sábado, 1 de agosto de 2009

Antoine de Saint-Exupéry

Os céus de Marselha, em França, vão encher-se de aviões na sexta-feira, quando se cumprem 65 anos sobre o desaparecimento do escritor e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry.

A 31 de Julho de 1944, os radares da Resistência perderam o rasto de um dos seus aviões Lightning P38 no Mediterrâneo. Pilotava-o Saint-Exupéry. Só no ano passado se soube o que aconteceu naquele dia. A dar como verdadeiro o testemunho de Horst Rippert, um alemão de 88 anos, terá sido ele quem abateu sobre o Mediterrâneo o avião do piloto e escritor. "Podem deixar de procurar. Fui eu quem abateu Saint-Exupéry", disse Rippert, quando o localizaram dois investigadores franceses especializados em encontrar aviões perdidos durante a guerra. Também na sexta-feira, e no quadro de um conjunto de homenagens ao escritor que se prolongará até 2013, será inaugurada em Marselha uma exposição intitulada "Saint-Exupéry. Invitation au voyage" (Convite à viagem).

Saint-Exupéry (1900-1944) morreu quando a Europa estava sob ocupação nazi, deixando uma obra literária em que avultam títulos como "Voo Nocturno", "A Cidadela", "Terra dos Homens" e "O Principezinho".

As investigações levadas a cabo não esclareceram ainda as circunstâncias precisas do seu desaparecimento, mas - abatido ou não pelo piloto alemão Rippert - aceita-se hoje que terá perdido a vida quando o avião que pilotava caiu no mar, a 31 de Julho de 1944. Em 1998 um pescador encontrou nas suas redes uma pulseira que pertenceu ao escritor e seis anos mais tarde foram encontrados, ao largo da costa de Marselha, restos do avião. Hoje, à falta de cadáver para examinar, a lenda do piloto sobrevive e confunde-se com o universo fantasioso de "O Principezinho", a mais popular das suas histórias e um dos livros mais traduzidos de sempre. Nascido a 29 de Junho de 1900, em Lyon, Antoine de Saint-Exupery fez o serviço militar em Estrasburgo, foi repórter na Guerra Civil Espanhola em 1937 e, dois anos depois, mobilizado como capitão. Desmobilizado, voltará à aviação anos depois, e, em 1944, o avião que pilotava caiu no mar. Começava a lenda.
Papoila

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