
Energia Positiva rocks.
Orquídea
"Estão abertas, até Abril, as candidaturas para quem queira publicar na terceira colectânea ‘Tangas Lésbicas’. Depois de duas edições anteriores – a segunda sairá em papel em Junho deste ano – continuam a procurar-se contos originais de temática lésbica, que devem ser escritos em língua portuguesa, por mulheres.
A editora Tangas Lésbicas está a recolher textos candidatos a figurar na próxima edição da colectânea com o mesmo título, que deverão ser enviados por e-mail para o endereço tangaslesbicas@gmail.com.
Reservando-se o direito de escolher os contos a publicar, a Tangas deixará de fora “contos que não sejam originais e cujo conteúdo não tenha qualidade suficiente”. Em contrapartida, a editora – que permite o uso de pseudónimo – garante a publicação dos textos aprovados, primeiro em edição electrónica (formato PDF), depois em edição em papel.
Os contos, que deverão ser enviados até 30 de Abril próximo, devem ser acompanhados de identificação do autor e do respectivo número de telefone, para posterior contacto. Mais informações no site http://www.tangaslesbicas.wordpress.com/ "
Então, alguém interessad@ em participar?
Orquídea
Um amigo falou-nos, há algum tempo, deste site. Na altura não lhe dei grande importância, - vigarice, pensei, não é possível haver um site que não cobre taxas de envio. A verdade é que, ontem, me rendi às maravilhas desta empresa britânica. Os livros são efectivamente mais baratos (um efectivamente que surpreende, de tão efectivo que é). Livros que no nosso Portugal estão a 25€ encontram-se ali a 15€ (afinal a vigarice está na Fnac, Bertrand e afins). A partir de hoje, tudo o que forem livros estrangeiros vão ser encomendados aos vizinhos cámones!
Hoje é um dia feliz! A minha querida Kelly ofereceu-me um carrinho de uma categoria largamente superior à media. Estou tão orgulhosa do meu novo rodinhas!
Estava aqui a flor de estufa numa das filas da Cantina da Universidade, prestes a ser servida, quando chega uma senhora, já nos seus cinquentas, muito arranjadinha e pintada. Pelos vistos uma das senhora que nos ia servir a comida (já nos seus sessentas, ou lá próximo) conhecia-a e começou a seguinte conversa:
Meninas, já repararam que choveu imenso hoje? Quererá isto dizer que Zeus e São Pedro estão nas alturas a simpatizar com a causa ou que, melhor ainda, são cá dos nossos? Ou terá sido apenas daquelas coincidências que tornam o nosso dia mais bonito só por pensar que, bem feita, ficaram encharcados?
Fins de semana em casa dos papás dá nisto: muitas calorias. Mas é tão bom! Quem ainda não provou e tiver a oportunidade de o fazer - pense seriamente nisso. Mas escolha um bom lugar, onde a alheira tenha mais carne que gordura-enche-chouriço.
Ontem foi dia de exame (um complicado do qual se avizinha um mau resultado). A Orquídea, sabendo da fragilidade dos meus últimos dias, aproveitou as duas horas do meu exame para fazer uma surpresa. Doente como estava, foi de propósito a uma Bertrand comprar-me um impulsionador de sonhos... e daí surgiu este presente. Provavelmente um dos melhores livros de viagem que um jovem pode ter. Extremamente bem organizado, com tudo desde transportes, alimentação e dormidas, história e geografia, locais de visita obrigatória e opcional; e preços, horas, contactos e sites de tudo o que foi supracitado, com 190 mapas adicionais (e eu adoro bons mapas)! Agora já posso começar a arquitectar a viagem que havemos de fazer assim que ganharmos o euro-milhões (By the way, chegámo-vos a contar que quase ganhámos o 10º prémio a semana passada?) ou que conseguirmos juntar o suficiente.
Marta Miranda
Vimos hoje o filme Prayers for Bobby, depois de muitas recomendações de vários blogs que seguimos. Que choradeira. Eu bem que respiro fundo para não manchar a minha reputação de não chorar em filmes, mas, enfim, a temática nunca me deixa indiferente. Soa-nos demasiado familiar. E mete-nos medo por tudo aquilo que ainda temos à nossa frente. Medo da revelação caseira.
