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Dizia na contracapa que o autor tinha conseguido capturar a natureza feminina como não se via desde Jane Austen. Fiquei curiosa e não posso deixar de comentar o livro sem os comparar.
É um romance, um amor impossível ou quase. A filha única de um médico viúvo, sem grande atributos físico nem intelectuais, é cortejada por um jovem que se diz muito apaixonado e dedicado à jovem, mas o pai da rapariga não aceita este namoro nem o casamento, pois, como o rapaz não tem posses e tem uma vida passada recheada de luxúria e gastos excessivos, não acredita na mudança de hábitos nem nas boas intensões do rapaz, chegando inclusivamente a ameaçar a filha de a deserdar. No meio temos uma tia muito intrometida e que acredita no romantismo e, portanto, faz de tudo para que o parzinho fique junto e feliz.
São personagens muito bem construidas. Até ao fim do livro não sabia no que havia de desejar para a rapariga, não sabia em quem acreditar, não sabia se o rapaz sempre tinha boas intenções ou não. A Aunt Lavinia foi, para mim, a personagem que mais mexeu comigo, por ser a pessoa mais irritante e metediça que alguma vez se apresentou em livro. A rapariga cresce muito ao longo do livro, a minha opinião sobre o pai difere ao longo do livro também (de respeitoso a egoísta) e a estória manteve-me presa ao livro a semana toda. Porém, não é um clássico da Jane Austen. Não há muito a acontecer, não tem episódios marcantes, não há grandes reviravoltas, não há histórias paralelas para tomar atenção. É aquilo e pronto. Ele conversa com ela, ela conversa com ela, ele conversa com ele, dois viajam, dois voltam, e o resto não conto. Faltou-me um pouco de novela, confesso, pareceu-me um romance muito simples e directo. Prende, porque queremos saber o desfecho (mas casa ou não casa?! deserda ou não deserda?!), mas sinto que falta mais enredo. Adorei o inglês, adorei conhecer um pouco mais da cultura americana (pelo que costumo ler, até agora estou mais dentro da cultura inglesa), adorei entusiasmar-me ao conhecer as personagens. Da próxima, espero que apareçam mais!
Orquídea
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