Fui com a Papoila à exposição do Darwin no outro dia. Ambas já conhecíamos bem as teorias deste grande homem, mas ficámos muito satisfeitas com a exposição. Nem que seja pelo cheirinho de jardim zoológico a que tivemos direito (a P. anda com desejos de zoo há já muito tempo...)
Admirei o homem. Perdão, o jovem que com 22 anos embarca numa viagem e fica cinco anos sem voltar a casa. Cinco anos. Equivale neste momento a uma licenciatura e mestrado numa faculdade com Bolonha. E que viagem! Adorava poder visitar todos aqueles sítios, ver as mesmas coisas, explorar, descobrir, encantar-me com o que é vivo e o que existe. Porque uma cidade, um bairro, não chega.
Comentámos também as fotos deste cientista. Tinha uma cara muito simpática, um avozinho extremoso com aquelas barbas longas. Admirei a lista de prós e contras para o casamento, a carta de amor para a sua noiva e a ideia que fiquei de que era um bom pai e bom marido, apesar de extremamente empenhado no seu trabalho.
E, mais uma vez, o pai não estava nada a favor das maluquices do seu filho. Quantos génios se terão perdido assim? Mas a conversa sobre pais fica para outra altura.
Deixo uma das imagens que me marcou na exposição: a página em que o Darwin escreveu o primeiro esboço do que seria a sua teoria. No topo, "I think", como que apenas uma reflexão interior, sem a devida importância por ser apenas um pensamento, e depois o esquema que resume parte da sua teoria evolutiva. Um esquema tão simples, uma expressão tão vulgar. E faz-se história.
"Dá vontade de perceber a letra dele." diz a P., relativamente aos cadernos e cartas escritas que conseguimos ver, mas não decifrar. Adoro estes cadernos. Adoro esta letra imperceptível. Adoro escrever... Ai saudades.
Visitem. Têm muito tempo até 24 de Maio.
Eu cá da Gulbenkian gosto mais do que apenas o jardim!
Orquídea
Another Harley Ride
Há 8 horas
1 comentário:
Já estava com curiosidade de ver essa exposição à algum tempo mas uma boa crítica pessoal alimenta sempre a vontade. :)
Irei certamente.
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