Vacation Vixen: A King, A Queen & A Hack
Há 5 horas
Finalmente o Chai conheceu os avós, que gostaram prontamente dele e do seu pelinho fofinho. O avô apelidou-o logo com um nome dos seus (a mamã é que, por agora, não se recorda de qual foi), visitando-o várias vezes durante o dia. A avó, que é um pouquinho reservada, ainda não interagiu muito com ele... mas com o tempo vamos lá, não é Chai?
Enquanto esperava pelo comboio, com a gaiola do Chai entre as minhas pernas, as pessoas cirandavam à nossa volta desenhando percursos circulares. Nunca se aproximavam muito, não fosse o mostro da gaiola, que tremia assustado e escondido no meio do algodão, lhes saltar para cima e comer uma orelha. Outras, enquanto passavam à nossa frente, atrasavam os passos movimentando a cabeça de uma forma coruja-like, fazendo tempo para ver algum movimento dentro da gaiola. As mais ousadas aproximavam-se e perguntavam 'O que tem aí? É um rato?'. Eu respondia que era um hamster, acabando a conversa por aí.


Paris, e a sua colecção interminável de pâtisseries, faz as delícias de qualquer mulher que goste de culinária (e que seja gulosa). Em cada esquina sorriem doces e bolos que fazem nascer água na boca até às pessoas mais resistentes a tentações. E, em plena época natalícia, pior ainda. Com tanto bolo irresistível até me esqueço que o café deles sabe a água lavada em borras.
Quando era adolescente e tomava atitudes que a minha mãe desaprovava (e que eu persistia em ter), ela dizia-me 'Ainda vais bater muito com a cabeça na parede'. E assim foi. Bendita seja a minha mãe por ter uma capacidade de ante-visão tão acurada.
Não fazer nada é uma arte, mas é uma daquelas para a qual não tenho jeito absolutamente nenhum. É, na verdade, uma grande tortura. E é por isto que hoje estou novamente a faltar à aula. Nunca vi faculdade de medicina que deixasse os seus alunos especados sem fazer nada durante tanto tempo. Hoje fiquei em casa, a estudar (e a bloggar).
Não acreditava que havia alguém para mim. Tinha, cá dentro, uma lista interminável de requisitos. Requisitos esses que, embora fossem poucos, sabia serem demasiado exigentes. Uma conjugação quase impossível de existir numa só pessoa, até. Por isto, nunca julguei vir a ter alguém que me fizesse verdadeiramente feliz. Alguém para quem eu olhasse e dissesse é com esta pessoa que eu quero ficar ou é por esta pessoa que eu daria a minha vida. Houve vários dias em que me senti triste e julguei que devia haver qualquer coisa de errado comigo. Todas as amigas tinham alguém... e eu olhava para eles com um pouco de desdém. Bons amigos, é certo, simpáticos, também, mas tão tão longe de corresponderem a quem eu procurava. Um dia decidi tentar. Arrisquei. Tirei a prova dos nove e envolvi-me com alguém que era bom amigo, é certo, simpático, é certo, mas longe de corresponder a quem eu procurava. E o resultado não foi positivo. Ainda me angustia pensar nesses tempos. Até que um dia, depois de me recompor, apareceu uma menina lindissima com lábios de bailarina. Que era menina mas que tinha tudo aquilo por que eu procurava... e não demorou nada até eu ficar crazy in love. Hoje ela faz de mim uma mulher tão mais feliz!
A minha menina nunca comeu uma destas. É verdade. Já estou a ver as sobrancelhas d@s nortenh@s a levantar com o choque da notícia, eu sei, também já recebi a mesma reacção quando chegou a minha primeira vez de provar uma francesinha na Invicta. E como não se pode adiar mais o colmatar desta grande falha gastronómico-cultural, nada como, antes da viagem a Paris, despedirmo-nos de Portugal num belo jantar no Porto, com muito boa companhia, a deleitar o paladar com aquele molhinho tão bom.
Orquídea

Papoila