, tão bom!

Orquídea

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ética Médica

Já só falta um exame.
Aie-aie...

Papoila

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Orquídea, a doutora jornalista

Isto é tão girooooo!
Estou tão entusiasmada!

Orquídea

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Televisão Digital Terrestre


Fiquei rezingona quando me disseram que íamos ter que arranjar um convertor de sinal TDT e uma antena em condições. Mas que cocó é este?, pensei, Lá vamos nós ter que gastar mais uns trocos só porque os meninos decidiram digitalizar a transmissão do sinal televisivo. Mas eu sou uma rezingona e, agora que a coisa está operacional e que finalmente conseguimos ligar os aparelhos correctamente, estou absolutamente maravilhada com a qualidade do sinal! Uau! Parece que estamos a ver MEO numa televisão da década de 80! E o melhor é que o aparelho vinha com comando e, agora, já não precisamos de levantar e baixar o som na própria televisão. E permite ver filmes através de uma pen! E gravar os programas! E... (de certeza que faz mais qualquer coisa, acreditem). Estamos a melhorar o nosso QALY, my dear!

Papoila

Ai que é hoje. Credo.

Depois de 4 dias a passar os olhos pelas aulas de Medicina Legal, eis que hoje me vou deparar com um exame por resolver - às 16h da tarde, Cristo! Esta gente não deve ter nenhumas noções de pedagogia. Nem com um café duplo de boa qualidade se consegue a mesma performance que num exame resolvido logo pela manhã. Anyway...

Eu até gostei de medicina legal, contrariamente à Orquídea, que todos os dias me fazia os relatos mais horrendos. Tirando as constantes memórias de situações vividas passivamente, a cadeira até é leve e interessante.

Papoila

Fox, 1050g de uma personalidade peculiar

Mamã, larga lá a maquineta e faz-me festas no totiço. Vá, que sei que sou fotogénico e até já dei uns pulinhos exibicionistas para apanhares em flagrante... mas está na hora de trabalhares.

Humm, cheira-me a esturro. Mamã, não andarás a estudar demais? Vá, faz-me lá festas no totiço que exige menos esforço...

Pronto, já que a mamã não me faz festas vou pôr-me ali ao pé do Teddy a ver se a sorte muda. Vá Teddy, já estou a jeito, podes começar. Humm... atão Teddy?

Fogo, hoje ninguém quer saber de mim... Vou é fingir-me de morto ali pró pé do sol. Esticar as pernas todas para trás. Eu até dava um bom nadador de crawl, olhem para o tamanho das minhas patas! Sou um rei mamã, um rei. Vá, vem lá fazer-me festas.

Fox
Papoila

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Amorzinho do meu coração

Tem de ser assim. Hoje tenho mesmo de escrever nestes termos porque a Papoila enche-me o coração e por isso tem de ser dito até à exaustão. E nem isso chegará para demonstrar o quão feliz me deixa com os miminhos de todos os dias.
Tem sido cansativo. Acordo perto das 6h30 da manhã para ir trabalhar, regresso muitas vezes sem ter almoçado para ir a correr para o curso, que termina às 22h30. Isto implica que as minhas refeições estejam todas trocadas. Mas a Papoila cuida tão bem de mim e é tão compreensiva relativamente a esta minha vida, é tão fofinha que, apesar de muito cansada, sempre que abro a porta da casa ao final do dia ganho um sorriso tão grande.


Abro a porta e vejo-a no seu roupão fofinho, com o Fox ao colo, desejando-me boa noite. O cheiro aos seus cozinhados nota-se logo e tenho sempre o jantarinho à minha espera. Mas não é um jantar qualquer! É uma refeição especial, de receitas requintadas, suminho e uma sobremesa com direito à arte de bem empratar! Para além de toda esta dedicação, tenho ainda a marmita preparada com o almoço do dia seguinte e umas bolachinhas extra, para que não volte a saltar refeições. Com tudo isto não posso deixar de querer cobri-la de mimos em vez de aproveitar o jantar antes de ir a correr para a cama dormir.
Tenho a melhor namorada do mundo. Tenho dito!

Orquídea

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Fox, terapêutico

Quando estou triste, e me deito no chão com uma almofada sob a cabeça, vem ele de mansinho lamber-me a cara. Toda.

É terapêutico.

Papoila

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Advantageous trade




Ohhhh yeahhhh!

Papoila

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A vida é (por vezes) bela






Entre o estudo de MGF, acedeu-se-me à alembradura que os nossos 4 anos e 4 meses de relação - realizados no passado dia 4 (são tantos 4s que já os usei como pretexto para fazermos uma comemoração romântica nos próximos dias) - correspondem temporalmente à nossa estadia em Londres há um ano atrás. Pois é. Logo se me aprochegaram as temerosas saudades e as memórias tão genuinamente felizes do tempo em que a vida era menos pesada. É certo que foi (só) há um ano, mas a verdade é que, desde então, há parâmetros em que a vida me tem feito das suas. Mas adiante, Papoila, adiante.

