terça-feira, 30 de março de 2010

Ainda sinto a tua falta

Considerando o teu cabelo ruivo, o topo do edifício era o lugar que mais soberania te dava. Batia-te o sol do meio-dia e a tua perfeição afirmava-se. Uau, pensava eu. Mas a tua modéstia sobrepunha-se à tua beleza e, se há coisa que me impressionava, era a tua simplicidade.

Deverei dizer que, para quem não te conhecia de perto, nunca foste senhora de muitos carinhos. Tinhas a objectividade adulta, que faltava a muitos e que era frequentemente interpretada como presunção. Mas, minha querida, não o era. E eu sabia-o.

Estive lá hoje, meu amor. E foi como se estivesses comigo. Como se te visse novamente a varrer o prato com o pão e a carregar nos erres, sorrindo-me. Eu brincava com o papel enquanto fazias uso da inesgotável paciência que tinhas para os meus devaneios. Rimo-nos muito juntas, não foi?

Vem cá e abraça-me novamente.

Minha querida, é Primavera, o lírio que me ofereceste murchou e sujou o meu livro de roxo. Quem me oferecerá lírios agora?

O Verão vem aí, vem beijar-me a nuca agora que ninguém o faz ao teu jeito.

Meu amor, o sol está-se quase a pôr. Corre! Vem comer o chocolate na varanda.

Vai buscar a fita e mede as nossas pernas. Vês, és a mais elegante. Não ligues à senhora, a rir-se dos nossos complexos.

Vamos cavalgar na sexta à tarde? Vem, meu amor. Peço ao Rui para te guardar o melhor cavalo.

Vão destruir o lugar que mais me faz lembrar-te. Fui hoje vê-lo pela última vez e, de repente, a gravata apertou-me o colarinho em demasia. A mim, que nem gravata uso. Queria que chovesse e me cobrisses com o teu blusão. Que nos escondêssemos na sala grafitada e que me pegasses ao colo, na loucura da juventude. Tenho saudades da confiança de que fazíamos uso, sem grandes escrúpulos.

Ainda sinto a ânsia de correr para ti quando alguém de costas, por um segundo, me faz lembrar-te (e me esqueço de que não podes ser tu).

Quando morreste não acreditei. O meu corpo tremia mas a minha face ostentava um sorriso assustado. Não há coisa mais irónica que a morte e eu não acreditei que o sacana do teu Deus te tivesse escolhido a ti. Tinhas demasiados planos para seres tu, ele não viu isso?

Papoila

domingo, 28 de março de 2010

Carta Primeira

Querida Papoila,

Cheguei. Tenho bom tempo, silêncio e mar, o coração acalma, a cabeça organiza-se melhor e há mais tempo para mim. Mas faltas-me tu. Falta-me mostrar-te a ria, faltam os teus olhos brilhantes sobre os passeios lentos, os teus ouvidos atentos ao sotaque britânico, os gelados a meias, as conversas longas, os risos, as brincadeiras despreocupadas, os segredos no olhar cúmplice. A tua mão na minha. Imagino-nos num carro a guiar sem pressas ao longo da margem, a caminho de paz e conforto. E descoberta, sempre.

Um dia, virás comigo. As duas, apenas. E seremos muito bem vindas. Sempre. Como em todo o lado.


Ninguém sabe, mas estás comigo.

Orquídea

I did tried hard this time

I confess that, until the last 15 minutes, I kept undecided about who would turn up to be the bad guy in Angels and Demons. I knew there was a chance to be the Cardinal or one of the cops but, honestly, I never suspected Ewan MacGregor. I mean, he was too romantic while fulfilling of Nicole Kidman’s heart in Moulin Rouge, why would he change that now? He becomes a priest, for God’s sake! Maybe I should have mistrusted him for that exact reason: a guy must be out of his mind to love God instead of Nicole Kidman, right? Nevertheless, at the end it all became clear and my inexistent cinematographic sixth sense was kept in silence (making sure no one would ever find out about him).

I have never read Angels and Demons. It was a huge success at the time it got out, obvioulsly propelled by The Da Vinci Code and exposed in every corner library. The truth is: I’m one of those childish girls who have no curiosity in bestselling books besides those who are no longer in words-of-mouth (or that were never there). Do you find funny to hear all sort of small-talk about the book you are reading? All of a sudden you may realize they’ve told you what was going to happen in the end of the 34th chapter! Ellen is leaving Portia for Arnold Schawarzennegger?! Gawd! I would not just throw the book to the garbage as also, I guarantee you, press charges to the publisher for confusing romance with terror literature.

Back to the main point. The reason I started writing this post was solely to inform/remind/ask you to pay attention to its soundtrack. It’s complexly gorgeous, I can tell you. It is perfectly interconnected with the scenes, which makes it even more likable. Try to listen carefully if you get the chance to see the movie again.

That’s all. Guess I’ll have to work in my summarization skills, sorry.

Papoila

sexta-feira, 26 de março de 2010

Weightlessness

Mais porque gosto da fotografia do que por outra coisa.
Agora vou dormir, que as noites têm sido atribuladas.
Papoila

quinta-feira, 25 de março de 2010

Without a suitable title

When someone gets old - old enough to forget his own memories - who suffers the most are those who can still remember. And I do remember when my grandmother had the most accurate memory I ever known until then. She kept in mind all the dates you could ever imagine to be possible.

Now she doesn’t even recognize his daughters and can’t remember the names of her grandsons. This happened in a blink of an eye and I can’t face it properly.


100 Years, Five for Fighting

''I'm 15 for a moment
Caught in between 10 and 20
And I'm just dreaming
Counting the ways to where you are

I'm 22 for a moment
She feels better than ever
And we're on fire
Making our way back from Mars

15 there's still time for you
Time to buy and time to lose
15, there's never a wish better than this
When you only got 100 years to live

I'm 33 for a moment
Still the man, but you see I'm a they
A kid on the way
A family on my mind

I'm 45 for a moment
The sea is high
And I'm heading into a crisis
Chasing the years of my life

15 there's still time for you
Time to buy, Time to lose yourself
Within a morning star
15 I'm all right with you
15, there's never a wish better than this
When you only got 100 years to live

Half time goes by
Suddenly you’re wise
Another blink of an eye
67 is gone
The sun is getting high
We're moving on...

I'm 99 for a moment
Dying for just another moment
And I'm just dreaming
Counting the ways to where you are

15 there's still time for you
22 I feel her too
33 you’re on your way
Every day's a new day...

15 there's still time for you
Time to buy and time to choose
Hey 15, there's never a wish better than this
When you only got 100 years to live''

Papoila

quarta-feira, 24 de março de 2010

Homofobia, auto-discriminação ou paranóia?

Ainda tenho medo de o começar a ler no meio da faculdade.
Mas já o li no metro. Sou estranha, eu sei...

Papoila

Singularidades #14

Como terminas o riso, depois das gargalhadas, com um "hmhm" de sorriso enorme. E como prossegues num ciclo vicioso quando te chamo a atenção para este detalhe e te ris de novo, em gargalhada, de cada vez que, agora com atenção, te apercebes disto.

Ahahah hmhm... Ahahah!

Orquídea

Resolução #1


1. Conseguir umas pernas menos brancas que o cal, ou como quem diz, não ultrapassar a brancura da amiga finlandesa.
Sim, no ano passado, esteve assim tão grave. E sou portuguesa. Gawd. Por alguma razão, a primeira coisa que a mãe da I. me disse quando me conheceu foi "Não parece nada portuguesa...".
Vou passar a próxima semana ao Algarve e vou começar a tentar. Vou-me obrigar a levar calções e, mais importante, usá-los. Faça chuva ou faça sol. Vá, acho que se chover não uso. Venha a depilação, que tenho uma missão pela frente!

e esperemos que não resulte nisto... 0=)

E, já agora, aproveitando este espaço público e a simpatia de por quem aqui passa, alguém com sugestões de passeios, restaurantes ou assim pelos lados algarvios?