O primeiro filme em que me lembro de a ver foi o The Accused. Tinha 8 anos e, na altura, fiquei traumatizada. O papel estava extremamente bem representado, tão real que seria impossível para uma criança digerir aquilo convenientemente. E sozinha.
Finalmente. Eu bem que fiquei contente por ela ir dar um saltinho ao outro lado do mundo, mas olhem que isto de mandar amores para tão longe custa. Ao fim de uma semanas já suspirava a pensar no que estaria a minha marsupial preferida a fazer. E, na perspectiva de ainda faltar uma semana inteira (miscalculated dates), entrei em fanicos.
Há dias que não são fáceis e hoje, seguramente, foi um deles. Não bastava a TPM se ter instalado comodamente, ainda foi coadjuvada pelas condicionantes do momento. Sensível como fico, não faltaram as lágrimas e o aperto no peito. Mas a orquídea, depois de muitos miminhos e de me ter posto num banhinho de água quente, levou-me a um lugar especial para almoçar. Gostei tanto. Já tínhamos experimentado um semelhante, mas o restaurante de hoje estava muito bem decorado e tinha imensa luz natural. Fomos muito bem recebidas e ainda tive direito a escolher todos os pratos. Incluindo sobremesa, para a qual admito que já fiz um esforço para comer mas que, nos tempos que correm, seria pecado renunciar.
Segues como se as tuas pestanas, negras e cerradas, varressem todo o pó da estrada. Como se de tempo em tempo não chovesse um desdém miúdo, daquele cai atravessado e que foge ao guarda-chuva. Segues como se ainda houvesse quem deixasse a porta de casa aberta, como se as ruas ainda cheirassem a sopa d’avó, quando a fome do meio-dia apressa. Passeias-te na rua como se o Carnaval ainda te trouxesse o entusiasmo da fatiota de joaninha e das pinturas rupestres da tia. A ânsia de fugir depois de tocarem à campainha da velha bigoducha, na viela da tasca dos frangos, e os balões de água aos gatos vadios. Há muita paixão em ti mas ninguém vê, ninguém lhe pega.
Ou: como é agradável constatar que há quem se dissesse amigo e que, a partir do momento em que soube, passou a engendrar 1001 desculpas para evitar a nossa companhia afirmando sempre que nada tem contra a escolha.
Tive a oportunidade de a ver ao vivo, junto a um rio, num concerto com meia dúzia de velhotes. Era pequenina mas já gostava muito. E lembro-me da tristeza quando o concerto acabou e reparei que não tinha sido cantada a minha preferida. Tive, no entanto, direito a autógrafo personalizado e aquele sorriso de senhora avó, muito diferente do da capa do CD.Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezítia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E nã quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem
Isabel Silvestre, A gente não lê
Aqui
Papoila
Está despachado. Feitas as contas, esqueci-me de pelo menos três parâmetros importantes que constavam na lista de 'a-saberes'. Não que daí vá resultar grande coisa, pois eram imensos parâmetros e uns compensam os outros, mas chateia-me errar numa coisa pela qual passei horas a batalhar.
Os tesouros da história moderna e os anexos de tristeza, attached.
Tenho umas orelhas pequeninas. Não desmesuradamente pequeninas mas, vá, pequeninas. Pequeninas o suficiente para, só depois de uns anos a usar phones, ter conseguido arquitectar uma forma de os pôr sem eles caírem nos segundos que se seguiam. A questão agora é como raio é que eu uso o estetoscópio sem me ficarem a doer os pavilhões auriculares. É que ao fim de vinte minutos com aquilo nos ouvidos já estou arrumada. Será isto um sinal para não ir para cardiologia? Ou simplesmente não fui feita para ouvir corações?
Enquanto pesquisava por um sitio novo onde estudar, relembro a quantidade de sítios que ainda temos de descobrir nesta cidade. Conhecemos muito mais que tanta gente que aqui vive desde pequena, mas ainda falta muito. Miradouros e esplanadas, bibliotecas, ruas e igrejas, lojas e museus, exposições e casas de chá, restaurantes e jardins...