É por isso que decidi fazer uma homenagem aos nossos pés e joelhos que, dado o itinerário extremamente exigente a nível temporal e físico, sofreram as devidas repercussões. Hoje faço uma homenagem aos nossos pequenos almoços em casa da nossa prima, com pão acabado de sair do forno e uma paisagem para o Thames (e respectivas gaivotas, canoas e remos, pescadores e ferry boats). Ao magnífico tempo que apanhámos (recebi agora um mail da minha prima dizendo que já lá nevava à grande e à francesa - que contrasenso), e que nos permitiu andar de sweatshirt. Faço uma homenagem à situação económica de então que, apesar de já não estar famosa, ainda nos permitiu alguns devaneios e extravagâncias (como é bom ver o livro da Nigella Lawson na minha prateleira...). Homenageio também os extremamente úteis e versáteis transportes públicos londrinos, que nos punham em qualquer lugar em três tempos. E o sotaque. E o facto de, por esta altura, ter os exames todos feitos (e bem feitos).

Fomos tão felizes em Londres. Tão felizes!

Papá, quando for grande quero ser viajadora profissional.

PS: As fotos foram cuscadas e seleccionadas, sem grandes critérios, da enorme pasta de fotos que lá tirámos. Não há nexo na ordem ou motivo de escolha. Enjoyam!

Papoila

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A crise, recessão ou o que lhe queiram chamar


Eu não vou ao estrangeiro nem estou a tirar nenhum curso de fotografia, culinária, música ou whatever. Tenho uma vida extremamente aborrecida.

Papoila

Meus amores,

Resolução de Ano Novo:

Roménia

Bilhetes comprados, amiga à minha espera. Em Maio, trocamos de papéis, será ela a mostrar-me o seu país. Mal posso esperar!

Orquídea

Jornalismo


Era uma vez uma menina pequenina que gostava muito das Spice Girls. Então decidiu que um dia seria jornalista para as poder entrevistar (certamente ainda estariam no ativo quando terminasse o curso, a menina fez as contas). Entretanto, deixou de pensar tanto nesse objetivo exclusivo e apercebeu-se que o seu gosto pela escrita e a sua vontade de contar histórias e partilhar conhecimento também seriam fatores importantes para a profissão que ambicionava. Então convenceu-se que, no futuro, iria certamente tirar o curso de Jornalismo.
O tempo passou e a realidade caiu-lhe aos pés. Talvez fosse melhor ponderar, os tempos não estão fáceis e as capacidades intelectuais podiam levá-la mais longe, para uma posição mais segura. E foi assim que, de pés assentes nesta Terra, a menina, já mais crescida, compreendeu que tinha outras capacidades e qualidades que a poderiam levar para um sonho diferente, que implicava ouvir e ajudar pessoas e que a satisfaria de igual forma. E visto este sonho ser socioeconomicamente mais favorável, optou por o seguir.
Porém, a jornalista que queria entrevistar a banda favorita continuava dentro de si a pedir atenção e nos momentos mais difíceis vinha à superfície lembrar que estava a ser sufocada. A menina crescida comprometeu-se então com a menina pequenina. Quando terminar esta empresa, recuperarei o teu desejo, não vou esquecê-lo.

E é por isso que me inscrevi num curso de Jornalismo, que farei ao longo deste mês de Fevereiro. Vai ser cansativo e intenso, mas vai valer muito a pena. Ainda só tive duas aulas, mas ando fascinada com as discussões sobre o que é e como ser jornalista. Veremos se os meus anos longe das Letras me prejudicaram, mas estou entusiasmada e, mesmo que não esteja a apostar numa carreira jornalística, o facto de ter mais noções sobre a área deixam-me tão mais feliz.
Estou a concretizar-me aos poucos. A menina pequenina está contente.

Orquídea

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Repolho Coração

H: Well, let's say that since you were little, you always dreamed of getting a lion. And you wait, and you wait, and you wait, and you wait but the lion doesn't come. And along comes a giraffe. You can be alone, or you can be with the giraffe.

O: I'd wait for the lion.

H: That's why I worry about you.
in Beginners

A minha espera não foi em vão.
Papoila

Pensamento do Dia

I'm going home!