Orquídea

Futuros Médicos de Portugal

Colega A e Colega B. Em conversa com ambas, diz a Colega A que tem ecopontos no prédio onde mora. Vira-se a Colega B:
"Eu cá não reciclo! A Natureza está cá é para nos servir! Eu não acredito em nada dessas coisas. Falam em aquecimento global e cada vez chove mais e está mais frio. Falam em aumento das águas do mar, para mim está tudo na mesma! Isso é tudo uma parvoíce, tudo uma mentira."
Fiquei de boca aberta, sem encontrar as palavras para responder. A franqueza da resposta causou-me uma surpresa tal que não soube se era suposto contradizer, tentar explicar, ou simplesmente ignorar, como quando se perde a esperança e não há nada a fazer.
A Colega A decidiu-se por outra abordagem. "Pois é! Tens toda a razão! Isso é tudo uma aldrabice!" E assim deixamos uma pessoa mais feliz e rimo-nos (ou choramos) quando ela não nos vir.
Epa... por favor...

Orquídea

PS: Não se preocupem. A Colega B é uma óptima estudante e sabe muito de medicina! As capacidades que lhe faltam são outras...

Memories drove by

What’s the best thing of being a child?, you ask. I’d say it is the feeling of eternity regarding every subject. I mean, there is no conscious perception of people around you getting old and, the goodbyes, only take a tiny minute. They are forgotten in the next one, while playing Mummies and Daddies or seeing Noddy goes to school. There is no understanding of transience, which appears to be just another weird word grownups apply when they don’t want us to comprehend the dialogue. Infinity, time without end, perpetuity. Mummy will always be there to make us soup and daddy will always snuggle us up beneath the sheets. Grandma will give us the usual chocolate cookie, while mummy is distracted by grandpa George, and ask us ‘Snoopie-doppie, don’t tell anything to your mummy, okey?’. On Sundays we will tricycle in a nearby garden and birthdays will keep on being an outdated version of Christmas, plus friends.

Then, one day, we wake up and all of this has suddenly changed – which is generally good but, sometimes, it sucks.

Papoila

Don't think too much

It makes you brainless.
Papoila

terça-feira, 23 de março de 2010

Meninas, ainda há esperança!

Havemos de conseguir
envelhecer
tão bem
quanto
ELA!
Ou, por outras palavras, como quanto mais envelhece mais bonita fica. Não lhe tirava nada, nem aquelas ruguinhas junto aos olhos - não lhe dão logo outra doçura?

Passei a infância e a adolescência sem ter nenhum ídolo. Nunca tive nenhuma obsessão nem um grande fascínio por alguém que fosse inacessível. Agora que cheguei à juventude, e em que já não tenho idade para estas coisas, é que me deu para isto. Sinto-me uma criancinha. Mas a verdade é que, ela sim, preenche os meus requisitos (e eu sou, infelizmente, demasiado exigente com estas coisas). Finalmente apareceu alguém que, numa só, juntava várias coisas que valorizo.

Esta senhora assumiu a sua homossexualidade perante o pai e foi expulsa de casa, não fosse ela contaminar as meias irmãs. Passou pelo acidente em que a namorada morreu, sem saber que era ela que estava dentro do carro a ser socorrida. Após assumir publicamente a sua orientação sexual, a série em que participava deixou de ser financiada (tentem adivinhar porquê) e ficou sem emprego durante três anos, durante os quais escreveu um livro (não publicado) que, sem intenção, lhe deu acesso ao mundo dos talk shows. É uma pessoa que não tem apenas a versão cor-de-rosa da vida e que, apesar de agora estar lá no alto, não se esquece de quem não está. Luta pelos nossos direitos e pelos direitos de quem não tem voz para falar. Está envolvida na política, arte, música e literatura e, enfim, é o claro exemplo que só o corpo envelhece e que nunca se deve parar no tempo.

Já vos disse que já vou a meio do segundo livro? É verdade.

