É quando percebemos de medicina e estamos na posição de doente que nos apercebemos o quanto os médicos são mentirosos. Hoje aplicaram-me uma 'anestesia' nos olhos. Right. [e com isto lá vai toda a vossa credibilidade na classe médica]Papoila
Vou finalmente largar os óculos e ficar amiga das lentes de contacto (pelo menos tudo aponta para isso)! Já está próximo o dia em que a minha Orquídea vai parar de me deixar dedadas e bochechadas nos óculos, obrigando-me a limpá-los de cada vez que ela se lembra de me beijocar ou abraçar como se não houvesse amanhã.
Em reunião a porta fechada, vinte e duas batas brancas e narizes bem apontados para o céu, discutiam doentes. Ao pescoço ostentavam os escuros estetoscópios, sinal de soberania e poder perante os impotentes das camas.
Gostava muito, mesmo muito, de ir ver esta menina. Mesmo que fosse sozinha.
Faz, no geral, as minhas medidas. Gosto da língua, que quase me faz cócegas no ouvido, e daquela subtileza frontal (claro resultado da mistura anglo-saxónica e mediterrânica). Só acho que, em algumas situações, lhe juntam um pouco de pimenta a mais... if you know what I mean. De qualquer forma há que ter paciência porque, se não tivesse pimenta, já ninguém diria que era francês, n'est pas?
Às vezes sabe bem mudar de rotina. Foi por isso, e não só pela qualidade do ensino, que este ano decidi acrescentar 2h de viagem de comboio aos meus dias. Dá mais que tempo para ler a Visão, a National Geographic, o Metro, o Destak, o Oxford Handbook of Clinical Medicine e o Julie and Julia (sim, ainda ando neste... os exames não me deixaram acaba-lo a tempo).
Fartei-me. Ontem à noite, levantei-me da cama, fui ter com o meu irmão, séria para ver que algo se passava e, quando lá desligou o jogo, disse-lhe. "A Papoila é minha namorada há dois anos e meio." (Vá, depois de muitas hesitações e silêncios que só aumentaram a expectativa...) Ele sorriu e disse que já desconfiara. Quem não desconfiaria?
Enervam-me: