terça-feira, 7 de abril de 2009

Ode aos cobertores

Tão felizes que são as manhãs certas de ti.
Vê! Olha o meu sorriso aberto e branco!
Estamos no meio do incerto boiando em toda a certeza.
A loucura, em medida ponderada, vem-nos sem encomenda.
Mantenho-me quieta mas não só: acompanhada.
Não há espaço para moleza (ou talvez haja).

(assim...) Encostas a cabeça e ficamos. Não me maço.
Chove lá fora e o cansaço é pretexto para cravo
-te os dedos, de suave, nas costas doridas (de)
Estendidas em cadeiras rectas de madeira fria.
Sou igual, mas aconchego. De mim... esperas apego.
Eu dou-to sem medo.

O medo. Vai e vem em dias destes, de vento.
Escrevo sobre ele sempre no mesmo assento
Com a janela à esquerda e o gato rente
O que nasce é terno e vivo e contente. Não existe perda.
Quem perde (pois de olhos fechados não vê) só
Anda virado para a frente, não sente.
No lugar de mente, tem ar. Viver é premente.

Passeia sem mim, meu bem, na liberdade que é tua.
E não me prendas pela expressão roubada.
A saudade que tenho não me deixa opção
/olho para o chão/ que usar tuas palavras.
Leva-me contigo,
Vamos de avião?

Papoila

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