Papoila

Charlyn Marie Marshall

Só em género de apontamento, já que acordei com a música dela a soar-me aos ouvidos. [E porque, admitamos, nenhuma de nós se importaria de a conhecer em carne e osso.]
Where is my love, Cat Power

Há músicas que estão genialmente bem compostas. Às vezes, mesmo com apenas meia dúzia de notas, a coisa resulta na perfeição. Esta é uma delas: simples e que fica no ouvido à primeira. E não posso deixar de notar nas semelhanças com Feist em que, apesar de o piano ser bastante ténue, também há esta delicadeza na voz (que resulta sempre comigo).

Papoila

domingo, 21 de março de 2010

The Funny Thing Is, Ellen Degeneres

Aquilo que mais aprendi com o primeiro livro foi:

TO
Se aconselho a lerem? Aconselho. Mas primeiro tentem impregnar-se de muito humor americano (ou grande parte do livro vos parecerá descontextualizado e absurdo).

Papoila

Os meus parabéns ao Benfica.

As minhas desculpas à Orquídea.

E um viva ao Sporting!

C'est tout.

Papoila

Feeble-mindedness

Paguei vinte euros para, neste fim-de-semana, fazer um curso de Interpretação de ECG. Já tinha ouvido falar muito bem sobre o professor que o leccionava e não podia deixar isto escapar (primeiro, porque é essencial na carreira médica e, segundo, porque a Orquídea obrigar-me-ia a ir mesmo que eu não quisesse).

Sendo assim, lá a Papoila fez um esforço por se levantar mais cedo que o habitual aos fins-de-semana, e dirigir-se penosamente à Faculdade. Para quê?, perguntam vocês. Pois. E aqui começa aquilo que motivou este post.

Imaginem-se numa sala que alberga uns 180 marmanjos, com um professor (por sinal muito bom) a dar uma aula bem arquitectada sobre um tema que vos interessa realmente. A somar a isto, imaginem o professor a dar a aula voluntariamente (revertendo a totalidade do valor do pagamento para a compra de material médico para usarmos numa das disciplinas).

E agora, apesar de tudo isto, façam um esforço (eu sei que é difícil) para imaginarem 80% da audiência a fazer um barulho ensurdecedor, que torna impossível captar o que quer que seja em condições. Isto foi o meu fim-de-semana. Uma luta para tentar ouvir o que o senhor dizia. Para além disto, havia uma nuvem de insolência naquela sala. Tão grande que metia dó. Deixa-me triste pensar que futuros colegas, que estão a estudar para tratar pessoas, não têm a mais pequena sensibilidade para com alguém que está a fazer um esforço para os ensinar. E para os ensinar bem (e aqui sublinho a forma como o professor conseguia cativar aqueles que lá estavam com algum propósito para além do de obter um certificado).

Pareciam adolescentes. Ouviam-se bocas fúteis e sem qualquer sentido. Dizia o senhor 'Estou a fazer um esforço para conseguir concentrar-me e dar-vos a aula mas confesso que está a ser difícil. Temos que baixar um pouco o volume senão amanhã (ou seja, este domingo) não vou ter voz para vos ensinar.'. E ouve-se a audiência 'Ohhh!', com um desdém tremendo.

Foi um autêntico desafio à minha paciência. Nem quando pedi, muito gentilmente, às colegas ao meu lado para falarem um pouquinho mais baixo, elas acederam ao pedido. Replicando antes que, enfim, tinham todo o direito aquilo. Mas será esta gente maluca? Terão crescido num planeta em que não se vive em sociedade?

Argh.

Papoila

Mãos


Estamos quase, sinto-o. O meu coração já não me pesa tanto, meu bem. No cinema, é certo que os dedos se cruzarão e que te darei aquele abraço e aquele conforto que pedes quando a história é demasiado triste para o teu coração bom. À noite, no Bairro onde todos se cruzam e se encharcam, por mais longe que estejamos dessas vidas, sinto-me bem se te trago pela mão. O peito cresce, o queixo sobe, o sorriso mantém-se. Talvez ainda seja perigoso (o que pode acontecer, afinal?), mas não importa, sou mais feliz e leve. A noite está amena, o tempo está, finalmente, alegre, estamos na rua e sabe bem.
Beijo-te a orelha.