Papoila

Adeus, Chai

Deixámos a janela da cozinha aberta. Não sei se foi do frio, se foi da idade, se nem uma coisa nem outra. O Chai ficou com uma infecção respiratória grave. Levámo-lo ao veterinário. Ainda lhe demos antibiótico, anti-inflamatório e comida à boca. A horas certas. Mantemo-lo qnete. Ao fim de alguns dias o Chai morreu.

Era um animal pequeno, é certo. Mas reconhecia a minha voz e o meu cheiro. A mim não me mordia. E foi a minha companhia, a minha pequenina companhia, em muitos dias de Inverno quando parecia que todo o mundo estava de patas para o ar.

Quando cuidamos de alguém ficamos, sempre, com algum tipo de carinho ou amor. Não pude não chorar. Só me pergunto como vai ser quando me morrer o primeiro doente.

Enterrámo-lo no jardim e plantámos uma flor a seu lado.

Não quero mais hamsters.

Papoila

A arte de fazer compotas #1

Ontem foi o dia de iniciar a distribuição de compotas pelos mais próximos, numa tentativa de obter críticas construtivas (com a finalidade de aperfeiçoar o produto). Qualquer produto gourmet passa por estas fases de aprimoramento. Vamos esperar pelos comentários.

Se quiseres ser provadoras, basta comunicarem.

Papoila

Histórias de Maputo #2

Tinha perto da minha idade e uma cara notoriamente apavorada. Olhando com atenção, encontravam-se vestígios de incredulidade, seria mesmo ela naquela situação? Contemplava o bebé de poucos meses a seu lado. Não sei se era cara de amor quando olhava para a criança, tão bonita. Não lhe encontrei ternura - no meio de todo o desgosto talvez não houvesse espaço para ternura. Quando larguei os seus olhos e, finalmente, olhei para a face como um todo pensei foi atacada por um macaco, por um cão, por um gato ou gravemente atropelada. Juro que nunca tinha visto uma cara tão desfigurada, nem mesmo em graves acidentados. Aquilo só poderia ser obra de um animal… e questionei o chefe de serviço.

Hoje a história não é tão feliz. Hoje conto-vos que a criminalização da violência doméstica em Moçambique só consta no código penal desde há cerca de um ano. E isto nas cidades ou povoações onde se sabe, onde se denuncia e onde há forças policiais que ponham a lei em prática. Se em Portugal isto ainda constitui um problema grave, imaginem num país como Moçambique, onde grande parte da população é analfabeta e onde não há, sequer, acesso a informação.

Aquela rapariga, mãe há uns meses, tinha sido mordida pelo marido. Com as mordidelas, o marido arrancou-lhe bocados de cara. A filha, bebé, ao lado. Deixaram de existir lábios para beijar a filha. As bochechas foram rasgadas. Já não havia bochechas onde beijar. Com a cirurgia, foram restaurados os tecidos possíveis. Muito carinho foi posto naquela mulher, onde se fez o possível para lhe devolver uma cara harmoniosa, com os meios que estavam ao alcance.

Enfim. Não vou entrar em mais pormenores e julgo, até, já ter sido demasiado explícita. Hoje conto esta história pois estou a estudar medicina legal. Artigo 144º, Ofensa à Integridade Física Grave. Se algum dia suspeitarem, por favor denunciem. A violência doméstica é um perigo de morte, tal como ser conduzida por um alcoolizado/a.

Papoila

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Fox falls asleep #1

Hoje botei o Fox no meu peito enquanto via um filme. Adormeceu profundamente depois de muito ranger a dentola. Quando finalmente acordou reparou que as minhas festas tinham parado, e então começou a lamber-me tudo aquilo que a gola da sweatshirt deixava de fora. É um atrevido, este bichano. Mas com umas madrinhas assim, não era de esperar que ele não aproveitasse todas as oportunidades.

Papoila

Frustrações da vida #1

Talvez um dos piores defeitos de alguém seja a incapacidade de se pôr no lugar do outro. De ver em si a plena e única razão. De ser egoísta e não reconhecer. De não perceber o quanto fazem por si e, quando pontualmente percebe, não o valorizar. A amizade tem muitas curvas... conduzam um carro desportivo e usem capacete. Mesmo que a estrada vos pareça boa.

Porque eu acho que, e já a outra e a outra achavam, e aquela que cá põe o cu também acha, e por isso, se todos acham, é porque é verdade.

No tempo da inquisição também achavam que era a Terra que andava à volta da Lua. Todos achavam. Menos um. E era esse único que tinha razão.

Papoila (in 'As suas frustrações')

Ser fuinha

Isto é um fuinha. Quem diria, heim?

