Se te pudesse abrir e enlear-me dentro, fá-lo-ia (ninguém nos levaria sozinhas). Se me pudesse derreter no teu beijo e escorrer-te pela alma adentro, fá-lo-ia (inocuamente, sem o desejo de moldar em ti alguma coisa). Se me pudesse fundir contigo, tornar minhas tuas pernas esguias, meu teu peito delicado, meus teus olhos amenos, fá-lo-ia (viria o que vês, mover-me-ia contigo sem que o meu pé escorregasse para o teu, enquanto dançamos). Se todas as noites te pudesse envolver nos braços, até nas mais quentes de Verão, fá-lo-ia (enquanto te beijaria o pescoço nú, de cheiro ao perfume de mulher que só em ti encontro). Se dispusesse do tempo e me desfizesse do medo, declarar-te-ia como o meu amor todos os dias (de uma forma que te parecesse sempre novidade, que te fizesse sentir o reinício daquilo que nunca findou, que sempre dura puro, verdadeiro e seguro).
Caminho a teu lado com a minha mão pelas tuas costas. Mantenho-te perto guiando os teus passos e não permito que os nossos corpos se afastem o suficiente para sentir a falta do seu calor. Enquanto caminhamos ignoramos olhares alheios… mas não o suficiente para permitir que as nossas mãos se juntem sem receio. Beijo-te, salteando de livro em livro, deixando-os confundidos entre o meu amor pelas palavras e o meu amor por ti (que é indiscutivelmente maior e inigualável).
Pertenço-te. Mas não te pertenço de uma forma egoísta, que não me queres assim nem me dou desse modo. Pertenço-te nos beijos assolapados, nos abraços apertados nos olhares desmascarados. Pertenço-te nos almoços partilhados, nos passeios em dias molhados, nas mãos de dedos atados. Pertenço-te desta forma ímpar e genuína. E nunca desejei pertencer a mais ninguém.
Papoila
Another Harley Ride
Há 5 horas
1 comentário:
Leio e só consigo sorrir. Tão puro. :)
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