Orquídea

Bad News

Lembram-se quando, há uns meses, estava radiante por mudar de casa? Well, I still am. O problema é que o senhorio se lembrou de vender o apartamento e, ao que parece, há hipóteses de em finais de Julho ter que mudar de casa.

Estou triste.

terça-feira, 16 de março de 2010

The Yacoubian Building - Alaa Al Aswany

Que livro tão bom.
Pois bem, era este o livro que estava na minha mesa de cabeceira à espera do final dos exames para me voltar a prender a atenção. E o que podemos encontrar neste building? Muita muita gente!
Esta é a história dos residentes deste edifício do Cairo. Temos pobres e ricos, homens e mulheres, jovens e velhos, honestos e criminosos, muçulmanos e terroristas, mulherengos e gays. Sim, um livro de um país muçulmano, preso ainda a tanta tradição, que nos fala de homossexualidade. E não só. Fala de todos os defeitos de um Egipto corrupto, injusto, comandado por quem pode e não por quem devia. O livro chocou quando foi publicado porque fala de tudo o que ainda é tabu no país. Mas sobreviveu, tornou-se um bestseller e um filme. E vale bem a pena conhecê-lo.
Geralmente os livros iniciam-se com uma apresentação das personagens, um início de história que cresce para um clímax de onde esperamos uma resolução e, no final, há uma queda bem aparada da nossa ansiedade e preocupação com o resultado da história num final minimamente feliz. Pois bem, não foi nada disto que senti neste livro. Começou por me apresentar as personagens na sua faceta original, bonita (em alguns casos), mas não seguiu essa linha. Há tristeza, há revolta, há dor por compreendermos que não há nada a fazer, o mundo é assim, não há por onde fugir, as personagens têm de passar por tudo isto. A um par de páginas do final não queria mesmo acreditar que teria de acabar assim, com aquela sensação de insatisfação e impotência que temos quando nos cortam as asas com a crueza da realidade. Porque os livros fazem-nos sonhar, mas este lembra-nos o mundo onde vivemos. Ou melhor, em vez de ficar a sonhar com um mundo que leio, fico feliz por, apesar de tudo, ter muita sorte em viver no mundo em que vivo.
Não sei se o texto desmotiva a leitura, mas é exactamente o contrário que pretendo. É um livro maravilhosamente bem escrito, com uma dinâmica, uma evolução, uma abrangência que impressiona. E é uma outra cultura, outra religião, outras tradições e formas de pensar. Vale muito a pena.
Next stop: Estónia. Um livro oferecido que também tem uma personagem gay. Mas será que desconfiaram de alguma coisa ou é apenas coincidência?!...

Orquídea

Opção?

Num artigo do Correio da Manhã, leio "opção sexual". Assim não vamos lá.

Orquídea

Competição Universitária Desleal

Há uns que copiam e cabulam descaradamente nos exames. Há outros que não o fazem e, por azar, reprovam. E depois, porque Jesus Cristo Todo Poderoso Director da Eféméle decide alterar os critérios de avaliação do exame em questão, os primeiros ficam todos indignados porque as notas que conseguiram com o copianço descarado ficariam iguais às daqueles que inicialmente tinham reprovado e que não copiaram.

E é isto que os faz mover. É este ao seu grande objectivo: a reestruturação das notas de forma a que os alunos fiquem dispostos na tabela de classificações pela mesma ordem que a inicial. 'Porque o João chumbou e, com a mudança de critérios, ficou com uma nota superior à minha.'

Meu Deus, com tanta fome no Mundo. Get a grip.

Papoila

segunda-feira, 15 de março de 2010

Openness

Minds are like parachutes - they only function when they are open.
We must have strong minds ready to accept facts as they are; rather than how we would like them to be.

He who does not understand your silence will not understand your words.

Papoila

Gawd, sometimes I really miss you...

Há dias em que é difícil conter a minha vontade de estar *efectivamente* contigo.
Papoila

Small Talk

-_-'
Papoila

Feliz Aniversário, Cantinho Nosso

Este blog fez, dia 9 de Março, um ano.
O tempo corre. A nós corremos com ele.
Papoila

domingo, 14 de março de 2010

Chocolate Alert!

