domingo, 26 de abril de 2009

Singularidades de uma Rapariga Morena

A Papoila é uma pessoa muito especial devido a certas particularidades que tanto gosto. Uma delas é esta:

Frase comum nos estudantes de Medicina/Médico:
Boa tarde, o meu nome é X e vou ver o seu ouvido."

A mesma frase dita pela Papoila:
"Boa tarde, o meu nome é Y, sou estudante de Medicina da Universidade de Lisboa, fundada em 1290 no reinado de D.Dinis, e vou efectuar um exame simples para a visualização correcta do seu aparelho auditivo externo, constituído pelo pavilhão auricular e canal auditivo externo, terminando o meu poder de observação no tímpano, membrana onde poderei visualizar eventuais patologias que proporcionem as queixas que refere."

Tão fofinha.

Orquídea

sábado, 25 de abril de 2009

Ainda me lembro #3

'Wouldn't it be good', Nik Kershaw
Aqui

Quem me leva ao Here and Now?

Livros #1

Não que seja um daqueles livros extremamente bem escritos, com aquela linguagem eloquente, palavras polidas e minuciosamente escolhidas. Não que seja daqueles que têm aquelas frases arrebatadoras que nos obrigam a uma paragem para reflexão cuidada. Mas, ainda assim, é um livro que nos fica entranhado. Não as frases mas a essência, o conjunto, como um todo. Com este livro descobri que quero mesmo ser mãe e vi, por uma nesga, a sensação de ser totalmente responsável por uma coisa tão pequenina. Com este livro relembrei-me do quão cristalina deve ser a amizade e do quão efémera é a vida.

Vale a pena. Nem que seja por me ter deixado com um aperto na garganta no final de quase todos os capítulos.

PS: 1-3, meu bem. Mais duas críticas literárias e estamos empatadas!

Papoila

Agora, tarde, estou aqui para ti

A casa velha da minha avó com a minha avó velha lá dentro.

Há tanta vetustez na idade pesada dos ossos da minha avó. Tanta mágoa no corpo que já não chega para os sonhos. Uma solidão rude que a toma entre as minhas visitas de médico. Decifro-lhe as lágrimas, numa felicidade indecisa entre a tristeza, aquando da minha aparição no lado de lá da porta da sala… como se, sempre que chego, ela se tornasse uma criança na véspera de natal. Noto-lhe o enfraquecimento das palavras, o desaprender de raciocínios (cada vez mais acentuado entre as minhas visitas). Um discurso cambaleante que só com grande atenção se esclarece.

Tive uma infância egoísta (talvez todas as infâncias devam ser egoístas para serem vividas em plenitude). Não lhe descobri a tristeza: só a avidez pela perfeição (que me era tão difícil de compreender). Não lhe aproveitei a lucidez. Não lhe aproveitei os pontos cruz, as bainhas das calças, as sopas salgadas e as flores, que tanto me desejou ensinar. Agora os seus dedos imprecisos já não têm a destreza para o ponto cruz. Agora as costas já não lhe permitem a robusta persistência na bancada da cozinha (nunca mais provarei as suas sopas). Agora já esqueceu os nomes das flores - só lhe ficaram os jarros e as velas de nossa senhora.

A mim só me resta dar-lhe o carinho que, no meio de tanta impaciência por viver a minha infância, não lhe dei como merecia. Agora poiso-lhe o braço nas costas e peço desculpa, em silêncio, por não lhe ter dado mais.

Gosto muito de ti, avó.

Papoila


Já escondi os teus sapatos...

Gosto de ti. Do teu jeito desajeitado de tropeçar, todos os dias. De como te atiras para as escadas rolantes sem olhar para elas e me fazes temer do teu descuido quando não estou perto para te amparar. Gosto de te ver de manhã, das tuas combinações curiosas de roupa, sonolentas e sem paciência. Gosto das tuas oito a nove horas de sono e de como nunca te atrasas mais que dez minutos. Gosto da forma como pegas no jornal. Gosto da tua tendência por comida macrobiótica e de como recebes os meus conselhos, mesmo quando não parecem fazer sentido nenhum. Gosto de quem gostas. Gosto dos teus olhos, expressivos, molhados de alegria. Gosto de sentir os teus lábios junto aos meus. De quando sussurramos mesmo quando não é preciso.

Gosto tanto de ti.

Papoila

Post-it musical #14

'Busindre Reel', Hevia
Aqui

Oiço isto e sinto-me livre.
(não façam como a Orquídea, que desistiu antes do primeiro minuto)

Escoliose

Nós já temos uma. E você?
Papoila

Liberdade, onde andas?

Os cravos sempre serão nossos, mais do que alguém alguma vez possa imaginar. Mas, meu amor, e a liberdade? Quando será o nosso 25 Abril?

Papoila

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Warmth

Chegas com o sorriso enorme e o brilho de sempre nos olhos. Já sinto os teus braços a apertarem-me ainda antes de os abrires. Vês o camião do cimento, pegas na minha mão e desatas a correr, como se nos fosse cair tudo em cima, e brincas, e dizes que temos de correr e fugir. Rimo-nos.
Há gestos aos quais não resisto. A energia que te corre na alma é imensa e transborda para que eu a veja e admire. Nunca corri muito, sabes, mas vou correr contigo. Se me voltares a deixar cinco minutos deitada a fazer um anjo na areia não me importo que te rias de mim por julgar que ainda não está pronto. Não vou deixar que os teus mimos surpresa deixem de me envergonhar na rua. Não escondo os meus pontos que sabes tão bem serem muito sensíveis a cócegas, mesmo que me tires o ar quando decides atacá-los. Os segredos são agora teus.
Há dias em que os teus olhos estão caídos e o medo incomoda. Estou aqui, meu bem, com o peito que te esconde e a mão que te afaga, as palavras que te tentam sossegar. Estou aqui e não vou embora, adormece que estás segura. Estamos seguras no que temos, não tenhas medo. Não te vou fugir. Porque não se foge do nosso futuro. Porque somos nós.


