domingo, 30 de janeiro de 2011

Dos Nossos Lugares


Não julguei que guardasse tantas memórias de lá. Afinal tinha saudades. Passámos em frente ao restaurante onde dançámos juntas a segunda vez. Sim (lembrei-me depois), porque a primeira foi naquela grande sala de espectáculos onde pulámos com uma alegria que eu ainda não compreendia. Recordei-te encostada ao meu ombro, sob a minha capa negra, adormecida e irresistível, dois dias antes daquele momento... E lembro-me do teu sorriso quando decidimos comprar o caderno onde iríamos escrever-nos na linguagem que acabáramos de inventar. Escreveste apenas tu nesse caderno, que eu tenho guardado em minha casa há demasiado tempo. E relembro a confusão da noite académica, onde tivemos direito a uns pins após dar-nos os nossos e-mails falsos, e relembro-nos deitadas no muro junto ao rio a ouvir A Naifa no meu mp3 e a brincar com luzes vermelhas, e relembro o passeio de bicicleta e o Oceanário e o Chai... Tenho mais história aqui do que julgava. E estás presente em tantos lugares deste passeio.
Voltaremos em breve para caminharmos com calma. E, de preferência, sem frio.

Orquídea

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