Já visitaram uma loja de chocolate junto ao jardim do Príncipe Real? Não? Então é para ir!
Depois da desanimação dos preços do museu da Ciência, passámos a estrada e descemos um pouco pela rua Cecílio de Sousa até dar com esta loja. Já lá tínhamos estado à porta, mas hoje, após ler algumas boas críticas de pessoas amigas sobre a mesma, decidimos entrar. Recebidas logo com um sorriso e um cheiro delicioso a chocolate, a Papoila, de olhos já brilhantes, perguntou "Como é trabalhar com o chocolate?". Foi o suficiente para abrir um baú de memórias e histórias incríveis. Acompanhadas de vários tipos de chocolate que nos foram dados a provar. E, pela primeira vez, provámos gengibre. Com uma cobertura de 100% cacau. E chocolate com pedacinhos de laranja. E nibs de cacau. E ainda um café da casa. Mas vamos voltar ao princípio.
Esta é uma família com uma história incrível. Foi no Zaire, actual Congo, onde começaram por plantar café. A senhora da loja, que se meteu nesta aventura com o marido, contou-nos que demoravam quatro horas de voo para chegar à plantação e que, uma hora antes, tinham de baixar o avião para se orientarem pelos rios. Estavam no meio de javalis, leopardos e afins. Depois, com a guerra, mudaram-se para São Tomé e Príncipe e iniciaram também a plantação de cacau. Vimos muitas fotografias. Começaram a fazer provas, a ir para além das regras habituais para encontrarem o melhor chocolate. E, garanto-vos, fizeram um trabalho magnífico.
Vão lá. A sério. Provem. Levem para oferecer a alguém. Voltem com alguém. Eu cá fiquei com um chocolate quente por provar. Alguém precisa de ajuda para encontrar o sítio?

Orquídea

Eu cá... já entrei numa Leiloeira!


Nós já somos pessoas de bem. No último passeio por Lisboa, ficámos curiosas com um edifício junto à Bica, o palácio do Correio Velho. Curiosas e ingénuas como somos nestas ocasiões, decidimos entrar para ver o que era. Encontrámos uma senhora nas escadarias (mesmo que não a víssemos, sentiríamos o seu perfume a uma distância considerável) a quem perguntámos se era possível visitar o edifício. "Pois, não sei, ali em cima é propriedade privada e aqui é uma leiloeira, não sei o que é que podem ver!... Mas venham lá..." E, um pouco a contragosto, levou-nos até à recepção da leiloeira. "Olhe, estão aqui estas duas meninas, não sei bem o que é que querem, vêm com máquina fotográfica, dizem que gostavam de ver o edifício, mas, quer dizer, isto é propriedade privada, não sei..." Apesar da suave indignação da madame, o senhor da recepção mostrou-se prontamente disponível para nos mostrar o sítio, apesar de não haver muito que ver. Levou-nos pelos corredores à sala onde estavam expostas as obras de arte, com os números correspondentes para mais tarde leiloar, contou que, tal como o nome dizia, antes de ser uma leiloeira, aquele espaço era o local onde chegava o correio para Lisboa Sul e, após explicar que não havia muito mais para mostrar, levou-nos de volta até à entrada. Agradecemos e saímos.
Que chique. Até me sinto mais endinheirada só por ter visto aquelas obras. Ui ui.

Orquídea

quinta-feira, 11 de março de 2010

Benvindos ao Planeta Terra

E, de repente, Portugal acordou para coisas que acontecem *há anos nas escolas portuguesas. Eu bem sei as coisas horríveis que testemunhei na minha escola. E ainda há quem diga que isto não é um problema infantil, que é importante para que as crianças desenvolvam a sua autonomia, que têm que aprender a defender-se sozinhos. Quem tem esta opinião, ou tem uns monstrinhos em casa ou não têm filhos at all.