(e também conseguimos ser lame)

Orquídea

sábado, 18 de abril de 2009

Legs are beauty

P: Gostava de ser um palmo mais alta.
O: Mas porquê? Assim ficavas mais alta que eu.
P:Alguém tem sempre que ser a mais alta... 0=]
O: Mas não sou assim tão mais alta que tu. Andas a falar muito nisso ultimamente...
P: É porque acho que ficava mais gira.
O: Tu queres é umas pernas maiores.
P: As minhas são pequeninas... =(
O:Oh! Mas assim tens a fofura toda concentrada! ^^

Papoila

ECDs

Exames Complementares de Diagnóstico

P: Bom dia.
Técnica de análises clínicas: Bom dia! Então, já fez xixi para o copinho?
P: Não, a médica disse que preferia que invertêssemos a ordem dos exames e começássemos pelo outro.
Técnica de análises clínicas: Então vamos a isto. Eu cá faço sempre com especulo para mulheres virgens, que é mais pequeno.
P: Mesmo com mulheres multíparas?
Técnica de análises clínicas: Sim! Chega. Mas consigo não vai ser necessário usar especulo... Mas, sabe o que são os preliminares?
P: Errr... sim... (?!?!)
Técnica de análises clínicas: Então, e acha que é bom?
P: Errrrr....

(WT* ?!)

Papoila

Love notes

Sussurri-lhe, segredando que lhe ama o cabelo e juntando os lábios felizes ao seu pescoço.

Papoila

domingo, 12 de abril de 2009

Ainda me lembro #2

'Wouldn't it be nice', The Beach Boys
Aqui

(que me faz lembrar, com um enorme sorriso, isto)

sábado, 11 de abril de 2009

Campeonato de Críticas Literárias [Abril '09]

Admito, meu bem, ganhaste.
Snif...
Papoila

is it true love

E ela ajeita-me os erros ortográficos e de sintaxe da carta como se me ajeitasse o colarinho e a camisa mal posta ao sair de casa.

That's it.

Orquídea

A Possível Carta

Sorriem-me, com aqueles olhos pequenos de quem tem alguma malandrice nas palavras, e perguntam-me por aquelas novidades. Volto a baixar os olhos, a levantar os ombros e a mostrar algum incómodo pela insistência. Mas há coisas que tenho de dizer. Por serem verdade e por me darem a alegria que me desejam.
Há alguém. Há alguém bom e genuíno a cuidar de mim. Há alguém que sorri comigo e que sabe exactamente o que cria e o que desmancha esse sorriso. Há alguém que improvisa para me surpreender, para me mostrar o quanto significo. Há alguém que me faz acreditar que sou mais do que aquilo que, possivelmente, sou. Há alguém que não larga a minha mão, quando quero desistir, quando não acredito, quando perco as forças e me escondo fundo. Há alguém que sabe sempre onde me procurar quando me escondo. Há alguém que me oferece flores e livros e senhas de almoço. Há alguém que me faz companhia quando mais ninguém quer nem pode vir. Há alguém que vem comigo mesmo quando não pode. Há alguém que sonha comigo com o meu país das maravilhas, o nosso, com a minha escrita, a nossa, com a minha maternidade, a nossa, com o meu lar, o nosso. Há alguém que faz a viagem duas vezes para que eu não fique sozinha, há alguém que não se importa de me lavar a loiça, de me fazer a cama ou de me fazer o almoço quando a preguiça e a imaturidade falam mais alto nos meus gestos. Há alguém a lutar forte pela minha maturidade, com que sonho há anos, mas da qual acabo por fugir. Há quem me ouve as lágrimas do outro lado do telefone e as sabe calar com a voz doce e ternurenta, a brincadeira e a cócega, a paz da certeza de um dia melhor. Há alguém que me diz, todos os dias desde que me lembro desse alguém, que sou especial para Alguém e que jamais me poderia deixar infeliz. Há alguém que sonha cuidar das minhas feridas quando já não tiver força nem idade para cuidar de mim. Há alguém que sonha morrer comigo. E, muito mais importante do que tudo isto, é que eu quero morrer com esse alguém.
Porque esse alguém é quem eu sempre desejei, quem sonhei, quem implorei que se cruzasse comigo um dia. E, por isso, quero cuidar desse alguém, quero partilhar tudo isto, quero construir e mimar, quero viajar e descobrir, quero crescer, quero. Sou feliz. Não há incompreensão entre nós, não há ciúmes, não há egoísmos, não há dominante. Existem algumas divergências, como tem de haver para ser saudável e real, mas há acertos e conversas fundas, há desculpas até quando a palavra já se esgotou, há feridas saradas e há amor a cobri-las e, por vezes, a justificá-las.
Há tanto amor. É por isso que não têm de voltar a perguntar. Estou bem entregue. Estou com quem sempre sonharam para mim. Alguém que me faça feliz. O que haveria para não gostar?...


[Há muito mais para dizer... muito mais. Porque não podes ser só tu a romântica. Não deixo. Fico-me com o romantismo esporádico então, espero que se adeque.]

Orquídea