Papoila

A arte de fazer compotas


A minha manocas, em toda a sabedoria hereditária que lhe corre nas veias, teve a brilhante ideia de comprar uma máquina de fazer sumo cá para casa. Não se trata de uma máquina qualquer, desenganem-se, trata-se de uma máquina pepe-eficiente, onde se bota a fruta/vegetais e onde, por um lado sai o sumo e por outro saem os restos de fruta pelos quais não se conseguiu extrair mais líquido. Isto poderia, à partida, parecer um desperdício de fruta - mas não o é. Isto porque, moi meme (exclui-se aqui qualquer orgulho indevidamente implícito), teve a fantástica ideia de usar os restos de fruta para fazer compotas! E não é que eu, totalmente desconhecedora desta área da doçaria, me tenho saído bem? Até a Orquídea, que nunca gostou de compotas, adora as que tenho feito! E não há pequeno almoço em que não lhe veja uma torrada com doce no prato. Os 'segredos' são do conhecimento geral - açúcar mascavado, anis, canela, extracto de baunilha e mais uns quantos, usados pontualmente e escolhidos consoante a fruta de que se trata - fazem uma compota perfeita em qualquer ocasião. Deixem-me aperfeiçoar a ciência e, em breve, estaremos a vender (a preço de amigo) compotas caseiras. Até agora constam, do meu reportório, compota de maça e kiwi gourmet e compota de maçã, melão e morangos mediterrânica. Ambas deliciosas (até à noite sonho com elas, imaginem).

Aceitam-se encomendas meninas!

Papoila

E vão dois!


Dois exames já estão, já só faltam três. Os que já estão feitos são seguramente os mais difíceis, os que mais assustam (uma oral de medicina + um exame com 120 questões para 2 horas = não é pêra doce). Os que faltam requerem algum estudo mas são um pouco mais intuitivos. Finalmente... (eu com cara de 'uffa!'). Já é tempo de pôr o 5to ano pelas costas e começar a trabalhar, nem que seja em estágio.

Ao fim de tantos anos de estudo sob pressão, só quero ver-me livre deste modo de ensino e começar a tornar as coisas menos teóricas e mais práticas. Ganhar um pouco mais de autonomia. Começar a ter armas - e tempo - para lutar pelos meus sonhos... aqueles que vão para além de ser médica.

Papoila (in 'As suas frustrações')

Histórias de Maputo #1

Nunca tive, verdadeiramente, disponibilidade mental para vos contar algumas histórias. Sei que, neste momento, já lá vão uns meses desde o meu regresso... mas confesso que tenho saudades. Por isso começo uma rubrica que tanto poderá ser única quanto ter novas edições - tudo dependerá do estado de humor.


Portanto... Maputo. Por entre o que mais gostei consta, certamente, a Feira de Artesanato. Com tão pouco se fazem coisas giríssimas... E a simpatia e sorriso prontos - atributos do negócio de antigamente - ainda se vêm por aquelas bandas. Por entre os ladrilhos do jardim, lá se apreciam as tabancas, bem juntinhas umas às o utras, sem princípio ou fim, só muitos meios anexados. A tabanca de um tem, frequentemente, artigos feitos por 3 ou 4 pessoas, frequentemente familiares ou amigos. Nem todos lá estão e é habitual deixar a tabanca ao cuidado do vizinho. Ali ainda se confia.

Só se safa quem tem jeito e paciência para regatear. E só tem lucro quem é persistente, atencioso e teimoso q.b. Não tenho vergonha em dizer que lá fiz amigos... pois era uma paragem assídua dentro dos meus destinos. Não me envergonhava na demora, no tempo que passava a olhar para três ou quatro artigos. Aprendi imenso - como trabalhavam as peças, onde arranjavam as matérias primas, para que serviam alguns objectos estranhos, onde aprendiam a fazer aquilo. Aprendi a jogar jogos tradicionais, aprendi que ganham pouco e que vivem mal... mas isso, em Maputo, aprende-se em qualquer esquina.

Foi na feira que gastei metade do dinheiro que utilizei em Maputo. O restante destinou-se a alimentação. Se voltasse, tomaria a mesma decisão... mesmo voltando com cerca de 9-10Kg a menos e com as calças a escorregarem pelo rabiosque abaixo (bem espremidazinha, c'est vrai).

Como recordação principal trouxe uma caixinha de sândalo, feita por um amigo propositadamente para mim, onde retalhou 'Moçambique' com uma faca e com a qual posso jogar tchuva. Tchuva é um jogo muito jogado em Maputo. É fácil de construir e as peças são feitas de sementes de alfarroba, já que há alfarrobeiras em cada esquina. Foi giríssimo quando pedi para me ensinarem a jogar. Juntaram-se una 4 vendedores, todos a quererem dar a sua ajuda. Tanta simpatia, por ali.

(à direita o Idilio, quem me construiu o Tchuva)

Maputo, quanto me contaste.

Papoila