sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sono


Doentinha, aninhas-te na cama, por cima do cobertor, numa tarde de sol. Preparo o chá, desligo o portátil que os teus olhos já não aguentam e sento-me a teu lado. Lembro-me da primeira vez que te vi assim, adormecida.
Estavas muito cansada, nesse dia, as noites andavam a ser agitadas e as manhãs exigentes. Estavas feliz. E eu também, que te tinha descoberto e tinhas acabado de me dar uma força nova e poderosa para os meus dias. Para a minha vida, aliás. E quis agradecer-to tantas vezes nesses dias, quis dar-te o (meu) melhor. Trouxe-te a casa para descansares um pouco e quis mostrar-te uma música de que gostava muito mas que nem se aplicava ao ambiente de silêncio e calma que gostarias. Mesmo assim ouviste e, aos poucos, encostada nas almofadas junto ah parede, próxima de mim, aconchegada no meu braço, fechaste os olhos e adormeceste. E fiquei ali, enternecida, a olhar para ti.
Tão bonita, meu bem, que não soube medi-lo, não soube controlar o amor que senti pela tua figura a invadir-me. Quis ir apagar a música, envergonhei-me por te ter deixado adormecer com aquele grande batuque de fundo, queria ter-te dado uma música mais apropriada. Não pude ir desligar, o meu braço tinha uma grande importância debaixo da tua cabeça. Deixe-me estar. A olhar-te a dormir. Feliz, tão feliz. Sem imaginar o que nos aconteceria algum (pouco) tempo depois.
Adoro ver-te a dormir. És a coisa mais bonita e fofinha que já vi. Dito por outras palavras!

Orquídea

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