Papoila

Improving my cooking skills

Hoje vamos comprar uma coisinha destas. Já tínhamos pensado nisto antes mas na altura desistimos da ideia, que o orçamento anda apertado. No entanto, às vezes a vontade é maior que a carteira... e hoje vamos à worten cometer esta loucura. Com isto já vou ser capaz de fazer turkish delights para ela e batidos para mim. Molhos para os nossos pratos de carne e frutos secos ralados para os nossos doces e bolos.

Já têm água na boca?
Bem me pareceu.

Papoila

terça-feira, 9 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

It's Complicated

Hoje a Orquídea levou-me ao cinema! (Sei o que estão a pensar, mas ela é só para mim, tá?! Hum.) Fomos ver o 'Amar é Complicado' e, antes de vos dizer que é daqueles filmes que pede uma ida ao cinema, vou alistar as 10 coisas que mais gostei:

1) A Meryl Streep!
2) A Meryl Steep como pasteleira e boa cozinheira. (Notam alguma parecença com o Julie & Julia?)
3) Algum romantismo e cumplicidade entre as personagens. I mean, acho giro ele comer gelado, encostado à banheira, enquanto ela toma banho de imersão! Ou, ela cozinhar um jantar romântico para ele.
4) A noção de família e como se juntam à mesa às refeições.
5) As melhores piadas não são as que aparecem no trailer (raro)!
6) A casa dela: wow! Quero uma casa daquele tamanho, decorada daquela forma, com aquele jardim e, claro, com aquele quintal!
7) Alec Baldwin e a sua barriguinha Pai Natal.
8) O papel do John Krasinski. Quero um cunhado assim, pode ser?
9) A mão da Orquídea na minha.
10) A cena do banco de jardim.

Convencidas? Os argumentos não são os melhores, mas espero que vos sirvam!

Papoila

domingo, 7 de março de 2010

Para breve

Papoila

Oh well...

É muito triste aperceber-nos de que temos na família alguém com os pensamentos mais retrogradas, machistas, preconceituosos, arrogantes, blasfematórios e vergonhosos que alguma vez se ouviram.

E é a esta pessoa que terei de contar um dia que namoro com uma rapariga?



Bonito...

Orquídea

sábado, 6 de março de 2010

They've reached my limit!

Um dia, estava eu com a Orquídea fazendo zapping pelas estações de rádio, quando damos com a Antena 3. Estavam a entrevistar um rapaz que, se não tinha a nossa idade, estava lá perto, e que teve o azar de ser homossexual. Não conseguimos perceber bem qual era o objectivo da entrevista, mas leiam isto:

Locutor: Então, diz-me uma coisa, nós homens temos muita vontade de sexo... e temos o problema de as mulheres não serem exactamente como nós neste aspecto. Tu e o teu namorado, como são os dois homens, devem ter muito mais sexo, não é? Há muita mais testosterona, é sempre a andar! É em qualquer lado não é? Quantas vezes?

(A isto, seguiram-se e antecederam umas quantas perguntas do mesmo foro, as quais preferi não memorizar, de tão aterradoras que eram.)

Ontem, a caminho de casa e mais uma vez com a Antena 3 no ar, oiço isto:

Locutor 1 (com voz de deficiente mental propositada): A Ilga andou a espalhar uns cartazes que dizem 'E se a tua mãe fosse lésbica, faria alguma diferença?'.
Locutor 2 (também com voz de deficiente mental): Faria! Então, a minha mãe já tem diabetes, colesterol alto, hipertensão, dores nas cruzes, se fosse lésbica ainda tinha que lhe comprar mais medicamentos! É claro que faria diferença!

(Disseram mais e piores mas, mais uma vez, não as memorizei...)

Posto isto, declarei guerra à estação. Eu quero lá saber que eles ofereçam bilhetes a uma das minha melhores amigas para ela ir ver Placebo ou que até passem boa música. Para mim não passam de um nichozinho de homofóbicos que tentam impregnar a mensagem ao resto do mundo.

E se isto foi demasiado ofensivo ou se são grande amantes da Antena 3, as minhas desculpas. Achei que deviam saber isto.

Papoila